Quarta-feira, 5 de novembro de 2025 - 13h17

O ciclo de vida das tartarugas-da-Amazônia é um verdadeiro espetáculo natural
que se repete todos os anos nas margens do Rio Guaporé, localizado na divisa
entre Rondônia e Bolívia, uma das regiões mais ricas em biodiversidade da
Amazônia. A desova, que marca o início da primeira fase do Projeto Quelônios do
Guaporé, costuma transformar as praias da região em berçários naturais. A
partir daí, inicia-se o processo de incubação dos ovos, que culmina, em
dezembro, com a eclosão dos filhotes e seu retorno ao rio, um dos momentos mais
esperados do projeto.
Mas, neste ano, esse início de jornada enfrenta um cenário desafiador.
Por causa das chuvas acima do normal na região, o nível do Rio Guaporé continua
alto, deixando as praias menores e o espaço para a desova praticamente
inexistente.
“Este ano, as condições estão muito adversas. O rio não baixou o
suficiente, e isso reduziu drasticamente as faixas de areia onde elas costumam
desovar”, explica o biólogo da Energisa Rondônia, José Carratte, que
acompanhou de perto as ações desta primeira fase do projeto.
Segundo ele, o impacto é mais grave do que parece: “Quando as tartarugas
não conseguem desovar no período certo, todo o ciclo é comprometido. A fêmea
pode reter os ovos por mais tempo, o que afeta sua saúde e reduz a taxa de
reprodução. Isso significa que, se a desova não acontece no tempo certo,
poderemos ver menos filhotes nascendo em dezembro”, alerta Carratte.
Desafios e a força da adaptação
Neste ano, a Energisa Rondônia acompanhou pela primeira vez a etapa da
desova, uma das fases mais importantes do ciclo dos quelônios. A presença da
equipe técnica da empresa reforça o compromisso com a preservação ambiental e o
apoio a iniciativas locais que unem ciência e conscientização.
Para José Soares, o “Zeca Lula”, presidente da Ecovale, a temporada tem
sido marcada por desafios e aprendizados: “As tartarugas são símbolos de
resistência. Mesmo diante das cheias, elas insistem em tentar. O que nos move é
garantir que, quando o rio permitir, o ambiente esteja pronto para recebê-las
novamente”, explica.
Energia limpa impulsionando a conservação

O apoio da Energisa ao projeto vai além da presença em campo. A empresa
contribuiu com a instalação de placas solares na base do
Instituto Ecovale, no Vale do Guaporé, uma iniciativa que tornou a
operação mais autossuficiente e sustentável.
“A energia solar trouxe autonomia e eficiência para quem está na linha
de frente da conservação desse projeto tão importante”,
afirma Carratte.
Esperança nas águas do Guaporé
Mesmo diante das dificuldades, as equipes seguem firmes, com o olhar
atento às mudanças do rio e à espera de condições mais favoráveis. “É um
trabalho de paciência e fé na natureza”, resume Zeca Lula.
O Projeto Quelônios do Guaporé é desenvolvido pelo Instituto Ecovale,
com apoio da Energisa. A iniciativa atua na proteção e monitoramento das
tartarugas-da-Amazônia, promovendo educação ambiental e valorização da
biodiversidade da região.
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