Uma coluna sem papas na língua 30/06/09

Teve negociações 

Na versão oficial, espalhada pela mídia chapa branca, o governador Ivo Cassol ingressaria hoje no PP, como o rei da cocada preta. Não foi assim: teve que sentar e negociar com o presidente regional Agnaldo Muniz e inclusive ceder algumas regalias para o dirigente pepista. Ivo assume hoje o comando do PP, mas a sigla terá Muniz como um fiscal do governador.

A garupa de Ivo

Com poderes para negociar a política de aliança em Rondônia, concedidos pelo Diretório Nacional do PP, o ex-deputado federal Agnaldo Muniz quer se eleger ao Senado na garupa do governador Ivo Cassol, que também disputará uma vaga ao Senado da República pela mesma agremiação. Como serão duas vagas em disputa, Muniz quer o segundo voto de Cassol para seu balaio.

Estratégia antiga 

A prática de tentar se eleger na garupa de políticos mais destacados, não é de hoje. Em 82, Odacir Soares, Galvão Modesto e Cladionor Roriz, se elegeram ao Senado em cima do prestígio do governador Jorge Teixeira de Oliveira, o Teixeirão. Em 94, todo mundo ainda lembra, que Ernandes Amorim se apoiou no segundo voto de José Bianco e, no pleito passado, Ivo Cassol levou na garupa Expedito Júnior.

Encontro Estadual

O DEM já discute sua política de alianças, com encontros regionais no estado. Depois do fórum realizado no final de semana em Ji-Paraná, serão realizados até o final do ano mais três: em Vilhena, Ariquemes e Porto Velho. Embora evite em falar em candidaturas, o presidente dos Democratas José Bianco sinaliza a criação de uma terceira via para as eleições de 2010.

Acordo fechado 

Nos bastidores, com vistas ao pleito do ano que vem, já se sabe que o DEM de José Bianco fechou acordo com o PPS de Moreira Mendes e esta convicto que também contará com o PSDB, cada vez mais distante do senador cassado Expedito Júnior, que ficou, diante da sua cassação, sem cartas na manga para negociar com os tucanos.

Campanha ficha limpa

O Movimento Nacional Contra a Corrupção Eleitoral – MCCE já obteve quase um milhão de assinaturas para o projeto que proíbe candidatura dos políticos processados em qualquer instância. Tanto a Ordem dos Advogados do Brasil –OAB, como a Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB tem sido atuantes na campanha.

Mais propostas

Enquanto a campanha da ficha limpa avança pelo país afora, mais propostas que visam quebrar as asas os corruptos avançam no Congresso Nacional. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) apresentou mais dois projetos, exigindo idoneidade moral dos candidatos. Como, tanto a Câmara como o Senado estão apinhados de corruptos, a aprovação das matérias não devem ser tão facilitadas.

Paulada dos petistas

A peça publicitária, sobre segurança pública, divulgada pela prefeitura de Porto Velho em rádio e televisão, exibe mais um round na briga política que envolve o prefeito Roberto Sobrinho e o governador Ivo Cassol. Taticamente, o VT dos petistas é caprichado para atirar no governador toda a responsabilidade sobre a violência que tomou conta da cidade.

Falta cooperação

Mas deixando a questão de estratégia política de lado, onde Sobrinho teve esta grande sacada de mídia, não considero justa a cobrança das áreas de saúde e segurança pública só do governo do estado. A prefeitura poderia colaborar mais: na área de segurança com a instalação da guarda municipal, na esfera de saúde atendendo com mais eficiência nos seus postos de saúde.

Política integrada

No mais, também o governo federal tem uma baita parcela de responsabilidades no que acontece na segurança pública. Não é justo responsabilizar apenas o governador Cassol pelo que está ocorrendo. É necessária uma política integrada envolvendo União, estado e município, que dificilmente vai ocorrer por causa de rivalidades tribais na aldeia rondoniense.

Do Cotidiano

População carcerária

Um antigo privilégio dos bacharéis e religiosos, a cela especial, caminha para a extinção, graças a alterações no Código de Processo Penal. O ponto de partida aconteceu recentemente com a aprovação no Senado, pela Comissão de Constituição e Justiça-CCJ, que aprovou a redução da lista de pessoas que tem direito á prisão especial. O texto do projeto de lei aprovado exclui do benefício ás pessoas com curso superior, padres, pastores, bispos evangélicos, pais de santo, além de cidadãos com títulos recebidos pela prestação de relevantes serviços, A proposta foi votada em regime de urgência, da forma de substitutivo do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). 

O texto aprovado no Congresso Nacional atualiza o Código de Processo Penal Brasileiro no que se refere à prisão, as medidas cautelares e a liberdade provisória. Conforme o teor da matéria, o rol de pessoas que passam a ter direito á prisão especial, bem mais restrito, será integrado por ministros de Estado, governadores, prefeitos, parlamentares, magistrados, delegados, procuradores e promotores, integrantes da Defensoria Pública, membros dos tribunais de contas, das forças armadas e cidadãos que já tiveram exercido efetivamente a função de jurado. 

No entendimento do senador Demóstenes Torres, o projeto vai ajudar a reduzir a população carcerária do país, hoje na casa dos 450 mil pessoas. Aprovado na Câmara, o projeto precisa ser aprovado pelo plenário do Senado, conforme noticiou a agência Estado. O projeto aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça propõe ainda a implantação do monitoramento eletrônico, com pulseira ou tornolezeira para localizar os detentos liberados para datas especiais com os Dia das Mães. Outra novidade é a permissão ao juiz de decretar prisão preventiva quando o crime envolver violência doméstica contra mulher, criança, idoso, adolescente, enfermo ou deficiente. 

Como se vê, os políticos que são autores dos projetos que regulam a vida brasileira tratam de incluir cláusulas para manter seus privilégios, sê possível um manto de impunidade. No caso de privilégios, os deles sempre são preservados, e os escândalos pipocam a cada semana.

Via Direta 

*** O PT fustiga o governo de Rondônia por causa da violência de todos os lados *** Em Brasília a senadora Fátima Cleide denunciou que 19 municípios rondonienses estão entre os mais violentos do país *** A Prefeitura de Porto Velho segue a realização de audiências para definir o orçamento participativo para 2010. 

Fonte: Carlos Sperança / www.gentedeopiniao.com.br  / www.opiniaotv.com.br 
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