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Dom Moacyr

12º. Intereclesial e Ano Catequético




Encerramos o mês de agosto lembrando aquelas pessoas que desempenham um papel de importância fundamental na educação para a fé: os catequistas. O que seria de nossas comunidades eclesiais de base sem a presença e a atuação dos catequistas? 

Na cultura pluralista, os ambientes da escola, do trabalho e da vida social não comunicam valores cristãos. As famílias estão despreparadas para assumir a responsabilidade da educação da fé. O ministério da Palavra exige o ministério da catequese. A importância da catequese não se limita às crianças e aos jovens; é prioridade a catequese adulta com adultos, um “itinerário catequético permanente”, uma verdadeira escola de formação integral. (DGAE 64)
  
Em sua mensagem aos catequistas, Dom Eugênio Rixen, Presidente da Comissão Episcopal para Animação Bíblico-Catequética da CNBB, destaca os preparativos para o Ano Catequético e a missão do catequista, que é “nutrir e manter acesa a chama da esperança e da fé, pedindo ao Senhor que permaneça nas famílias, nas comunidades, na Igreja-Comunhão, espaço privilegiado da partilha, onde todos se sentem família, membros de um só corpo, por que reconhecem o Cristo partido e repartido não somente na eucaristia, mas na vida dos irmãos e irmãs e que a Boa Nova chegue aos corações e desperte a solidariedade, a inclusão e a justiça.
  
Reconhecemos a importância deste ministério para a vida da Igreja; milhares de catequistas cumpriram e continuam cumprindo, com determinação e amor, a missão que Deus lhes confiou neste chão de Rondônia. Nas visitas pastorais constato que, mesmo nas comunidades mais distantes, sempre tem a catequese, mesmo que ninguém tenha feito algum curso ou participado de algum encontro. Sempre vai haver uma pessoa que acolhe a inspiração de Deus e começa a reunir os jovens e as crianças para educá-los na fé. Há comunidades que são verdadeiras expressões da catequese de adultos; favorecem uma educação da fé, ligada mais à vida da comunidade.

Pela catequese a graça de Deus é acolhida, as mentes se abrem para a verdade do Evangelho, e os corações são motivados para a vivência fraterna (D.Valentim).

Existe uma verdadeira multidão de abnegados catequistas, que testemunham a gratuidade da fé, dom de Deus, não só pela maneira gratuita como eles mesmos desempenham seu ministério, mas, sobretudo, porque manifestam a força de Deus, que os envolve, e torna-os instrumentos da ação poderosa do Pai que continua atraindo todos para o seu Filho, a presença do Jesus que revela sua verdade, e a atuação do Espírito que vai suscitando a comunhão eclesial, reflexo da comunhão trinitária. É dentro desta dinâmica divina que o catequista se sente envolvido. Por isto ele se torna a mediação humana do encontro que Deus quer ter com cada pessoa. A verdadeira catequese precisa levar ao encontro pessoal com o Deus vivo, por meio de Jesus Cristo e na comunidade eclesial.

Uma autêntica catequese ajudará a introduzir os catequizandos nos “lugares” conhecidos do encontro com Deus, como a leitura orante da palavra de Deus, o exercício da oração pessoal e comunitária, a experiência da participação na vida eclesial, a participação na Eucaristia e nos demais sacramentos, a prática da caridade fraterna e a vida moral coerente com o Reino de Deus anunciado por Jesus. Pela atuação dos catequistas, a opção religiosa não será somente um consentimento intelectual à formulações doutrinárias, com risco de superficialidade ou de fanatismos, mas se tornará adesão pessoal, permeada de valores humanos e cristãos, que os catequistas transmitem por seu testemunho de vida.
  
