Uma coluna sem papas na língua 15/06/10

Cassol convicto

A previsão mais surpreendente da temporada foi feita pelo ex-governador Ivo Cassol no final de semana dando conta que não vai ter segundo turno na eleição ao governo em Rondônia e que o governador João Cahulla (PPS) ganha a parada em turno único. A coisa repercute em todo estado. Ora, esta façanha só ele, Cassol, conseguiu até hoje, mas ele é um campeão de votos. Cahulla não tem credenciais para este tanto.  

Fazendo as contas

Ivo até hoje não perdeu nenhuma parada em disputa direta e naquelas em que ele esteve no retrovisor, virou o jogo. Além disto, seu instituto de pesquisas (Alvorada) é muito bom e não tem errado nem nas derrotas dos seus candidatos a prefeito. Daí, minha perplexidade com a declaração que na verdade deve ser puro marketing: Ivo esta querendo dar uma nova injeção de ânimo na rachada Frente Progressista.

Projeções iniciais

As projeções iniciais para o pleito de outubro indicam a supremacia de Eduardo Valverde (PT) na capital; de Confúcio Moura (PMDB) no Vale do Jamari; de Acir Gurgacz (PDT) na região central, de Expedito Júnior (PSDB) na Zona da Mata e região do café e de  Melki Donadon (PHS) no Cone Sul, com segundo turno garantido.

PDT confiante

Com respaldo do Diretório Nacional, o senador da BR, Acir Gurgacz foi lançado durante a convenção nacional do PDT, no final de semana pré-candidato ao governo de Rondônia. O socialismo moreno prevê  vitórias do PDT nos estados do Paraná, com Osmar Dias e em Rondônia com Acir Gurgacz, já devidamente autorizados pelas instâncias superiores a celebrar as alianças necessárias.

Pé- de- coelho

O advogado João Closs, talvez o maior especialista em direito eleitoral da aldeia, tem sido um verdadeiro pé de coelho para os candidatos ao governo em Rondônia nas últimas décadas. Ganhou com Valdir Raupp (94), José Bianco (98) e Ivo Cassol (em 2002). Agora, seu escritório jurídico fechou com o ex-prefeito de Ariquemes, Confúcio Moura pré-candidato do PMDB.

Paliçadas reforçadas

Enfim começou o combate ao tráfico de drogas na fronteira com a Bolívia para valer. Quem foi a Guajará-Mirim no final de semana constatou pelo menos três barreiras na rodovia que dá acesso à região fronteiriça. Operações integradas começam a bater firme no tráfico que já tinha tomado conta de Rondônia gerando uma epidemia de crack.

Verão do Sobrinho

Xingado como juiz de futebol no inverno, o prefeito de Porto Velho Roberto Sobrinho (PT) é amplamente reabilitado no verão. Bisbilhotei os bairros da capital no final de semana e verifiquei obras do petista desde as vielas do São Sebastião sendo asfaltadas, até a região do Eldorado onde inaugurou uma biblioteca. Em tempo: tudo indica que desta vez o aterro da avenida Farquhar ligando a antiga Esplanada das Secretarias ao bairro Nacional sobre um braço canalizado do Madeirão vai guentar as pontas no inverno amazônico. 

Abandono de décadas

Fato interessante é que a administração atual trabalha bem nos conjuntos habitacionais da capital, alguns abandonados há décadas pelas incorporadoras que tinham a obrigação da infra-estrutura e pelas próprias administrações passadas que se omitiam. É lógico que ainda tem muito a se fazer, a começar pelo combate as alagações, mas tem muitas coisas  melhorando com os (argh!) petistas.

Do Cotidiano

A Teoria da Conspiração

Circula na Internet uma “farra” de mensagens falsas sobre a Amazônia. Algumas são simples hoaxes dando conta de que a Amazônia já seria propriedade dos EUA, o que estaria até escrito nos livros escolares daquele país. Outras não chegam a tamanho absurdo, que tem cheiro de falsidade a olho nu, mas expõem diferentes ângulos das teorias da conspiração a respeito de ambições até reais em torno da apropriação da fabulosa biodiversidade amazônica.

Esse festival de spams (correntes e lendas urbanas), hoaxes (mentiras, pegadinhas) e manifestações da TC (teoria da conspiração) em forma de notícias, entrevistas e falsas reportagens de publicações famosas ilude pessoas ingênuas, de recente inclusão digital. Elas acreditam em tudo o que alguém conhecido lhes envia pelo correio eletrônico. Há mentiras tão fartamente divulgadas que se toma como verdades, confirmando o velho estratagema nazista.

Como enfrentar essa inundação de mensagens falsas e conspiratórias? Enfim, como fazer a verdade aparecer, em toda a sua força de fato, realidade, confirmação?

Só há uma arma efetiva contra a disseminação das falsas ameaças sobre a Amazônia: aprofundar a busca da verdade, fortalecer os bons veículos de comunicação, banir o sensacionalismo oportunista, privilegiar os pesquisadores sérios e comprovadamente competentes. 

Essa diferenciação entre o trigo da boa informação e o joio do hoax e da TC é sumamente necessário até para aprofundar os caminhos da melhor utilização para os amplos recursos naturais de que a região dispõe, seja para a preservação como herança às gerações futuras, seja como bom aproveitamento para o usufruto, o enriquecimento e a melhoria da vida dos amazônidas e dos brasileiros em geral.

Precisamos também da verdade, da informação correta e bem apurada, para conseguir dissociar o que é alarmismo irresponsável, nos marcos da TC, ou informação relevante e responsável. Este é, por exemplo, o caso de uma compilação de estudos sobre a região feita pelo Banco Mundial.

Segundo esse estudo, se o desmatamento da Amazônia − que já consumiu 17% da floresta − atingir a marca de 20%, o aquecimento global se encarregará de destruir o que sobrou. Não se trata de mais uma tonitruante manifestação conspiratória, mas uma realidade que precisa ser encarada com grave preocupação.

Precisamos ir bem fundo no exame e na avaliação dessa apavorante profecia, porque a concretização dessa previsão seria o caos para a região e para o Brasil.

Via Direta

*** Mesmo com os esforços de Expedito, até agora o presidenciável José Serra não apareceu no pedaço *** Mesmo com os pedidos de Eduardo Valverde, Dilma não marcou visita a Rondônia *** Nem a vizinha acreana, a verdinha Marina Silva deu ares da graça *** O que será que esta acontecendo com os presidenciáveis? Os eleitores de Rondônia são diferentes dos demais?

Fonte: Carlos Sperança. 
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