Eleição na Academia de Letras

 
Paulo Cordeiro Saldanha*

No dia 20 de agosto de 2009 a AGL foi criada, e, ato seguinte, já em 12 de setembro ocorreu a solenidade de instalação, com a prestigiosa presença das autoridades locais, de literatos de Rondônia, do Rio de Janeiro e da Bolívia.

A partir daí coube-nos, com o apoio incondicional de alguns de seus membros, a honra de implantá-la. O registro no Cartório competente, a sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, perante o Ministério da Fazenda, a conquista como Instituição de Utilidade Pública, objeto da Lei Municipal nº 1.374, de 08 de março de 2010 consagram a ação da primeira diretoria na busca da consolidação estatutária e política da novel sociedade.

Depois, diversas ações, sempre com o respaldo irrestrito de alguns abnegados da nossa Academia, deram a certeza de que a AGL esteve cumprindo o relevante papel social que a inspirou.

Eventos como o III Encontro de Escritores de Rondônia, com o tema Rondon no Guaporé, numa estreita parceria com a ACLER, a homenagem às Mães Pérolas, com a outorga de Diplomas, permeados com saraus eletrizantes, Ação através de Acadêmicas Maria Cristina e Auxiliadora, no IV ENICED, promovido pela UNIR-Campus de Guajará-Mirim; comemoração do Primeiro Aniversário da AGL, representação da Instituição na Feira do livro em Ji-Paraná, representação da Academia em dois eventos na cidade de Guayaramerin, através da Primeira Secretária Teresa Chamma e Tesoureiro Julio Yriarte; representação da Academia em evento patrocinado pela ACLER na cidade de Porto Velho, através da Presidência e dos últimos Acadêmicos citados; e, em nome do civismo, a Academia comemorou as datas nacionais mais importantes.

Mais que isso, ombreou com outros segmentos da sociedade guajaramirense e agiu tentando sensibilizar o Governo do Estado para a reforma do Museu, ante a inércia do poder dominante.

A fixação de objetivos, na forma do estatuto foi cumprida mediante a formulação de metas que, em face da pouca idade, ainda não foi possível atingí-las na plenitude. Porém deverão ser alvo a perseguir como forma de se valorizar a Academia Guajaramirense de Letras, a nossa AGL.

O Banner da sociedade foi concebido e um Blog, com a marca AGL, em caráter experimental foi apresentado, dependendo, todavia, de melhoramento.

O fortalecimento do Sodalício com a admissão de novos membros trouxe a oxigenação imprescindível para o alcance de novas conquistas.

Cabe, todavia, à nova Diretoria eleita em 14 de dezembro corrente, o direito e a obrigação de dar continuidade a esse trabalho, visando a criar positivas marcas na alma e no coração da sociedade guajaramirense através de ações vitoriosas, que possam afirmar o conceito de entidade revolucionadora e participativa que a AGL deseja espargir.

Para tanto deverá atuar, em face da unânime decisão do colegiado, em nome da cidadania, para que a Municipalidade, nesses dois anos restantes, possa se transformar e direcionar suas ações com vistas, pelo menos, a alcançar melhora do atendimento médico e hospitalar que dignifique a população.

Impõe-se a recuperação urgente da Biblioteca Municipal, bem como a limpeza, conservação e paisagismo das praças e avenidas, na oferta de transporte escolar nas vicinais, enfim, na efetiva tomada de decisões que reduzam a pobreza urbanística, humana e estrutural da cidade, logo do Município.

Não será ocioso alertar que a novel sociedade deverá transformar-se numa trincheira intransigente de lutas, que desemboque numa ação vigorosa que eleve templos à cidadania, não apenas acompanhando o desenvolvimento da vertente literária, mas agindo de forma enérgica na incessante busca de soluções, fazendo cobranças, perante os poderes constituídos para que outras condições de vida sejam ofertadas aos munícipes, os verdadeiros patrões dos dirigentes de plantão.

Foi-se o tempo em que uma Academia de Letras deveria cingir-se apenas às intermináveis discussões eruditas, poéticas e vernaculares; na qualidade de integrantes da sociedade, somos parceiros da comunidade, que já está exausta por promessas não cumpridas, por ações que demoram a ser implementadas, por gestões que jamais acontecem, apesar de solicitadas.

Iremos à luta, na tentativa de ver valorizada a cultura como expressão maior do patrimônio histórico, folclórico, artístico, literário e humano desta negligenciada terra, berço das tradições que daqui foram erguidas pelos pioneiros, síntese das idéias que se transformaram, no passado, nas realizações que esta geração recolheu e que precisa dar sequência, sob pena de nos fossilizarmos como gente, como seres e como cidadãos, se nos submetermos a incúria do abandono e do sofrimento gerado pela omissão, negligência e imperícia dos menos avisados...

Do fundo de minha alma, antes de concluir, pretendo expressar a minha gratidão pessoal a equipe implantadora da AGL, nas pessoas dos Acadêmicos, Dulcio Mendes, Maria Teresa Merino Chamma, Maria Cristina Victorino de França, Julio Cesar Yriarte Soliz, Minerva Soto, Dorosnil Alves Moreira e Edson Almeida.

E aos novos companheiros a nossa certeza de que se transformarão em valorosos artífices da literatura e do desenvolvimento social destas terras fronteiriças.

*Membro Fundador da Academia Guajaramirense de Letras-AGL e Membro Efetivo da Academia de Letras de Rondônia-ACLER