Um texto bonito da liturgia na festa dos apóstolos diz assim: “Vossos amigos, Senhor, anunciam a glória do vosso nome!” Os discípulos são verdadeiros amigos de Jesus Cristo, que os introduz na intimidade com Deus. A catequese é ação dos verdadeiros amigos de Deus. A catequese eficaz leva à amizade com Deus. E leva a doar a vida pelos irmãos incondicionalmente.  

Ao dirigir-se aos catequistas do mundo inteiro, Dom Cláudio Hummes afirma que “na América Latina e Central, ainda que não exclusivamente, existem catequistas assassinados por serem catequistas, isto é, testemunhas e anunciadores de Cristo e de uma verdade revolucionária: Deus ama o homem”. Além disso, existem catequistas mártires já beatificados. É um exército imponente presente no mundo inteiro, sempre em primeira linha. A Igreja lhes deve muitíssimo; o catequista é uma pessoa “capaz de cultivar relações de amor autênticas, e em um mundo freqüentemente sem esperança, alvo da violência e do egoísmo, cada gesto do catequista, cada sorriso, cada palavra, deve ser um testemunho de que o Senhor ama o homem”, acrescenta. Por tudo isso, o catequista deve ser um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, uma pessoa que já encontrou Cristo, que fez uma escolha pessoal e comunitária por Cristo, uma pessoa em escuta e busca contínua de Cristo, orientada para Ele no coração da Igreja, fiel aos seus ensinamentos. É fundamental que o catequista tenha uma formação suficiente para a sua missão, adaptando-se à região em que está vivendo, consciente de que é necessário transmitir a catequese em sua integridade e não somente uma parte. Este é o seu conselho aos catequistas: “Fazer que entendam que Deus nos ama”; devemos repetir às pessoas que devem amar a Deus, mas esquecemos de dar a bela notícia de que Deus nos ama. Só seremos capazes de amar a Deus se antes tivermos a experiência de que Ele nos ama.
 
Neste Dia dos Catequistas, convocamos todos os catequistas a concentrarem seus esforços na preparação dos grandes eventos de 2009: a realização do 12º. Intereclesial das CEBs (21 a 25.julho.09), conclusão do Ano Paulino (junho.09) e a celebração do Ano Catequético, cujo encerramento culminará com 3ª Semana Brasileira de Catequese (7 a 11. outubro.09), que tem como tema “Catequese, caminho para o discipulado” e lema: “Nosso Coração arde quando Ele fala, explica as Escrituras e parte o pão”. (Lc 24,13-35). O texto-Base está centrado na iniciação à vida cristã, no discipulado missionário, à luz do itinerário dos discípulos de Emaús (Lc 24,13-35). Fortalece a unidade entre fé e vida nas CEBs: “nas comunidades eclesiais de base se desenvolve uma catequese fecunda, através do clima fraterno, como ambiente adequado para uma ação catequética integral.” (T.B.126f)

O Ano catequético tem como objetivo dar novo impulso à catequese como serviço eclesial, caminho para o discipulado, seguimento e missão, recuperando a concepção de catequese como processo permanente de educação da fé capaz de atingir a todos, não somente as crianças, adolescentes, jovens, mas especialmente os adultos e que se constitua num "itinerário catequético permanente (DA  298).

A sociedade sofreu mudanças rápidas e profundas, o pluralismo religioso, a secularização, a banalização do sagrado e dos valores evangélicos,  o subjetivismo. Estes desafios necessitam ser assumidos pela Igreja com seriedade e zelo pastoral, por isso, o eixo norteador de todas as atividades sugeridas para o Ano Catequético estão direcionadas à formação para o discipulado numa Igreja que prioriza a Iniciação à Vida Cristã em vista da missão e do Reino da Vida. Como se insere no processo de recepção do Documento de Aparecida e das novas Diretrizes e demais eventos eclesiais, o Ano Catequético vai impulsionar e dinamizar toda a caminhada pastoral da Igreja.

Saudações a todos (as) Catequistas neste Dia do Catequista!

Fonte: Pastoral da Comunicação

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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