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Montezuma Cruz

Suspeitas de fraude exigem mudanças no concurso público





Associação Nacional em Defesa do Concurso Público aciona a Funrio na Justiça para anular concurso da PRF. Deputados discutem proposta de um novo modelo e o ministro da Justiça Tarso Genro acata sugestão.
 

MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia 

BRASÍLIA – A sucessão de erros na aplicação de provas para concursos públicos e o abandono às rodovias federais sensibilizaram esta semana a Frente Parlamentar em Defesa da Polícia Rodoviária Federal. A presidente da Frente, deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), propôs a mobilização de todos os membros pela criação de um organismo do Governo Federal que possa organizar e promover concursos com elevado nível de segurança. O ministro da Justiça Tarso Genro acatou e prometeu analisar a sugestão. 

Segundo a deputada, as situações de concursos para o preenchimento de vagas na Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério da Justiça e outros órgãos advertem para que se evite a participação de empresas sem eficácia. Ela classificou, por exemplo, a Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino e Assistência (Funrio) de “amadora" nos quesitos segurança e organização. “Apenas este ano, ela realizou cinco concursos federais e três deles foram cancelados por suspeita de fraude”, assinalou. 

Além da presidente da Frente, participaram da reunião de quarta-feira em Brasília os deputados Lázaro Botelho (PP-TO), Perpétua Almeida (PCdoB-AC), o diretor geral do Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF), inspetor Hélio Cardoso Derenne, e o presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviárias Federais do Estado da Bahia, José Carlos Santana. 

Ação na Justiça 

Suspeitas de fraude exigem mudanças no concurso público  - Gente de Opinião

Deputada Alice Portugal mobilizou colegas e levou pleito da PRF ao ministro da Justiça, Tarso Genro /A TARDE


A Associação Nacional em Defesa do Concurso Público (Anpac) entrou com ação contra a Funrio para anulação do concurso da PRF. De acordo com a diretora executiva, Maria Thereza Sombra, durante audiência com o ministro Tarso Genro, dia 21, o diretor Hélio Derenne solicitou o aproveitamento de 204 excedentes restantes do concurso de 2008. 

A Anpac debateu com o ministro aspectos da legislação, aproveitamento dos excedentes, valorização da categoria e melhores condições de trabalho. A deputada Alice Portuga relatou as dificuldades enfrentadas pelos PRFs no País: “Os policiais têm realizado ações de combate a todo tipo de crime com extrema competência e esse papel é reconhecido pela sociedade”, disse. 

Reabertura de negociações 

Ela destacou os avanços conquistados durante o atual governo, entre os quais, o nível superior para o ingresso, o aumento das vagas no quadro, e a melhoria salarial. Alertou que a reabertura da mesa de negociação permitirá à categoria ampliar as possibilidades de receber o tratamento merecido, principalmente coma aprovação da Lei Orgânica. 

“Apesar de os PRFs estarem num patamar de salário razoável em relação às demais categorias, ainda é preciso resolver a diferença com relação às demais polícias da União como ficou patente ao final das negociações. Além disso, precisamos nos esforçar para chamar o restante dos concursados e completar as mil vagas ainda este ano, abrindo concurso para os cargos administrativos”. O ministro Tarso Genro prometeu reabrir e mesa. 

Na Amazônia, crimes ambientais, 
contrabando, tráfico...
 

BRASÍLIA – São precárias as condições de trabalho dos policiais, principalmente na região norte do País, observou o presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais, Gilson Dias da Silva. “Nesses estados, apesar dos índices de acidentes serem menores, os crimes ambientais, contrabando de armas, de seres humanos, a escravização de trabalhadores, o tráfico de drogas, a exploração sexual de crianças e adolescentes, estão muito presentes e é preciso que o governo ocupe esses espaços amazônicos com a PRF”, relatou. 

Para Gilson da Silva, com a proximidade da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, se a PRF receber os equipamentos e pessoal necessários, terá condições de fazer um trabalho de qualidade. A deputada Solange Almeida (PMDB-RJ) reiterou ao ministro a competência como se portou a PRF nos jogos Pan Americanos: “É preciso que a pauta dos policiais seja atendida para que cada vez mais eles possam trabalhar com o brilhantismo”. 

No Ministério da Justiça, estão adiantados os estudos para a busca de atendimento às necessidades da PRF, inclusive com relação ao concurso dos administrativos. “Pedimos isso ao Ministério do Planejamento. Vou determinar a criação de um grupo de trabalho que reunirá, o MJ, DPRF e FenaPRF para analisar as demandas do documento apresentado pela Frente”, disse o ministro Tarso Genro. (M.C.)

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Fonte: Montezuma Cruz - A Agência Amazônia  é parceira do Gentedeopinião

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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