Terça-feira, 4 de maio de 2010 - 12h32
MONTEZUMA CRUZ
Amazônias
De tempos em tempos em tempos aparecem gênios nas TVs e mudam tudo, com o beneplácito do Tribunal Superior Eleitoral, institutos de pesquisa e daqueles que se julgam “gurus das eleições”. É o tal “formato do debate”, que implica riscar da lista aqueles que não ultrapassam a faixa de 1% ou pouco mais nas pesquisas de intenção de voto.
Não consigo me conformar com a alardeada exclusão de candidatos nanicos da arena da disputa eleitoral. Não os presepeiros de ontem, os interesseiros, mas os ideológicos, aqueles que pensam, logo existem. Lembro-me daquele senhor chamado Armando Correia, exibindo um baita despertador e gritando “Acorda, Brasil!”, durante campanha televisiva em que teria “vendido” seu espaço a Sílvio Santos.
No mundo atual não haveria mais espaço para esse tipo de candidato. Há uma seletividade de espécies, embora eternos candidatos prossigam nos seus devidos quadrados. São notáveis.
Recorro aos meus tweets matinais de hoje para expor um raciocínio lógico a respeito disso. Eu disse que a arena tuiteira (pelo menos nesta parte do latifúndio cibernético, o dos meus seguidos e seguidores) omite que o PSOL também postula a Presidência da República. Do Zé Maria, do PSTU, nem se ouve, nem se lê.
O ex-deputado federal Plínio de Arruda Sampaio ficou 12 anos exilado no Chile e nos EUA durante a ditadura militar (1964-1985). Há eleitor que não sabe.
A derradeira manifestação do candidato Plínio, mencionada no Google: “Crimes bárbaros, entre os quais, seqüestros e torturas, não deveriam ser anistiados, como foram pelo STF”.
Omitir Plínio Sampaio na mídia e no twitter obedece a tal polarização, que exclui candidatos do próprio debate televisivo. Este, de uns tempos para cá muito bem arranjado por expoentes do penteado, do batom, da máscara cosmética e do ibope da fama.
Será que o eleitor é feliz, digerindo apenas Serra, Marina e Dilma? Ou apenas Serra e Dilma? Na 2ª feira, Marina reagiu: “O Brasil é maior que currículos de Lula e FHC”.
Polarização do debate não é debate. Nem que os institutos de pesquisa queiram assim.
Estou em Rondônia desde ontem. Ouço que a polarização é ruim até em estados onde há candidatos-laranja ou caça-dólares. Houve uma eleição em que este estado contou com pelo menos três laranjões postulantes ao governo. Houve negociações milionárias, me revelam analistas políticos daqui.
Quer dizer que o TSE, o TRE e a mídia teriam que dar espaço a todos, indistintamente, mesmo com o doce discurso? — provoca-me você.
Não quero ser a velhinha de Taubaté, que em tudo acreditava. No entanto, percebo o crescimento da transparência, a cada dia. Acredito ser possível desmontar a farsa de laranjas e caça-dólares em qualquer lugar deste País varonil.
Abrindo a matraca um minuto na TV, esses cidadãos se revelarão ao eleitor (não mais incauto) o que querem e suas reais (más) intenções. Dito isso, incorpora-me a velhinha, que um dia foi assassinada cruelmente por Luiz Fernando Veríssimo.
E ainda creio na moralização eleitoral e no direito das minorias. E só quem já foi minoria um dia sabe que pode reclamar.
Em tempo:
Não há como não desopilar o fígado com a esperteza baré. Eis o tweet da jornalista Marcela Ximenes na manhã desta terça-feira: “Governo do AM faz propaganda em saco de pão e doa a padarias. Isso é que é estratégia!”.
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