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Francisco Matias

PORTO VELHO - APERTEM O CINTO, O PREFEITO SUMIU



Por Francisco Matias(*)

1.Se o governador de Pernambuco, presidenciável Eduardo Campos, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro, PSB, depender da cidade de Porto Velho, governada por seu correligionário Mauro Nazif, para ser uma das vitrines de sua campanha eleitoral, estará perdido no mato sem cachorro.  Na campanha eleitoral do ano passado, Eduardo Campos apareceu no programa eleitoral de Mauro Nazif, pedindo  votos para o então candidato a prefeito, afirmando que a então futura administração faria de Porto Velho uma vitrine. Passados quase onze meses da posse, tudo leva a crer que o prefeito Mauro Nazif, eleito com uma carrada de votos, ainda não se deu conta de que é o prefeito do município de Porto Velho. 

2.Esse é um pensamento corrente na maioria da população que brota junto com a decepção de ver uma cidade parada na lama e nos buracos, quando chove, e nos buracos e na poeira, quando não chove, pra falar somente de lama, poeira e buracos. Talvez a marginal rua da Beira seja o emblema maior da inoperância do prefeito e, por extensão, do governador Confúcio Moura. Mas, talvez a marginal rua da Beira, por emblemática, salve o prefeito e o governador de afundar ainda mais nos buracos e na lama, na medida em que, uma parte da via está em obra e poderá ficar pronta até o ano que vem. PORTO VELHO - APERTEM O CINTO, O PREFEITO SUMIU - Gente de Opinião

3.O fator Mauro Nazif será determinante para o palanque do presidenciável Eduardo Campos em Rondônia, que tem dois prefeitos do PSB, por sinal, nos dois maiores municípios. O outro é o de Ji-Paraná, segundo maior cidade do estado, administrada por Jesualdo Pires que está bem na foto. Mas, em Porto Velho a vitrine está pelo avesso e o prefeito Mauro Nazif não pode mostrar ao seu candidato a presidente da República como obra pronta ou em andamento, salvo raras exceções. E não dá tempo melhorar. Além da marginal rua da Beira, Mauro Nazif herdou do ex-prefeito Roberto Sobrinho os viadutos e tudo o que representam de incapacidade administrativa, a despeito das ilusórias promessas de campanha.

4.A cidade de Porto Velho é a quarta maior da Amazônia em população, e a terceira em economia. Por ser capital do Estado, recebe diariamente centenas de pessoas que vem negociar com o governo, ou a serviço,  ou tratar com a iniciativa privada. A cidade foi elevada a metrópole regional em 2008, e é centro radiador da economia do Mercosul-oeste, que envolve o Brasil, a Bolívia, o Peru e a Venezuela, além de sediar o escoamento da Zona Franca de Manaus e do estado do Acre. No entanto, carece de toda a estrutura necessária para justificar sua nova condição geopolítica. As ruas são mal sinalizadas e não tem iluminação adequada. A rede asfáltica é quebradiça e os acessos à BR 364, na parte central é, no mínimo, perigoso. Os bairros estão do jeito que o prefeito que saiu deixou e padecem os danos causados pelas chuvas e alagações decorrentes.

5.Claro que o prefeito Mauro Nazif não poderia ter resolvido todos os problemas em apenas 330 dias de gestão Mas poderia, pelo menos, ter demonstrado vontade política de fazê-lo. O que se esperava do prefeito era,  uma atuação correspondente à sua campanha e a votação que recebeu. Do jeito que está ele mais parece um cabo eleitoral do ex-prefeito Roberto Sobrinho do que de si mesmo. Recentemente, em entrevista ao site tudorondonia, o ex-prefeito afirmou que havia deixado mais de 300 milhões de reais no caixa da prefeitura para investimentos. Se for verdade, o que o atual prefeito está fazendo com tanto dinheiro imobilizado? Onde está o maquinário que o ex-prefeito afirma ter deixado pronto para funcionar? Onde está a EMDUR? Parece perdida na escuridão das ruas.  Há uma sensação de que o prefeito Mauro Nazif sumiu. Então, apertem o cinto. Mas não é somente a cidade. A zonas rural e ribeirinha clamam por socorro. As linhas vicinais e os ramais estão cada vez pior, mormente nesse período chuvoso que mal começou e vai se estender até abril/maio do ano que vem.

6.Não se pode esquecer que o município de Porto Velho desenvolve economia primária, nos ramos mineral e agropecuário de larga escala. A economia secundária também é importante com agroindústrias e indústrias de transformação, sem contar com o avanço da zona urbana sobre áreas rurais mais próximas. Por isso, as estradas rurais (ramais, vicinais e coletoras) devem receber da prefeitura ações de melhoramento rápido, antes que as chuvas desabem com mais furor e frequência, como ocorre nos meses de dezembro a fevereiro. Por isso, vai aqui um apelo: prefeito Mauro Nazif, apareça. Não deixe que sua biografia caia nas engrenagens dessa máquina de moer biografias que é a confortável cadeira de prefeito de Porto Velho. Vem pra rua.

Historiador e analista político*

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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