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Montezuma Cruz

Seringueiros amazônicos aguardam acesso ao livro da Previdência Social


 

Seringueiros amazônicos aguardam acesso ao livro da Previdência Social - Gente de Opinião

Alistados e transportados para a floresta pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (Semta), soldados da borracha extraíram látex para o Brasil  e os Estados Unidos durante a 2ª Guerra Mundial. Luta pelo reconhecimento é cheia de dificuldades, mas começa a render bons frutos /O RONDONIENSE
 

MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias


 

O acesso do Sindicato dos Soldados da Borracha e Seringueiros de Rondônia (Sindsbor) ao livro do Ministério da Previdência Social com 55 mil nomes de soldados da borracha que trabalharam nos seringais da Amazônia é a mais recente reivindicação dessa categoria, informou hoje (25/1) a diretoria da  entidade. Ao mesmo tempo, o sindicato espera a confirmação do senador Paulo Paim (PT-RS) para uma audiência pública na qual será debatida a violação dos direitos humanos contra os soldados da borracha e seringueiros na época da 2ª Guerra Mundial (1939-1945).
 

O Sindsbor comemora a reforma da sede e, o mais importante para o atendimento ao público: "Educamos todas as pessoas que trabalham no conosco para servir com presteza todas as pessoas que nos visitam." A direção segue visitando gabinetes de senadores, deputados, ministros e de mais autoridades, dos quais obtêm a confirmação para a defesa dos interesses da classe.
 

"Autoridades brigaram, denunciaram, propuseram e articularam sobre os direitos da nossa classe. Os Ministérios dos Direitos Humanos e a Previdência Social conheceram a bravura e o potencial de cobranças daqueles que estão à frente do sindicato", diz o boletim mensal do Sindsbor.
 

Desde que assumiu a entidade, em 2011, a nova direção juntou documentos que denunciam a atual situação dos soldados da borracha e de seringueiros. A maior parte já foi entregue ao gabinete da Presidência da República e a diversas autoridades do Distrito Federal, rogando-lhes o apoio no sentido da aceleração da ação judicial de indenização por dano moral para a classe, que espera se beneficiar ainda este ano do projeto de emenda constitucional nº 556/2002, de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), e do projeto de lei do deputado Mauro Nazif (PSB-RO), estabelecendo o atendimento médico-hospitalar nas redes dos hospitais militares para os soldados da borracha e seus familiares.
 

Há dois anos, no final de 2009, durante a elaboração da Lei Orçamentária da União, Nazif conseguira a aprovação de emenda em despesa continuada no valor de R$10 milhões, o que assegurava o pagamento do 13º Salário aos soldados da borracha. Com a aprovação da emenda que assegurava o recurso para o custeio do pagamento e a sanção do Presidente Lula, a matéria teve sua tramitação desobstruída. Assim, o deputado Paulo Maluf emitiu parecer favorável ao projeto.
 

Apesar do esforço dos parlamentares federais, deputados estaduais, a Assembléia Legislativa Estadual pouco se mobilizou ou manifestou em relação à luta dessa categoria. O Sindsbort também está buscando apoio dos estados do Acre e do Pará. Associados do interior do estado, especialmente em Costa Marques, Guajará-Mirim, Pimenta Bueno,Ji-Paraná, Jaru e até de Humaitá (AM) receberam informações a respeito do trabalho da atual diretoria. "Tudo no sentido de consertar irregularidades e facilitar situações", observa.



"Peões do segundo ciclo da borracha"
 

Soldados da Borracha foi o nome dados aos brasileiros que entre 1943/1945 foram alistados e transportados para a Amazônia pelo Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (Semta), com o objetivo de extrair borracha para os Estados Unidos da América (Acordos de Washington) na II Guerra Mundial. Foram os peões do Segundo Ciclo da Borracha e da expansão demográfica da Amazônia.
 

O contingente de Soldados da Borracha é calculado em mais de 50 mil, sendo na grande maioria nordestinos e, por sua vez, cearenses. Foi prometido aos Soldados da Borracha que, após a guerra, estes retornariam à terra de origem. Na prática, mais da maioria deles morreu de doenças como malária ou por influência de atrocidades da selva. Os sobreviventes ficaram na Amazônia por não ter dinheiro para pagar a viagem de volta, ou porque estavam endividados com os seringalistas (Wikipedia).

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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