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Carlos Sperança

Ainda um rascunho + Usina de Tabajara + Marcos Rocha com um sorriso de orelha a orelha


Ainda um rascunho + Usina de Tabajara + Marcos Rocha com um sorriso de orelha a orelha  - Gente de Opinião

Ainda um rascunho

O Estado máximo, com tudo planejado, nos mínimos detalhes, e o Estado mínimo neoliberal, ao sabor do mercado, são fantasias perigosas. O primeiro leva ao autoritarismo, o segundo a um polo de riqueza para poucos e a pobreza para muitos, com a proletarização da classe média. Um Estado funcional compreenderia a economia circulante, como proposto na Holanda, com a governança apoiada em pesquisa e experiências ágeis, sem ceder ao populismo de seitas que expurgam (o palavrão da moda é “cancelamento”) as vozes discordantes.

O caso do rio seco na Amazônia colombiana, que espantou o mundo com o desastre em tempo real, só é uma novidade para quem ignora que secas anteriores reduziram as águas a níveis preocupantes. É uma realidade incômoda, logo afastada da mente pela primeira chuva forte. Os rigores climáticos, no entanto, precisam ser vistos como desafios à capacidade humana de preveni-los no limite do possível e remediá-los com rapidez.

No recente evento do Hub de Bioeconomia Amazônica, sobre “Economia verde na Amazônia no contexto da Covid-19: o capital natural no centro das decisões políticas e econômicas”, saltou aos olhos a conclusão de que  a Amazônia não foi considerada nas estratégias de recuperação econômica no país. Sequer se trata de esquecimento, pois as demais regiões também não foram. A agenda brasileira ainda é um rascunho.

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Usina de Tabajara

Ainda envolta em impedimentos causados pela falta de licenças ambientais, a construção da Usina Hidrelétrica de Tabajara, em Machadinho do Oeste foi retomada através de audiências públicas. O cronograma com relação a implantação da usina está atrasado, lembrando que até a instalação de canteiros e contratação de mão-de-obra foram interrompidas em 2021. Além das licenças ambientais também causam atraso as consultas as comunidades indígenas que se dizem atingidas com a construção do reservatório. Parece até o caso da reconstrução de BR- 319, todo ano com problemas de judicialização.

A longevidade

Entra em discussão a implantação do sistema de semipresidencialismo no Congresso Nacional. Na verdade, a modalidade já funciona a décadas, pois todos os ex-presidentes acabaram se ajoelhando diante dos congressistas, com o “Centrão” dando as cartas de Sarney a  Collor e Itamar Franco e FHC, de Lula a Dilma e Temer e agora com os parlamentares desta coalizão voltando a transformar os mandatários brasileiros em fantoches e rapinando o erário sem dó e nem piedade com Jair Bolsonaro. Com Lula e Bolsonaro já polarizando, sendo eleito qualquer um dos dois, nada mudará no sistema presidencialista. Será o “Centrão” mantendo a longevidade.

Orelha a orelha

Como tudo está dando certo na sua articulação, o governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) toca seu projeto de reeleição com um sorriso de orelha a orelha e já mostra suas credenciais para o pleito deste ano. Vai usar seus secretários mais atuantes para disputar cargos a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa e segue entendimentos com o MDB de Lucio Mosquini para cooptar a sigla liderada no estado pelo ex-governador Confúcio Moura reforçando ainda sua coalizão buscando formações representativas nos parlamentos.

Antenas ligadas

Do lado da oposição os candidatos aguardam o final do prazo da desincompatibilização daqueles que pretendem disputar cargos eletivos a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados bem como o prazo estabelecido para as mudanças de partidos (acaba amanhã), a conhecida janela partidária, cujo sistema proporciona aos parlamentares mudarem de agremiação sem a punição da perda dos mandatos. A grande correria vai ocorrer hoje com os ajustes finais das nominatas da Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Por enquanto ao governo estadual se tem como fator polarizador ao governador Marcos Rocha, o deputado federal Leo Moraes (Podemos-Porto Velho).

Rachando a BR

A curiosidade desta eleição 2022 é a existência de dois candidatos a governador em Ji-Paraná rachando o eleitorado da BR, que são o bolsonarista Marcos Rogério e o petista Anselmo de Jesus Da última vez que isto aconteceu o lançamento de dois candidatos na mesma base na capital da BR- que foram José Bianco e Acir Gurgacz – a fragmentação do eleitorado regional beneficiou Ivo Cassol que passou ao segundo turno e derrotou José Bianco. A história, como se vê é recorrente e este racha beneficia Marcos Rocha e Leo Moraes para seguirem em segundo turno. Há boatos de que os dois candidatos da capital da BR podem deixar a peleja. Será?

Via Direta

*** Tirando dúvidas dos leitores: O primeiro governador eleito pelo voto direto em Rondônia ocorreu em 1986, com o advogado Jerônimo Santana (MDB-Porto Velho) *** Na eleição seguinte, em 1990 conquistou o antigo Palácio Presidente Vargas o médico Oswaldo Piana Filho (Porto Velho) *** O interior do estado só chegaria ao poder em 1994, com Valdir Raupp (Rolim de Moura), seguindo a BR no comando de Rondônia com José Bianco em 1998, Ivo Cassol (Rolim de Moura) a partir de 2002 eleito  reeleito, Confúcio Moura (Ariquemes) eleito e reeleito a partir de 2010 e o atual governador Marcos Rocha desde 2018 ***  O interior  rondoniense emplacou seis mandatos de governador, a capital somente três *** A coisa tem explicação: Dois terços da população   do estado está radicada no interior.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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