Quarta-feira, 3 de setembro de 2025 - 08h05
CONSPIRAÇÃO
A defesa
intransigente das tarifas americanas por Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não é um ato
isolado de subserviência ideológica, mas parte de uma engrenagem maior. Ao se
alinhar de corpo e alma aos interesses de Trump e da extrema-direita
norte-americana, o filho 03 pavimenta uma via de mão dupla: em troca da
lealdade cega, busca mobilizar pressão externa contra o Judiciário brasileiro,
justamente no momento em que o STF conduz o julgamento que pode levar Jair
Bolsonaro à condenação. Ou seja, a trama não é apenas para livrar o próprio
pescoço, mas para tentar blindar o pai. Trata-se de uma conspiração de família
que instrumentaliza a soberania nacional como moeda de troca — vendida a preço
vil em nome da impunidade.
TRAIDOR
Os movimentos de
Eduardo Bolsonaro (PL-SP) ultrapassam qualquer limite do debate democrático.
Não se trata apenas de opiniões controversas ou de alinhamentos ideológicos: ao
conspirar com potências estrangeiras contra a economia e o sistema de Justiça
do Brasil, o deputado incorre em atos de traição à Pátria.
CASSAÇÃO
A Constituição é
clara ao prever a perda de mandato para quem atenta contra a soberania
nacional. O Congresso, que já fechou os olhos para muitos abusos, tem diante de
si a oportunidade de mostrar se ainda serve ao país ou se continuará refém da
família Bolsonaro. A cassação de Eduardo não seria vingança política, mas um
gesto mínimo de defesa da República. Não se critica aqui a defesa do pai feita
por um filho. Mas os meios utilizados pelo filho para alcançar os objetivos do
pai não são toleráveis. Todas as pesquisas revelam que a maioria da população
reprova a ação traidora do parlamentar brasileiro. A saíde é cassação.
BLINDAGEM
O Congresso Nacional,
essa redoma de engravatadas, dedica-se agora a um projeto de lei que tem a
delicadeza de pensar no sofrimento dos verdadeiramente esquecidos da pátria: os
próprios parlamentares. Não bastava o foro privilegiado, as regalias
monárquicas, os auxílios que dariam inveja a um marajá da Índia colonial. Era
preciso mais: uma blindagem total, uma redoma de cristal contra qualquer
curiosidade inconveniente da Justiça.
HERÓIS
O Brasil tem 33
milhões de famintos? Detalhe. Hospitais sem gaze, sem médicos, sem teto?
Pormenor. Escolas caindo aos pedaços? Trivialidade. Mas imagine o suplício de
uma Excelência ter de responder a um inquérito, ser chamado a explicar movimentações
suspeitas, atender a um delegado ousado? Horror! Inaceitável! É preciso
proteger esses heróis nacionais da brutalidade da lei.
CINISMO
O projeto é, em
essência, a consagração de um cinismo já praticado à luz do dia. A política
brasileira sempre foi um teatro de máscaras, mas agora as máscaras caíram, e os
atores continuam no palco como se nada tivesse acontecido. O público — nós —
assiste, paga o ingresso compulsório via impostos e ainda aplaude, porque no
Brasil a indignação dura menos que trending topic.
DECADÊNCIA
Paulo Queiroz,
escriba mais ácido e genial que viveu em Rondônia, diria que vivemos uma
ópera bufa de quinta categoria, encenada por pigmeus morais com ares de
estadistas. Eu diria apenas que estamos diante de um espetáculo deprimente: o
Legislativo legislando para si mesmo, como se fosse um sindicato de
aristocratas decadentes.
FARSA
E nós? Continuamos
tropeçando na vida real, sem blindagem contra a inflação, a violência, o
desemprego. Somos carne de pescoço, enquanto eles se protegem com couraça de
ouro. O nome disso não é democracia, é farsa com crachá oficial.
FICHA LIMPA
No Senado, aprovou
projeto que modificou a Lei da Ficha Limpa, flexibilizando prazos e reduzindo
as restrições a candidatos condenados. Mas colocou travas quanto aos crimes de
improbidade, entre outros. A medida divide opiniões: de um lado, parlamentares
alegam necessidade de corrigir excessos e evitar punições desproporcionais; de
outro, críticos denunciam retrocesso ético, que fragiliza a moralidade
eleitoral e abre espaço para a volta de figuras carimbadas pela Justiça. Flexibilizar
regras em nome da conveniência pode custar caro à credibilidade da política.
RISCOS
O debate em torno da
Ficha Limpa revela um dilema profundo: o sistema político busca reduzir a
judicialização da política, mas corre o risco de ampliar a presença de
condenados nas urnas. Em ano de tensão institucional, a mudança pode soar como
autodefesa corporativa do Congresso, em desconexão com a opinião pública que
ainda cobra moralização da vida pública. Não há democracia sólida sem a
confiança de que as regras valem para todos.
HABILITAÇÃO.
Pelo projeto
aprovado, a princípio, não habilita Ivo Cassol para as eleições de 2026, uma
vez que a condenação que o inabilitou deriva das exceções que a nova lei deixou
fora da nova regra. Crimes de improbidade, entre outros, permanecem hígidos na
regra anterior. Ademais, caberá ao presidente Lula sancionar ou vetar a
mudança. É lorota que a mudança põe o ex-governador de volta à cena eleitoral
.
QUEIMADAS
Confirmaram-se as previsões feitas pelo secretário municipal de Meio Ambiente
de Porto Velho, Vinicius Miguel: este ano registramos o menor
índice de queimadas. Agosto passou sem repetir o cenário caótico do ano
passado, quando a fumaça sufocava a cidade, superlotava postos de saúde e
hospitais, fechava por várias vezes o aeroporto e ainda produzia reflexos
nocivos sobre a economia estadual.
AÇÕES
Em 2024, o quadro foi
outro. O mês se encerrou de forma mais amena, sem o colapso no atendimento
hospitalar e sem os prejuízos à logística e ao comércio. Uma mudança que, além
de refletir condições climáticas menos adversas, também revela os efeitos de
políticas ambientais e preventivas conduzidas pela gestão municipal.
NEGACIONISMO
Curioso é que, mesmo
diante de evidências tão claras, ainda há quem insista no negacionismo barato,
tratando políticas ambientais como “desperdício de recursos” ou “agenda
ideológica”. É a mesma turma que fecha os olhos para a fumaça, mas reclama
quando o aeroporto atrasa voos; que nega os impactos das queimadas, mas corre
para o pronto-socorro quando a tosse aperta. Em Porto Velho, pelo menos neste agosto,
a realidade foi mais convincente do que qualquer discurso raso.
AVISO
Se no ano passado a
capital parecia refém das chamas, neste ano respira um ar diferente — mais
limpo e, sobretudo, mais esperançoso. Em maio, no podcast Resenha Política,
Vini anunciou as primeiras medidas preventivas e repressivas para conter as
queimadas na capital. Todas as políticas adotadas neste sentido estão surtindo
os efeitos anunciados. Quando o poder público faz sua parte, as pessoas seguem
o exemplo. Simples, assim.
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REPERCUSSÃOA entrevista concedida ao podcast Resenha Política por Hildon Chaves (PSDB), primeiro pré-candidato a governador anunciado oficialmente,