Terça-feira, 17 de novembro de 2009 - 11h07
MONTEZUMA CRUZ
montezuma@agenciaamazonia.com.br
Há algum tempo jogo no time daqueles têm horror a substantivos que se transformam em verbos: agendar, priorizar etc.
A mais recente onda – chega a ser praga – nos meandros do poder é o arremedo de verbo “despolitizar”. Veio por conta do mais recente apagão elétrico. “Esse jogo já viramos”, limita-se a dizer o líder do PT na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), aludindo-se, obviamente, à pré-campanha da senhora Dina Roussef à sucessão presidencial. A própria, capaz de encarar um esconde-esconde que faz lembrar o recreio da escola primária.
Outros parlamentares da base governista, e a própria ministra, não encontram outra desculpa: “Não podemos “politizar” assunto tão sério quanto o apagão”.
Apagão é assunto de segurança nacional? É. A comunicação por computador é vulnerável, logo, exige cuidados. Você já digitou o seu CPF na tela? Sem paranóia, fiquemos por aqui.
Passa no cineminha da mente, pontes inacabadas na Amazônia, uma das quais vi de perto, em Itapoã do Oeste (Rondônia). Reflito, então, a respeito de um PT fanático, cuja obsessão fiscalizatória incomodava a situação. O partido não apenas defendia propostas, mas lutava a qualquer custo pela aprovação de uma lei que impedisse fraudes na licitação e de outra que regulamentasse a capacidade do Tribunal de Contas da União (TCU) de localizar e punir falhas.
A tal Lei 8.666/93, a conhecida Lei das Licitações, foi parida com a luz do entendimento e para ela contribuiu decisivamente o senador Pedro Simon (PMDB-RS). Contribui, vírgula. Relatou tudo.
Tempos e tempos depois, eis que os arautos da moralidade e dos bons costumes, dos quais um dia fui aliado, mudam o discurso, em nome de contratos milionários. Justificam que uma comissão técnica, formada por técnicos do TCU e por representantes do Poder Executivo cuidará do assunto. O novo órgão deliberaria pela paralisação ou não de uma obra com suspeitas de irregularidades.
Nesse Novíssimo teatro, cabe perguntar: isso funciona? À moda do Conselho de Ética ou à moda de uma verdadeira dedicação à lisura, à moral, à ética e aos bons costumes tão defendidos no século passado?
Disso tudo, suponho que a treva às vezes toma conta da política nacional, mesmo a contragosto de uns duzentos bons parlamentares trabalhadores. Digo assim, porque o presidente, numa de suas candidaturas, disse que o Congresso “possuía uns trezentos picaretas”.
Assim, sublata lucerna nulla est fides. Ou seja: “Uma vez apagada a luz, some a confiança”.
Escaldado com a água fria e com a canga um tanto pesada, liguei meu desconfiômetro a toda potência. É que tantas luzes vêm se apagando, sem a necessidade de nenhuma Itaipu.
Uma boa semana a todos.
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