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Carlos Henrique

Nova Assembleia, práticas antigas


 
O rígido sistema de contingenciamento de gastos imposto à Assembleia pela nova mesa diretora parece não valer para todos. Circula na internet um edital da Superintendência de Compras e Licitações autorizando a contratação, dispensada a licitação, da empresa  Exame – Assessoria e Treinamento Ltda, por R$ 72.600,00. O dinheiro destina-se à realização de um curso de treinamento para os servidores da casa sobre “O Legislativo e suas Atribuições”.
 
Este blogueiro não tem a menor disposição de começar a nova legislatura já baixando o cacete na Assembleia. Até porque o Blog do CHA dá um trabalho danado e não rende um tostão furado. E escrever é a única coisa (honesta) que aprendi a fazer para sobreviver. Mas não dá para engolir essa contenção de despesas “pero no mucho” para os amigos do rei.
 
Vamos admitir, para argumentar, que seja realmente necessária a realização de um curso desses. Porque então não usar a Escola do Legislativo, que está lá exatamente para fazer isso? E com a experiência adquirida em vários cursos aplicados sobre o assunto. O professor Zamirton Rocha (espero não complicar sua vida ao citá-lo), técnico legislativo do quadro permanente, produziu inclusive uma cartilha nacionalmente premiada pelo programa Interlegis.
 
Não questiono a honorabilidade da empresa, embora o relacionamento comercial com a Assembleia tem demonstrado há décadas a capacidade de contaminar até as freiras carmelitas descalças de São José de Ávila. E por mais elaborado que seja o curso, em três dias não será possível ensinar muita coisa a um bando de cabos eleitorais recém contratados como comissionados nos gabinetes parlamentares.
 
É coisa que a Escola do Legislativo faria de graça e com pé nas costas. E com metade dessa grana poderiam ser adquiridos os equipamentos que tanta falta fazem por ali, a ponto dos professores serem obrigados a levar os próprios data-shows para as aulas. Seria interessante, que o Ministério Público destacasse alguém para participar do curso.
 
Como disse, não pretendo partir para a briga com o legislativo. Mas convém não abusar.
 
A propósito – Duas denúncias publicadas neste blog irreverente contra a Assembleia foram levadas pelo Ministério Público ao judiciário, para acabar com a farra. Na primeira delas, aquela em que uma canetada presidencial transformou um grupo de celetistas em estatutários, a Justiça acabou com a mamata. Na outra, sobre a multidão de comissionados, está sendo determinada a moralização da casa, o que não deixa de favorecer o atual presidente, obrigado a administrar a montanha de dívidas de9ixadas pelo antecessor. Não sei se tive alguma influência nos dois casos. Mas se tive, disso muito vou me orgulhar. Voltarei ao assunto.
 

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