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Gente de Opinião

Carlos Sperança

Uma coluna sem papas na língua 07/07


Tragédia amazônica

Já temos fortes indícios  e até  evidências de impacto  sinalizando – como a sensível baixa do nível das águas no Rio Madeira e o aprofundamento dos poços caseiros na região de Porto Velho – para uma reedição da tragédia da seca amazônica de 2005. Na região central do estado a estiagem já chega a 60 dias, como revela  o mago ambientalista regional, Daniel Panobianco.

Os rios da Amazônia


Em toda Amazônia os rios já estão secando rapidamente, indicando uma nova catástrofe em 2007. Daniel Panobianco, cita o caso do Rio Machado que neste mês de julho deveria estar com o nível cravando 7,50 m, e já despencou para 4,36 m. No Madeirão  também já são bem visíveis as conseqüências da estiagem que castiga a região Norte.

Fim da impunidade?

Até que a intenção é boa, o fim da impunidade, como prevê a  proposta de emenda parlamentar do deputado federal Mauro Nazif (PSB-RO), apresentada durante a semana na Câmara Federal. No entanto é trata-se de um projeto que dificilmente será aprovado, já que como se sabe nacionalmente, grande parte dos congressistas tem rabo comprido

Foro privilegiado

É através do foro privilegiado que políticos como presidente, ministros, governadores, senadores, deputados federais e juízes tem salvado o couro, já que os processos são encaminhados para o Supremo e por lá acabam sumindo. Em plenária recente a Associação dos Magistrados cobrou o fim da impunidade e do foro privilegiado. É mais fácil galinha  criar dentes.

A mobilização

Por falar em corrupção, foro privilegiado e impunidade, o PSOL está assumindo a bandeira anticorrupção no país. Ficou bem claro o propósito do partido, no programa nacional, no horário gratuito, lervado ao ar, na última quinta-feira a noite. Heloísa Helena e cia já estão batendo firme nos corruptos de plantão.


È coisa de louco

Estamos diante de uma encruzilhada. Já perdemos pontes, o gasoduto de Urucu para Porto Velho já foi para as cucuias, a duplicação da BR-364 foi interrompida por problemas de superfaturamento, como também foi o projeto Beira-Rio pelo mesmo problema e assim por diante. Tudo isso exige mais mobilização para que  esta situação seja revertida.

Clima de pessimismo

Aos poucos o pessimismo já vai tomando conta  do projeto do Complexo do Madeira, com a construção das hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, por causa da prioridade  atribuída pelo Ministério das Minas e Energia a usina nuclear Angra III e a Hidrelétrica de Santo Antônio, no Rio Jari, no Amapá de José Sarney.

Patos do Sarney

Além dos acreanos se apoderarem dos recursos naturais de Rondônia na Ponta do Abunã, contando com as vistas grossas da classe política rondoniense, eis que já estamos virando patos do Amapá também. Se Sarney resolve levar motores das  nossas termelétricas, leva, se quiser construir hidrelétricas – ao custo da paralisação das nossas - também consegue. É o fim da picada.


A reação de Textoni

O deputado estadual Alex Textoni  reagiu as acusações da senadora Fátima Cleide de que seu projeto que proíbe a pesca no vale dos rios Guaporé e Mamoré estaria causando a fome, o desemprego e a violência nas regiões ribeirinhas. Textoni explica a finalidade da proposta que visa, a exemplo do pantanal mato-grossense, explorar o turismo e a pesca esportiva, gerando centenas de empregos na região.


Convite a senadora

Por último Textoni formulou um convite a senadora para conhecer a realidade do Vale do Guaporé, já que ele visitando a população ribeirinha  constatou aprovação generalizada de sua proposta para as bacias hidrográficas dos Rios Guaporé e Mamoré. Mas será que Fátima Cleide não conhece a região???


Do Cotidiano

O pesadelo de Azevedo


Não é de hoje que a surpreendente política rondoniense causa estragos. Já no primeiro pleito de Rondônia como Estado, em 1982, tivemos registros interessantes. É o caso do comerciante Joaquim Azevedo, que dormiu deputado estadual, eleito pelo PMDB de Cacoal e amanheceu suplente do vilhenense Ângelo Angelim. O último, anos depois seria governador tampão do Estado em 85/86.

Eleição dura aquela de 1982, amigos do SGC! Pelo escrutínio dos votos, expressões políticas regionais se elegeram por um triz, como os casos do advogado Amir Lando (PMDB) e do professor Amizael Silva (PDS). Lando hoje senador, já chegou a ministro. Miza,  depois de ser deputados por duas legislaturas seria vice-prefeito  de Chiquilito em 89/92. Prefeito e vice já falecidos, deixaram saudades.

Encerrado a contagem das urnas em novembro de 1982 se constatava uma disputa palmo a palmo, voto a voto pela nona vaga do PMDB, entre Azevedo e Angelim. Uma peleja sensacional, das mais emocionantes. De matar cara cardíaco. Azevedo findou vencedor por minguados votos e viajou para visitar os familiares aliviado. Cacoal festejou até de manhã a vitória sobre Vilhena, ampliando sua bancada que já tinha emplacado Ronaldo Aragão e Zuca Marcolino.


Natural de Siqueira Campos, Paraná, Joaquim Azevedo foi bancário nos idos de território federal e depois comerciante na Capital do Café. Não esperava que um pedido de recontagem de votos, quase sem muita pretensão, pudesse mudar seu destino. Mas mudou totalmente: a revisão  garantiu por pouco menos de duas dúzia de votos a cadeira de deputado para o paulista Ângelo Angelim.

Quando soube que tinha caído do poleiro, comunicado por um assessor, na central de campanha do PMDB – o jornal O Guaporé do empresário Múcio Athayde – Joaquim Azevedo que ainda estava festejando sua eleição acabou doente, de cama. Foi de fato, um duro golpe.

Natural de Capivari, São Paulo, o professor Ângelo Angelim, teria com esta ascensão na Assembléia Legislativa, sua trajetória política totalmente modificada. Com a Aliança Democrática, formada pelo PMDB e PFL, em 85, ele substituiria o governador Jorge Teixeira de Oliveira.

Joaquim Azevedo, por sua vez, com a indicação de Angelim ao Palácio Presidente Vargas, finalmente, em 16 de maio de 1985, conseguiria concretizar finalmente seu sonho de ser deputado estadual. Coisas da política rondoniense...


Via Direta


***
O PT rondoniense vai festejando novos benefícios para a terrinha, como a segunda farmácia popular instalada na capital *** Os novos reis da latinha, Leo Ladeia (Vitória Régia) e Lucivaldo Souza (Transamazônica) disputam palmo a palmo a liderança do horário nobre do radialismo em Porto Velho *** Os bairros periféricos da capital já clamam por carro-pipas para uma molhadinha nas ruas. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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