Domingo, 2 de janeiro de 2022 - 10h54
Sem querer ser
dramático, mas invoco Deus nesta hora em que paro, olho o sinal amarelo nos semáforos da vida e
enxergo que o poder público civil, por estar falido, deixa uma herança amaldiçoada
para o povo.
E me refiro às três esferas deste rincão: a federal,
a estadual e a municipal. E peço permissão para dissecar a matéria, com todo o
respeito que esses níveis merecem: a antiga biblioteca da cidade há mais de 15
anos acha-se no chão, literalmente falando - ou, no caso, escrevendo.
Um dia os feirantes foram
escorraçados do Mercado Público, sob o forte argumento de que havia sido
embargado pelos Bombeiros, em face de diversos riscos do prédio na parte
estrutural, elétrica, etc., obrigando-os a serem transferidos para a beira da
avenida que seria uma das entradas para o edifício fechado.
Ficar na margem da avenida,
desprotegidos, sem higienização, improvisados, sem controle ecológico, etc. e
tal, pode? Sujeitando-os e aos transeuntes às quedas e acidentes, em face do
tumulto que foi montarem suas pequenas barracas, ligadas por madeiras e lonas...
O antigo Hotel Guajará, de
saudosa memória, transformado na Escola Durvalina Estilbem de Oliveira e que homenageava
a mãe do maior Governador que este Estado de Rondônia já teve, o meu líder e
ídolo, o coronel Jorge Teixeira de Oliveira, foi fechado ainda quando se
valorizava a educação, a cultura e a história; e agora vem servindo de moradia
a alguns despossuídos, sem teto, e que acabam por concorrer, querendo ou não,
para mais abandono e depredação, ampliando o fosso do abandono e incentivando o
processo de destruição de uma obra quase setentona.
O Estádio João Saldanha,
sempre tão sofrido, estava passando por uma reforma, mas estancou! Parou na
contramão pela burocracia ou ausência de recursos ou, ainda, falta de
planejamento, tornando-se obra cara, inflacionada, porque demorada; pode ser
resultado de malversação orçamentária, conseqüência da falta de dinheiro para
se concluir aquele reparo, para torná-lo apto para o exercício da cidadania de
uma população que também precisa do esporte para elevar a sua auto-estima.
A ponte do Salomão - uma
homenagem ao Salomão Melgar, uma figura política exemplar, com retumbante
contribuição esportiva, social e administrativa a esta terra - fez parte de uma
coleção de empreendimentos apoiados pelo FITHA, teve seu início aprovado -
tanto que os executores da obra me visitaram no Hotel Pakaas Palafitas Lodge,
afirmando que, no máximo em maio de 2015, mobilizariam mão-de-obra e
equipamentos para a construção da obra em concreto.
Meu receio é que aquela
construção tenha sido dada como concluída... E
nem começou...
Ainda bem que a atual
gestão da Prefeitura está atenta e age para que o trânsito não seja interrompido,
pois se trata de uma prioridade mantê-la íntegra, mediante a sua ação eficiente
e eficaz.
Aliás, falando em ponte,
lembro que as do Ribeirão e do Araras começaram a merecer o cuidado da esfera
federal, tendo sofrido uma paralisação, até onde pude me inteirar, em face do
instante chuvoso e da conseqüente elevação dos leitos daqueles rios, visando a segurança
da equipe trabalhadora.
Voltando à nossa Pérola,
lembraria que o semáforo da Avenida Princesa Isabel com Duque de Caxias há
muitos meses acha-se fora de funcionamento, ensejando possibilidades de colisões,
com perdas de equipamentos rodantes e até de vidas humanas no seu entorno.
E o novo Hospital Regional,
em tão má hora iniciado? Faltando 15% ou 16% para a sua conclusão? Invoco, de
novo, Deus para perguntar: o povo desta terra merece essa incúria? Refiro-me a paralisação
do empreendimento há mais de quatro anos.
E o Hospital Regional
sofrendo interdições, apesar da atuação abnegada de seus médicos, enfermeiras e
demais servidores, operando milagres para mitigar as dores e os sofrimentos de
cidadãos brasileiros e até bolivianos, não está a merecer os cuidados, também,
da esfera estadual?
Por que no mundo civil
acontecem esses desserviços à população? Vejamos na área militar como os
prédios públicos e os equipamentos são bem cuidados! Ali, nas casernas, há um
exemplar modelo de gestão, dando-nos a certeza de que os bens públicos sob suas
administrações, prédios e equipamentos, são zelosamente bem gerenciados. Por
que esse modelo exercitado pelos militares não é copiado pelos administradores
públicos civis?
E, assim, de semáforo em semáforo, vou percorrendo
as avenidas da vida, sonhando com as melhoras que tardam a chegar, esclarecendo
que até a justificativa para o nome Guajará, dando-lhe a definição de que é
cachoeira, é o maior “fake news”, posto que Guajará é nome de árvore e não
cachoeira. Informo, por oportuno, que Guajará deriva do termo GUAYA=campo, com a justaposição de YARA=duende anfíbio, ou
seja, sereia, formando, aí sim, a interpretação mais plausível de que Guajará seja
CAMPO DAS SEREIAS, jamais cachoeira.
Consultemos o Aurélio ou o Houaiss...
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