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Montezuma Cruz

PDS ganha as primeiras eleições e o Bispo felicita Teixeirão


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MONTEZUMA CRUZ
Editor de Amazônias

 

Não houve disfarce algum. Enquanto algumas paróquias interioranas apoiavam o PT ou o PMDB, alguns integrantes da cúpula da Igreja Católica rondoniense torciam escancaradamente pela vitória do PDS. Antes e depois do pleito de 1982 a Rádio Caiari mais parecia uma emissora a serviço do governo e do partido oficial que propriamente uma rádio cristã a serviço do povo de Deus.
 

Com a força do rádio e a exorbitância na divulgação de panfletos, folders e cartazes em repartições públicas, ruas, residências, comércio e até em escolas públicas o PDS rondoniense adotava métodos semelhantes aos do Partido Colorado paraguaio durante a ditadura do general Alfredo Stroessner. Simplesmente abusava do mando.

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Dom Antonio Sarto: um telegrama resume a satisfação eclesial pela vitória do PDS /ARQUIVO CNBB


 

No entanto, em plena campanha o boletim da Arquidiocese de Porto Velho, distribuído na Catedral do Sagrado Coração de Jesus e nas paróquias da capital “não recomendava partidos”, mas orientava os fiéis: “Não venda o seu voto em troca de gambiarras, palanque, pintura, telhas, estradinhas, poste de iluminação ou verbas para obras sociais; não venda sua imagem aceitando a visita ‘cordial e desinterassada’ desses senhores que somente agora descobriram a importância de vocês.”
 

Ex-coadjutor da Arquidiocese de Porto Velho, transferido para Barra do Garças (MT), o bispo dom Antonio Sarto enviou telegrama ao governador Jorge Teixeira de Oliveira, cumprimentando-o pelas eleições de três senadores e de diversos parlamentares. “O responsável pela vitória dos candidatos do PDS nas urnas é o governador”, escrevia dom Sarto, um salesiano da ala conservadora eclesial naquele período.
 

Teixeirão sorriu satisfeito ao receber o elogio do bispo, que fortaleceria ainda mais o partido situacionista com a rádio inteiramente voltada para enaltecer o pleito e os eleitos pedessistas.
 

Sarto ficou 20 anos em Barra do Garças (MT). Emérito, continuou servindo à Igreja. Segundo a CNBB um de seus últimos trabalhos foi a revisão geral da tradução em português do “Lexicon – Termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas”, do Pontifício Conselho para a Família, lançado no Brasil em 2007. Morreu em 29 de setembro de 2008, em Campinas.
 

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