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Montezuma Cruz

Capital dos políticos. E nem aeroporto tem.


 
 

Capital dos políticos. E nem aeroporto tem. - Gente de Opinião
O zelador aparenta tranqüilidade às 8h da manhã, quando visitamos o local; à noite e de madrugada, ele sabe que pode haver surpresas /M.CRUZ



MONTEZUMA CRUZ
Amazônias



ROLIM DE MOURA – O casebre assusta: não possui paredes e se encontra destelhado. Gaviões sobrevoam a área e pousam quando encontram comida. A pista é apenas coberta por pedregulhos. Seu Antonio, o zelador, passa a noite numa rede, desarmado, sujeito à ação de ladrões, que já o ameaçaram. Uma vez roubaram um avião ali estacionado. É constante a presença de drogados nas imediações.


Capital da Zona da Mata, cidade dos maiorais da política rondoniense, Rolim de Moura tem 50,4 mil habitantes, é pólo de uma região com 151 mil habitantes, mas não atende às necessidades de proprietários e passageiros de avião. Sua estação de passageiros nem pode ser considerada assim.


Quem quer viajar para cidades de Rondônia e para outros estados tem que viajar 108 quilômetros, pelas rodovias RO-479 e BR-364, até o Aeroporto José Coletto, em Ji-Paraná, onde há vôos regionais e interestaduais diariamente. Outra opção para quem quer sair do estado é viajar até Vilhena, a 254 quilômetros. Nesse caso, o passageiro percorrerá uma distância superior a duas vezes o trecho Rolim-Ji-Paraná.


Não é culpa do prefeito Tião Serraia (PMDB). O problema se arrasta há várias administrações, sem iniciativas suficientes para inverter a geografia. Rolim de Moura situa-se na região central rondoniense e precisa convencer as autoridades de que seus viajantes querem embarcar confortavelmente ali mesmo, a exemplo de tantas outras cidades bem atendidas no interior amazônico.


O ex-governador Ivo Cassol (PPS) e o vice João Cahulla (PPS) têm base eleitoral ali. O senador Valdir Raupp (PMDB)  a deputada federal Marinha Raupp (PMDB), e o ex-senador Expedito Júnior (PSDB) também. Todos são candidatos, todos são usuários do Aeroporto de Ji-Paraná, principalmente quando se deslocam para Brasília, ou de lá para cá.

 

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Situação de abandono não é única: pior para a população rolinense é não ter opções de vôos locais



 

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