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Francisco Matias

Rondônia: O Governador e a Assembléia


 

Por Francisco Matias (*)

1.Neste 1º. de fevereiro de 2011 tomaram posse os vinte e quatro deputados estaduais que formarão a 9ª. Legislatura da Assembleia Legislativa. Eles representam sete das oito microrregiões que compõem o estado de Rondônia, a saber: nove são da microrregião Porto Velho - Valter Araújo, Zequinha Araújo, Ribamar Araújo, David Chiquilito, Jean Oliveira, Epifânia, Flávio Lemos e Ana da 8, esta vem de Nova Mamoré, que integra a micro Porto Velho; quatro são da micro Ariquemes – Saulo da Renascer, Lourival Amorim, Neodi (de Machadinho) e Adelino Follador (de Cacaulândia); cinco possuem seus redutos eleitorais na micro Ji-Paraná – Jesualdo e Euclides Maciel; Jaques Testoni e Marcelino Tenório (ambos de Ouro Preto), e Edson Martins (de Urupá); quatro vêm da micro Cacoal: Glaucione e Valdivino Tucura; Maurão (de Ministro Andreazza) e Luiz Claudio (de Rolim de Moura); da micro Vilhena vem Luizinho Goebell e, da micro Guajará-Mirim, Lebrão (de São Francisco do Guaporé, município que faz parte desta microrregião).

2.Pois bem. Nesta terça-feira, 1º. de fevereiro, quinze destes 24 deputados deram um banho no governador Confúcio Moura ao elegerem o deputado Valter Araújo, do PTB, para a presidir a Mesa Diretora da Assembleia no biênio 2011-2012. O prego estava batido e a ponta virada, só o governador e seus articuladores políticos não ouviram as marteladas.  Porque não quiseram ouvir. O prego foi batido em uma samaumeira e o som foi emitido por todo o Estado. Mas Confúcio, experiente como parlamentar e prefeito, fingiu estar alheio ao processo, e tardou a reunir um grupo poderoso, por isso obteve apenas oito votos. Somente oito deputados votaram na chapa liderada por Jesualdo Pires e apoiada tardiamente pelo governador. Foi pouco, considerando as condições que o chefe do Executivo tem para barganhar. Mas Confúcio não quis a barganha nem mostrou o rosto. Preferiu enviar negociadores que, logo no primeiro tempo de jogo, ficaram expostos ao vento e se desgastaram, ao tempo em que enfraqueceram o governador. Resultado: o grupo governista que era pequeno ficou ainda menor.

3.O tamanho do grupo aliado do governador pode ser medido pela bancada do PT. São três os deputados petistas que, em primeira análise, deveriam votar com o grupo governista. Deveriam, mas não votaram. O deputado Hermínio, por exemplo, é o vice-presidente na chapa de Valter Araújo. Fratura exposta que o médico Confúcio e seus articuladores (?). Veio, na esteira o voto da deputada Epifânia. O PT governista não é tão aliado como se imagina. Principalmente, quando se verifica que o terceiro petista, o deputado Ribamar Araújo, depois de empossado, escafedeu-se. Não ficou nem pra ver o resultado. Dos três votos do PT aliado, dois foram contra o governo e um saiu de fininho, pela direita. Cabe a pergunta: que tipo de aliança é esta? E os cargos petistas no governo Confúcio, são a troco de quê? Se a coalizão é programática e de governo, faltou o ideário de uma aliança política nesse negócio.

4.Questões programáticas à parte, restava ao governador e seu candidato Jesualdo Pires, a paróquia. Dos quatro deputados da micro Ariquemes, dois, Adelino Follador e Lourival Amorim corresponderam, mas, Neodi e Saulo da Renascer ficaram com os independentes. Da micro Ji-Paraná, apenas o deputado Euclides Maciel votou em Valter Araújo. Jaques Testoni, Marcelino Tenório e Edson Martins foram paroquiais, votaram em Jesualdo. Da micro Porto Velho, que tem dez deputados, apenas Zequinha Araújo e David Chiquilito foram governistas ou, jesualdistas. O resto preferiu ombrear-se às hostes araujistas e deixaram o governador a fazer as contas futuras, na ponta do lápis.

5.Vejamos como foi a votação: a chapa encabeçada pelo presidente eleito Valter Araújo obteve os votos dos deputados Ana da 8, Epifânia, Euclides Maciel, Flavio Lemos, Glaucione, Luiz Claudio, Hermínio Coelho, Jean Oliveira, Lebrão, Luizinho Goebbel, Maurão de Carvalho, Neodi e, claro, Valter Araújo; a chapa do deputado Jesualdo obteve, além do seu voto, os dos deputados Adelino Follador, David Chiquilito, Edson Martins, Jaques Testoni, Lourival Amorim, Marcelino Tenório e Zequinha Araújo. Resultado: quinze a oito e a ausência inexplicável do petista Ribamar Araújo. Ora, direis, que importância tem a presidência da Assembleia em oposição ao governador? Pergunte-se ao senador e ex-governador Ivo Cassol, que em seu primeiro mandato teve no deputado Carlão de Oliveira um presidente oposicionista. Pergunte-se à presidente Dilma Roussef que fez de tudo para não entregar as presidências do Senado e da Câmara à oposição. Pergunte-se, futuramente, ao governador Confúcio Moura.
 

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Fonte:  Francisco Matias - Historiador e analista político

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