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Paulo Saldanha

Crônicas Guajaramirenses - O ter e o ser


Crônicas Guajaramirenses - O ter e o ser - Gente de Opinião

Até que enfim a maturidade, sócia da experiência e da sabedoria, bateu às minhas portas!

Quase chegava tarde demais! Todavia, o Espírito Santo me socorreu à tempo e um alerta, através de um sininho surreal, se me chegou como quem chega do nada.

E essa advertência, em tão boa hora surgida passou a me questionar sobre uma antiga preferência que idealizara em TER, possuir, amealhar como valores que eu cheguei a enaltecer e a sonhar.

Todavia, aquele sininho surreal me encaminhava para o verbo SER, como se tivesse a certeza de que eu abraçaria essa vertente para que eu a devesse conjugar e elevar.

Agora neste terço da minha existência, quando os anos vividos dão à dimensão exata do sentido maior da vida, que se resume no aceitar a sabedoria como dom de Deus, foi assim que me entreguei à reflexão de que melhor do que amealhar bens e dinheiro seria me tornar um ser que se engrandecesse na busca do conhecimento...

Note-se que tenho consciência de estou bem longe de me sentir detentor de muitos conhecimentos. Se muito, possuo uma “cultura de verniz”

Afinal, ser é bem mais indicado do que ter, mesmo porque não se leva nada desta para a outra vida, mas poderemos (ou não) deixar exemplos positivos aos da nossa e das próximas gerações...

TER significa possuir, adquirir coisas materiais, logo efêmeras. SER simboliza existir na plenitude filosófica da palavra; SER nos remete à idéia de perenidade com supedâneo no conhecimento e na sabedoria, detalhes não submetidos às intempéries do tempo e às adversidades climáticas, às inundações e às queimadas florestais.

O TER, ao contrário, não suporta os vendavais, maremotos, terremotos, tufões e os ciclones... nem as lavras dos vulcões! muito menos às intempéries do tempo e às adversidades climáticas, às inundações e às queimadas florestais.

Enquanto que os professadores da vertente dos que buscam a sabedoria, em função dos alicerces em que ficam plantadas as forças vivas do conhecimento, sobrevivem com galhardia à toda sorte das revoltas da natureza, com boa vontade e equilíbrio.

Na verdade, o TER é apenas conjugado como a obtenção material de coisas, derivam para o macabro consumismo dos seus ideólogos, em que obter lucros e possuir poder é o que vale...

Ao passo que a maneira de quem se volta para a vertente espiritual de SER, é o que deve importar, como mensagem de quem vai a procura da razão, do conhecimento, de princípios mais próximos da doutrina cristã, do evangelho, enfim, das lições de Jesus Cristo.

E nessa introvisão, que os dicionaristas a definem como “um sentido especial de ver as coisas como são” veremos que, em relação a busca do SER como verdade, o judaísmo, o budismo e o cristianismo são unânimes na eloqüência como que as três doutrinas pensam igualmente.

Todavia, na incessante busca do TER o homem agride a natureza e acaba destruindo-a! E ela, tao sorrateira tem se vingado em diversas partes do planeta...

Mas, o certo é que, no perenal desejo de possuir mais dinheiro, bens e poder, há muitos casos de pessoas que se tornam egoistas, insensiveis e más. Os meios para suas conquistas materiais as subvertem no campo moral, tornando-as arrogantes, vaidosas e petulantes, no que são permissivas na justificativas dos fins a obter.

Todavia, jamais desejando criar generalizações, afirmo que conheço muitos vencedores no setor empresarial que cultivam as virtudes da generosidade, empatia, humildade, tolerância, compaixão e serenidade, cultuando a paz como virtude transferida pelos anjos, arcanjos, querubins e serafins.

E agora, quando me encaminho para as despedidas enalteço o SER como o verbo a conjugar, posto que os indivíduos a quem lhes sigo o exemplo eu os vejo como sábios, por ser pessoas cujo foco é dirigido aos seus semelhantes, à natureza e às virtudes...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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