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Só se põe a “rudia”, onde a mão alcança – ou de como não se pega nela, se não aguenta o pote


Só se põe a “rudia”, onde a mão alcança – ou de como não se pega nela, se não aguenta o pote - Gente de Opinião

Cansei de ouvir frases como essas de minha mãe e de minha avó.

Serviram para a vida, de tanto martelarem como diriam elas, no “juízo”.

Oportuno ditado, para simbolizar, um certo mal estar, ainda que disfarçado, negado, desmentido, nas relações diplomáticas Brasil e China.

O atual governo, pautado não sei por quais critérios, achou por bem, abandonar uma política multilateral, que sempre norteou as relações diplomáticas brasileira, por um unilateralismo ao meu olhar suicida, suponho arriscar, escudado na figura do todo poderoso Presidente dos Estados Unidos, Donald trump.

Colocou em risco uma trajetória pautada na sensatez, a prudência e na mediação  da diplomacia brasileira, respeitada no mundo inteiro, pela sua moderação, trocando-a, por um ativismo mambembe, que só a tem comprometido, no tempo que dura, a atual gestão da nossa República.

Alguns integrantes de governo, no que tange às relações internacionais, têm agido como verdadeiros pit bulls, perdendo de vista, a noção do que venha a ser,  um comportamento onde se impõe a diplomacia. Me lembra aqueles lutadores de ruas, selvagens brucutus, agindo sem nenhuma regra, sem nenhum código de ética, de respeito ao adversário. Ou de outra, como aquele garoto tolo, que, ao confiar no irmão parrudo, chuta a canela do colega, por qualquer desavença, num golpe baixo, confiando que na sua retaguarda, haverá sempre quem o proteja. Assim vejo as atitudes do governo Bolsonaro e alguns dos seus integrantes, bem como de determinados aliados, principalmente, em relação ao tratamento, dispensado  a China.

Uma postura beligerante, tola, de contornos estúpidos, posto que amparado em postulados frágeis, de pensamentos já superados, porque anacrônicos, em descompasso com a história, sustentados por um viés, fundamentalmente ideológico.

Por haver se aliado incondicionalmente ao governo Trump, penso que Bolsonaro, enquanto chefe de Estado, tinha a compreensão, de que, o que é válido para a maior superpotência do planeta, também valeria para o Brasil. Ledo engano. Esqueceu de levar em conta, a correlação de forças, algo tão elementar, em qualquer estratégia que envolva relações políticas.

A china, foi atacada levianamente o tempo todo, por autoridades brasileiras. Inclusive, pelo chanceler, Ernesto Araújo, que ao invés de procurar se ater, à discrição que a diplomacia lhe confere, preferiu apelar para ataques desqualificados, longe do que deveria, ser a postura de um Ministro das relações Exteriores.

Foram inúmeras agressões gratuitas, sem nenhuma plausibilidade, apenas expondo, questões meramente de caráter ideológico, que não deveriam ser levadas a rigor em conta, quando se trata de interesses bilaterais.

O garoto chutou a canela de um parceiro, sem  levar em conta os revides, considerando que agora, o irmão parrudo, já não está mais por perto, para avalizar o seu desatino.

Metáforas à parte, o governo brasileiro, depois de tantas hostilizações ao governo Chinês, nunca poderia supor, situação como anque estamos vivenciando. Ficar dependente da China, num momento crucial, por demandas de produtos para o fabrico da vacina coronavac e de outras, tão vitais para a sobrevivência do povo brasileiro e do mundo.

O que temos então? Figuras de governo, entre elas o Ministro Ernesto Araújo, num contorcionismo, tentando minimizar, omitir e até negar, o que fora dito até pouco tempo atrás contra a China, num esforço para transparecer normalidade, em relação a atitudes, gestos e ações, que sempre estiveram, fora da normalidade.

Enquanto isso, quem mais sofrerão as consequências, serão os milhões de brasileiros e brasileiras, à espera de uma vacina, que pode salvar suas vidas.

Que pelo menos fique a lição para esse governo, que atua fora dos padrões de civilidade e ética, que, em que pese as divergências, o antagonismo de pensamentos, e as questões de cunho ideológico, o que deve prevalecer nas relações entre países, Estados Nações, é um tratamento adequado, que se imponha pelo respeito mútuo, e a autodeterminação dos povos. 

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