A Embrapa Rondônia finaliza este mês a publicação "Sistema de produção de teca para o Estado de Rondônia", um documento com informações técnicas sobre o cultivo da árvore em terras amazônicas. A espécie é conhecida pelo rápido crescimento e pela qualidade da madeira, bastante utilizada para fabricação de móveis. Os estudos mostram que o regime de chuvas de Rondônia favorece o desenvolvimento da planta, originária de florestas tropicais do Oriente.
O trabalho reúne dados colhidos em seis diferentes municípios do Estado desde 1999. Foram visitadas áreas de produção comercial e montado experimento no município de Ouro Preto do Oeste, região central de Rondônia, onde a Embrapa mantém um campo experimental.
O engenheiro florestal Abadio Hermes Vieira, pesquisador da Embrapa Rondônia, explica que a teca exige certas qualidades do solo. O crescimento da planta e a qualidade da madeira dependem de solos profundos, com boa capacidade de retenção de água e ricos em cálcio. O relevo suave favorece a boa formação das árvores, o manejo do reflorestamento e a retirada da madeira.
O regime de chuvas é outro fator importante para o desenvolvimento da espécie. Ao contrário da maioria das outras árvores tropicais, a teca é caducifólia, ou seja, perde todas as folhas em determinada época do ano. É justamente esta característica que favorece a planta no período de estiagem, que no Estado de Rondônia acontece de maio a outubro.
"Em locais onde o regime de chuvas é equilibrado durante o ano, a teca geralmente perde na competição com espécies folhosas não caducifólias", explica o pesquisador Abadio Vieira. Em Rondônia, o que acontece é que a perda das folhas no período seco é favorável porque a planta praticamente não perde água. A seca castiga as demais espécies e acaba equilibrando a competição entre as plantas.
Qualidade da madeira
A madeira da teca é apreciada no mercado pela durabilidade, estabilidade, cor, densidade, ausência de nós ou de defeitos. É utilizada principalmente para a fabricação de móveis e para revestimentos de luxo. Além disso, a teca é adequada para a produção de aglomerados, tábuas, placas, portas e mesas.
Para a produção de madeira de qualidade, no entanto, são necessários cuidados no manejo da plantação. A retirada de ramos laterais é importante para evitar a formação de nós e deve ser feita pela primeira vez um ano após o plantio. A serra dos ramos precisa ser feita bem rente ao tronco.
O desbaste, por sua vez, é uma técnica que permite incrementar o volume de madeira na área com menos árvores no menor espaço de tempo possível. A lógica é simples. Com o tempo, a competição entre as plantas limita o crescimento e o aumento do diâmetro do tronco. É necessário retirar algumas árvores ainda jovens, para permitir que as demais sigam em desenvolvimento.
Em experimento realizado em Ouro Preto do Oeste, foram plantadas árvores em espaçamento de três por quatro metros. Entre o sétimo e o oitavo ano se observou uma queda abrupta de crescimento das plantas, o que indica que foi atingida a capacidade máxima de utilização de nutrientes e de aproveitamento de luz e água. De acordo com os pesquisadores, esse é o momento ideal para o desbaste. Ao longo do tempo são necessárias novas intervenções para que as árvores de melhor desempenho alcancem o tamanho máximo depois de 25 anos.
"Sistema de produção de teca para o Estado de Rondônia" está em fase de finalização e estará disponível para o público em formato digital no portal da Embrapa Rondônia, unidade da Empresa Brasileira de Pesqusia Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O endereço é www.cpafro.embrapa.br
Fonte: Embrapa / Daniel Medeiros (SC-02735-JP)
Quinta-feira, 6 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)
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