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Montezuma Cruz

Cientistas estudam mudanças climáticas em Belém e mais nove grandes cidades


 
 
MONTEZUMA CRUZ
Agência Amazônia
 
BRASÍLIA – Belém, capital do Estado do Pará, é a única da Amazônia e uma das dez grandes cidades que terão mapeadas as vulnerabilidades decorrentes das mudanças climáticas. Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas serão beneficiados com investimento inicial de R$ 1 milhão para iniciar o trabalho cujos resultados serão divulgados em março de 2010. Segundo a assessoria do instituto, entre outros aspectos, os mapas obtidos indicarão as fragilidades dos centros urbanos quanto ao aumento ou surgimento de novas doenças. 

Cheias e secas extremas têm atingido o País. No segundo semestre vem o período das queimadas e incêndios. O tema está em pauta esta semana em Brasília: na manhã desta quarta-feira, 20, a Comissão de Amazônia da Câmara dos Deputados votaria  o requerimento nº 508 do deputado Fernando Melo (PT-AC), propondo audiência pública para debater o fogo zero na Amazônia, no entanto, o parlamentar convidará cientistas da Embrapa e a matéria foi adiada.

Cientistas estudam mudanças climáticas em Belém e mais nove grandes cidades - Gente de Opinião
Belém, na manhã de domingo, 17 de maio /M.CRUZ

Já na Comissão Mista de Mudanças Climáticas, o deputado Colbert Martins (PMDB-BA) defendeu ontem que o colegiado tenha poder deliberativo sobre os temas ali debatidos. Melo retornou de uma excursão ao Baixo Tocantins e Nordeste do Estado do Pará, onde conheceu tecnologias da Embrapa Amazônia Oriental para a conservação do solo, plantio direto e eliminação do fogo no roçado.

“A presença de cientistas da Embrapa na Câmara trará à Comissão da Amazônia uma grande contribuição para que os pequenos agricultores da região possam usufruir de alternativas ao fogo”, destacou. O Ministério Público Federal quer o fim das queimadas no Acre até 2011.



Sem duplicidade

Martins queixou-se de que essa comissão – a terceira mista permanente na Câmara, ao lado do Orçamento e do Mercosul – não pode apresentar emendas ao Orçamento Geral da União, nem possui poder sobre propostas. Exemplificou: “A Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Projeto de Lei 3535/08, do Poder Legislativo)”.

Lembrou que o tema “não se confunde com o meio ambiente”. “Se o projeto é de manejo de floresta, claro que é do meio ambiente, mas se tratamos de emissão de carbono, é um absurdo que não possamos decidir sobre ele”, observou. Martins quer mudar o regimento. 

 

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Baía de Guajará, em Belém /M.CRUZ

Carlos Nobre
“Não se pode desviar 
o foco do debate da Amazônia”

 

BRASÍLIA – O coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas e pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Carlos Nobre, disse  em Brasília que a identificação dos problemas direcionará as políticas públicas de adaptação das cidades e facilitará o cálculo do custo do aquecimento global para a economia brasileira. Ele prevê mapas “mais qualitativos do que quantitativos”.

“Para detalhar com mais precisão os impactos do aumento do nível do mar no Rio de Janeiro seriam necessários mapas topográficos com resolução de 1 e 2 centímetros, os atuais têm resolução de meio metro (50 cm)", disse ele à Agência Brasil. 

Cientistas estudam mudanças climáticas em Belém e mais nove grandes cidades - Gente de Opinião
Nobre: "Cidades contribuem para reduzir emissões de carbono no País" /INPE

Apesar da preocupação com as cidades, Carlos Nobre argumentou que não se pode desviar o foco do debate sobre mudanças climáticas no Brasil decorrentes do desmatamento da Amazônia, principal fonte de emissões de gases de efeito estufa do País.

“Reduzindo as emissões nas cidades não vamos reduzir significativamente emissões brasileiras. A ênfase na redução de emissões nas cidades não pode ser maior que a ênfase na redução do desmatamento.

As cidades têm que ter relacionamento muito forte com emissões de desmatamento e de agricultura”, ponderou. Nobre defende ações práticas de consumo responsável pelos moradores das grandes cidades, como o boicote à madeira sem certificação. “Cerca de 80% da população brasileira é urbana, o poder está de fato com os habitantes da cidades”, afirmou.

▪ Os estudos para Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, ainda dependem de recursos, que estão sendo negociados com o Ministério do Meio Ambiente.

▪ Serão analisadas as zonas costeiras, que perderão área com a elevação do nível do mar e abordadas as áreas de ecologia urbana, recursos hídricos e desastres naturais.

Fonte: Montezuma Cruz - A Agênciamazônia é parceira do Gentedeopinião e Opinião TV

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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