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Montezuma Cruz

Cana só entra em área degradada por pastagens na Amazônia


MONTEZUMA CRUZ

Ministro da Agricultura garante que elas surgirão, mas só em áreas já exploradas na criação de bois. O zoneamento só sairá em 2008. A floresta amazônica não será derrubada para o cultivo da cana-de-açúcar, garantiu nesta quarta-feira o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, em concorrida audiência pública promovida pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional. A região terá lavouras de cana, sim, mas elas surgirão em áreas degradadas por pastagens, garantiu o ministro. 
Com um bloco de informações técnicas nas mãos, o deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), amazonense de Humaitá, defendeu o cultivo da cana, da mesma forma que o dendê. E garantiu ao ministro: "Não precisaremos derrubar um só pé de árvore para que a cana possa contribuir com a ocupação de nossa região". Stephanes observou-o, fazendo sinal de concordância.

Zoneamento agroecológico
O ministro argumentou que a demanda por terras para a expansão o cultivo da cana será menor do que o total de áreas degradadas existente hoje no País. Lembrou que o País conta atualmente com um total de 30 milhões a 40 milhões de hectares de áreas degradadas. A cana ocupa hoje 6 milhões de hectares de um total de 300 milhões de ha de áreas cultivadas no País.
"Mesmo que o Brasil triplique sua produção, o que não está previsto para os próximos 12 ou 15 anos, precisaríamos de não mais que 6 milhões, o que corresponde a aproximadamente 1/4 das áreas degradadas", ele observou. Atualmente, segundo Stephanes, mais de 80% do crescimento cultivo de cana ocorrem em áreas degradadas por pastagem. Para ele, o Brasil "caminha na direção correta".
O deputado Bentes perguntou a Stephanes se os zoneamentos agroecológicos vêm sendo respeitados. O Pará foi o primeiro estado a fazê-lo na Amazônia. O ministro informou que só em junho do próximo ano o governo vai anunciar um projeto de zoneamento para plantação de cana no País. Esse estudo informará os locais onde a cana poderá ser plantada do ponto de vista agrícola e também os lugares onde o governo acha que não se deve plantar e onde gostaria que houvesse cultivo.
Risos
Bentes e a presidente da comissão, deputada Vanessa Grazziotim (PC do B-AM), protagonizaram uma cena que provocou risos dos parlamentares e do público — cerca de 80 pessoas presentes à audiência. Ele se excedeu na fala e foi alertado de que o tempo se esgotara. Já havia dito, que era "um apaixonado pela Amazônia", olhando fixamente para o ministro e para a deputada.
Repetiu as mesmas palavras, mas não numa das vezes não completou a frase
— A senhora sabe o quanto eu sou apaixonado..
— Eu pensei que Vossa Excelência fosse dizer que era apaixonado pelo ministro...
Depois, a deputada corrigiu: "Deputados, todos lhe conhecem; eu quis dizer que o senhor é um admirador das ações do ministro Reinold Stephanes.
Fonte:  MONTEZUMA CRUZ - montezuma@agenciaamazonia.com.br

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