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Paulo Saldanha

AS SAUDADES QUE VOU NINANDO


 Eu jamais me envergonharei das lembranças que acalento, que se transformaram em lindas saudades de um tempo que eu vivi, ao lado de pessoas que tanto admiro e respeito.

No outono da minha vida, se ouço uma canção, o ritmo, a batida, os versos das letras, a harmonia que percebo nos sons, tudo isso me envolve e me acalma.

São recordações que me remetem à vida colegial, à juventude, ao primeiro, segundo e terceiro empregos, os colegas, meus chefes e líderes.

Ficaram os vínculos em face da minha trajetória por diversas cidades brasileiras, a serviço, por conta do exercício de minha profissão, lugares onde fiz amigos, companheiros de fé, verdadeiros irmãos com que a vida me abençoou. Fui removido muitas e muitas vezes, em cima de uma carreira da qual tanto me orgulho.

São saudades infindas que eu vou ninando neste estágio da minha existência. Agora viraram sonhos que eu gostaria de revivê-los dada a intensidade com que eu os vivenciei em 30 anos de carreira.

E aí rostos amigos se superpõem como se estivessem na minha frente, porque são pessoas tão importantes na minha formação social, profissional e humana como Dom Rey, Dom José Vieira Lima, Padre Ângelo Spadari, Walmen Hoffmann de Souza, Edmar Lima Vieira, José Avelino Gonçalves, Felipe Assad Azzi, Lourdes Bouez Azzi, Armando Borges, Araldo Bazzano, Joazir Bucair, Aquilino Arruda, Issao Kawataque, Maria Luiza Amorim, Maria Rocha, Ana Rosa Nazário, Wanderley Gomes Sardinha, Cirilo Pereira da Silva, Luziano Borges Muniz, Lenir Messias de Almeida, Alan Kardec Santos, Devaldo de Souza, Orion Klautau, Francisco de Jesus Penha, João Bosco Araujo Pinto, João Miguel de Araujo Lima, Paulo Cruz Rodrigues, José Sabino de Lima, Almério Madeira, Nelson Madeira Casara, José de Ribamar Nunes Pinto, Hermínio Silva, Militão da Silva Rufino, Everaldo Ramos Pinheiro, Mário Normando, Euro Tourinho Filho, Jorge Teixeira de Oliveira, Simão Salim, Eloy Abud, Maria Luíza Costa, Cirilo Leopoldo da Silva Neves, Adhemar da Costa Salles, Jacy de Alencar Farias, Clayton Guimarães Covas, Moacir Pontes Filho, José Nilson Guimarães e, ainda, uma lista de pessoas que seria dispensável enumerá-las, cujos nomes estão bem arquivadas no fundo da minha alma.

Às vezes me pergunto se no meu outono essa lembrança significa a chegada de mais uma transferência, a última neste teatro de guerra, posto a intensidade das saudades que não me perseguem, mas caminham ao meu lado, às vezes tão sutís, às vezes tão sorrateiras que me surpreendo rindo ou me emocionando pelas passagens, qual filme que me chegam ao cérebro e ao coração.

São viagens que o meu imaginário tão saudoso faz, de forma espontânea, fixando paradas nos portos da vida, revivendo cenas vivenciadas alhures, como se tivessem acontecido ontem pela manhã. E rio e lacrimejo recordando-as de maneira mais intensa daquela em que aconteceu.

Podem até ser flores ou poemas que me auto ofereço emocionado e agradecido por ter tido a excelsa chance de conviver com pessoas do mais elevado quilate espiritual, que, certamente me elevaram como homem, como colega, amigo, enfim, como ser humano, à imagem e semelhança de Deus, Pai e Criador.

A eles, se pudesse eu erguia, como na música antiga, uma igreja, e dentro dela diversos altares, com a indicação de que foram santos e santas, arcanjos e querubins de quem me vali, como auto-defesa para jamais sucumbir.

E, assim, na minha imaginação tão fértil, quando penso neles, presto-lhes a minha genuflexão, como forma de lhes dizer o quão foram imprescindíveis para que as vitórias por mim alcançadas, pudessem superar as derrotas que me abraçaram até aqui, quando, na maturidade eu as recebo como pedras necessárias para que eu possa erguer um templo espiritual que me possa gratificar como o amigo leal que tenta por todos os meios, via superação, não decepcioná-los.
 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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