Segunda-feira, 5 de maio de 2025 - 08h05
Em primeiro lugar,
temos que verificar que sempre se trata de uma Autoeducação Política. Parte-se
do entendimento de que sem a predisposição individual não há formação, avanços e
transformação; não se manifesta um conteúdo político sem estudar. Como faremos
isso pode/deve ser de formas múltiplas, em coletivos, grupos de estudos,
leituras e reflexões individuais (autodidatismo). O trabalho produzido
coletivamente não nos exime do nosso empenho e embate político. Porém, agora
nos dedicaremos ao “que fazer”, no que diz respeito a algumas áreas, conexões e
conteúdos mínimos:
· A
primeira questão, por natureza óbvia, nos levaria a abarcar o que ainda está
presente, em 2025, e que decorre de nossa formação social: como se articulam
classe, racismo (etnias, cultura) e gênero? [1]
· As
relações de classe e de sujeição são evidentes quando vemos a uberização
social, a pejotização, a terceirização, e isso nos remete às excrescências do
estágio atual do capitalismo – e que chamamos de Pensamento Escravista[2].
· A
política, diferentemente do século XX, hoje percorre (antes) as vias de
comunicação digital (denominadas aqui de redes antissociais) e, só depois,
encontra alguma ressonância nas ruas, no espaço público. No entanto, não há
democracia digital ou Pólis e, sem a Política, temos um enorme paradoxo: uma educação
digital se faz obrigatória. Destacam-se dois conteúdos elementares: O que
são e como funcionam os algoritmos? Como participar de um meio anticivilizatório
em busca do resgate, aprimoramento do próprio Princípio Civilizatório?
· Os
principais conteúdos a analisar dessa forma atual do capital seriam lincados ao
que se denomina de rentismo e de Capitalismo de Dados, bem como o comportamento
de massa associado: o “servilismo voluntário”.
· Nessas
redes sociais excludentes, aptas tecnologicamente à exclusão e ao banimento (Banóptico
em substituição ao panóptico), as mensagens são racistas, misóginas, fascistas,
antipopulares e capitalistas. Neste ponto destacamos a urgência em estudarmos o
básico (o que é Fascismo?) e o meio ambiente: se considerarmos que o
negacionismo ambiental é um dos mais presentes, teremos o enlace com a Educação
ambiental.
· Por se
tratarem de assuntos convergentes ao capitalismo predominante, com suas
artimanhas de captura individual e social, como substratos do neocolonialismo,
neoliberalismo, neofascismo, teríamos que dedicar ensaios a uma Autoeducação
para a descompressão. Os itens aqui em destaque seriam formas de combate ao
ensino religioso, educação financeira e ensino militarizado, e como são
impostos nas escolas públicas. Em sua oposição teriam destaque a ideia de
“ordem democrática” (Estado Constitucional) e de Estado Laico.
· Adentraríamos
em alguns detalhes dessa Autoeducação para a descompressão[3].
· Essa Educação
Política (pública) tem base humanista na Sociologia, Filosofia e Teoria
Política e, obviamente, não é antitecnológica. Nos permitiria entender que a
tecnologia é um meio, e não um fim, além de ofertar uma compreensão crítica
acerca do fato de que “o Brasil se digitalizou, antes de se alfabetizar”.
·
Portanto, teria seu lastro no conjunto complexo
dos Direitos Humanos e no aporte necessário a uma Educação
Constitucional.
· Essa Educação Política se completaria com ações vinculadas a organismos, movimentos, entidades, associações de representação, sindical e partidos políticos populares[4].
Pelo arrazoado, não é
difícil de se perceber que se tem o norte de uma práxis (reflexão e ação) e que
não se esgota no ambiente escolar, ao mesmo tempo que dele não se desincumbe.
Seria preciso entender a dinâmica entre escola, casa e rua (esta como espaço
público de construção dos sujeitos individuais e sociais). E assim chegamos à Educação
Permanente, entendendo-se que é um processo sem fim, que é parte da
hominização com os meios dispostos no século XXI.
[1] O exemplo parte do porquê o
movimento “por uma mulher negra no STF” não ter vingado junto ao governo.
[2] O racismo
lancinante e associado à exploração do trabalho em condições análogas à
escravidão.
[3]
Iniciando-se por uma construção que desfaça o antissemitismo, tanto quanto o
sionismo, uma Educação após Auschwitz, e depois de Gaza, e que
espelhasse uma Educação para além do capital.
[4] Neste
ponto se imporia basilar entender as diferenças e as correlações entre Estado,
partido político e governo.
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