CONTA GOTAS: MOEDA DE TROCA NA SAÚDE

 

MOEDA DE TROCA NA SAÚDE

Nessa questão do João Paulo só atender alta complexidade, deixando para os postos municipais o atendimento menor pode até ser uma coisa coerente, mas, na prática, está cada vez mais gerando dificuldades e pode até descambar em agressões a quem não tem nada com a história: os profissionais que atendem nos postos municipais e que vão acabar levando a culpa de uma situação gerada pelo desprezo com que o setor vem sendo tratado pelo poder público. 

A questão do João Paulo é mais uma demonstração da politicagem na gerência do interesse público e, claramente, o uso de um setor vital, o da saúde, como moeda de troca na disputa política local, sem que se leve em consideração o cidadão e direitos consagrados inclusive na Constituição Federal. 

Não estou aqui para dizer quem está certo ou errado, mas apenas para citar um exemplo, o do controle do ponto nos hospitais do Estado, onde quem toma conta disso destrata servidores alegando agir em nome do governador, transformando um ato normal, o de verificar a presença em serviço dos servidores, num exercício de autoritarismo e de má educação - o que também acontece na Assembléia Legislativa. 

Voltando áo nosso foco central, relativo ao João Paulo, seria necessário, antes de tomar uma decisão como a agora anunciada, que Governo e Prefeitura cumprissem efetivamente suas responsabilidades. Nesse caso do atendimento no órgão estadual, há dois fatores a considerar: primeiro, a falta de cultura em Porto Velho de levar o doente inicialmente aos postos e policlínicas municipais e, segundo, porque os postos municipais não contam com estrutura necessária para cumprir suas finalidades. 

Equipamentos quebrados dificultam até um exame de raio-x ou um examelaboratorial, isso para citar apenas doisa casos, o que pode ser ampliado pela falta segurança física de prédios e servidores. "Como posso atender bem um paciente se alguém fora do gabinete está gritando e dando chute na porta ameaçando me agredir?", queixa-se um profissional de saúde, reclamando que a sobrecarga do plantão é outra ameaça: "Há dias que atendemos num período mais de 50 pessoas, e isso é desumano para nós, que fazemos o atendimento e, principalmente, ao paciente que não pode ser bem examinado justamente porque faltam tempo e meios para tal"?". 

Apenas para citar um exemplo, a situação do posto municipal do Ulysses guimarães, onde falta banheiro para uso de quem trabalha ali, e o único, o do pessoal da limpeza, está em situação tão precária que desestimula qualquer pretendente a usuário, e a solução é buscar socorro nas casas vizinhas, contando com a boa vontade dos moradores. 

Nessa questão do uso da saúde pública como moeda de troca política entra até a Vigilância Sanitária. Se esses órgãos, o municipal e o estadual, agissem conforme as finalidades para as quais foram criados - e para o que o contribuinte paga salários e meios de trabalho - certamente haveria interdição de locais de atendimento de saúde que não condizem com as normas da vigilância. "Mas, como fazer queixa nesses órgãos? Será que eles farão alguma coisa sabendo-se serem ligados ao poder público?", quer saber um profissional de saúde. 

Agora, uma coisa se tem de tirar o chapéu e destacar: fazer propaganda, gastar dinheiro vendendo imagem de ter feito algo no setor, isso os administradores públicos fazem com muita voracidade. Já agir de forma coerente no setor, investindo na melhora da qualidade do atendimento, bom, isso, pelo visto, é periférico.

ESPETÁCULO
Um coral com centenas de vozes, infantis e adultas, domingo, abriu o período natalino no shoping porto-velhense. Regido pela maestrina Raquel Lyrio, o coral recebeu muitos aplausos dos que lotaram o espaço do shoping, e que ficaram com o gostinho de quero mais. 

CAÇAMBADA
Lotação completa para um público misto de velhos moradores com gente recém-chegada e jovens estudantes, foi a tônica da quinta-feira no Banzeiros, quando o Zola Xavier apresentou o trailer do "Caçambada cutuba", um episódio da década de 1960 na política local e que redundou em violência e mortes. 

EXPECTATIVA
É grande a expectativa na região pela retomada da estrada ligando Porto Velho a Manaus. Da capital rondoniense até Humaitá a pista está boa, faltando poucos quilômetros para a obra ser entregue. Os efeitos da melhora da BR-319 já são sentidos, especialmente em Humaitá, onde o desenvolvimento é um fato notório. Agora, é bom a Polícia Rodoviária começar a se fazer presente no trecho e cumprir suas finalidades. Outra coisa: que tal colocar uma placa na saída de Humaitá, indicando um lado para Porto Velho e outro para Manaus? É comum algum motorista desavisado errar o acesso. 


FEDENTINA
Aquela intrminável obra do Canal dos Tanques, na região que vai da Dom Pedro II até a Jorge Teixeira, está cada dia mais jogada fora e voltando a ter transformado o leito do canal em depósito de lixo. A idéia é que, mais uma vez, o dinheiro do contribuinte foi jogado fora. 


ACADEMIA
A Academia Guajaramirense de Letras participou no último final de semana do Encontro dos Filhos e Amigos de Guajará-Mirim, conforme o acadêmico Paulo Saldanha. 


DESESPERO
Moradores do bairro Lagoa, em Porto Velho, entram em desespero quando começa a chover. Especialmente os moradores da rua Pirapitinga, cujas casas ficam literalmente ilhadas, tudo porque falta qualquer tipo de drenagem na área. Moradores afirma terem até levado fotografias para assessores do prefeito, mas de nada tem adiantado e continuam vendo suas casas, carros, motos e etc se perdendo por falta de atenção de quem tem a obrigação de trabalhar para evitar aquela situação. 

Inté outro dia, se Deus quiser! 

DATAS DE RONDÔNIA

(Período de 16 a 22 de novembro)

Dia 16 – Em 1916 – Fundada a primeira entidade representativa das artes cênicas, em Porto Velho, a Associação Dramática, Recreativa e Beneficente (Antonio Cantanhede, Achegas para a História de Porto Velho)

Dia 17 – Em 1903 – Brasil e Bolívia assinam o Trata do de Petrópolis, pelo qual o Brasil fica com as terras do Acre e se responsabiliza pela implantação de uma ferrovia margeando as cachoeiras do Rio Madeira – a Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (Francisco Matias – Pioneiros – Ocupação Humana e Trajetória Política de Rondônia)

Dia 18 – Em 1953 – Ênio dos Santos Pinheiro toma posse como governador do Território (Professora Tereza Chamma, Calendário de Guajará-Mirim)

Dia 19 – Em 1915 – Insuflados pela administração norte-americana da Madeira-Mamoré, comerciantes estabelecidos no lado brasileiro de Porto Velho se insurgem contra cobrança de impostos e provocam enormes arruaças (Antonio Cantanhede, Achegas para a História de Porto Velho)

Dia 21 – Em 1977 – Instalação do município de Ariquemes

Dia 22 – Em 1977 – Deixa de existir o distrito de Vila Rondônia, que antes havia sido Urupá e Presidente Pena. A partir dessa data está instalado o município de Ji-Paraná. 

Lúcio Albuquerque
[email protected]