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Leo Ladeia

POLÍTICA & MURUPI - Que tal pôr o Brasil nos trilhos


POLÍTICA & MURUPI - Que tal pôr o Brasil nos trilhos - Gente de Opinião

1-Planejamento não depende de slogans


Concentração de estradas federais e federalizadas no Brasil

Durante a campanha para eleição a presidente da república em 1920, Washington Luiz cunhou a expressão “governar é abrir estradas”. Nem de longe pensou que após 102 anos o Brasil com seus 8.516 mil km2 teria a quarta maior rede de estradas e rodovias do mundo. São 1,8 milhões km de extensão, frota de 40 milhões de ônibus e caminhões rodando sobre 65 mil km de rodovias pavimentadas, 10 mil km de não pavimentadas, 700 mil km de estradas de terra, além das vicinais que ligam povoados, distritos, vilas e fazendas pelo país.

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Malha ferroviária brasileira

Sobre ferrovias, que tristeza! So ridículos 30 mil km mal distribuídos e utilizadas. ~Quase nada em hidrovias. O petróleo está no fim, mas batemos no peito com o conto do vigário da autossuficiência. “O petróleo é nosso” é só um slogan como tantos. Temos pouco a fazer a menos que o mercado que precisa de alimentos e commodities injete recursos para virarmos a chave e iniciarmos a revolução multimodal que não dependa apenas do caminhão, mas de trilhos, aerovias e hidrovias. Ocorre que nossa imprevidência e ufanismo nos impedem de ver que estatais como Petrobrás ou salvadores da pátria não resolverão as demandas nacionais e a tendência então é se perpetuar a cupidez irresponsável de recursos com o agravamento perene de crises.          

2-Mas por que não privatizar?

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Abstenho-me de falar sobre corrupção este câncer enraizado no serviço público em todos os níveis, inclusive ou principalmente nas empresas estatais ou paraestatais. Olhando a carta constitucional, foco nos deveres do estado para com o povo. Educação, saúde e segurança são o tripé de demandas elementares que agregam ainda as questões ambientais, justiça, trabalho, emprego, cidadania, etc. A contrapartida vem do povo pelo trabalho que gera o imposto que em tese atenderia as nossas demandas. A carga tributária alta e a pirâmide social invertida são as duas principais condições para o esgarçamento do tecido social e aprofundamento das desigualdades criando duas classes de cidadãos. Junte-se a isto a desestrutura política, feudos político-partidários, alta concentração de renda, dívidas sociais históricas e fica a pergunta? A quem interessa manter empresas como as Rongás, Petrobrás, Eletrobrás, etc., que em nada contribuem para solução das questões mais comezinhas e que só drenam recursos? Será que o exemplo das privatizações das teles foi insuficiente? Que tal pelo um debate racional mesmo sem o compromisso de fazer ou não algumas privatizações?

                                                                  

                  3-Custo de oportunidades ou como aproveitar o cavalo que passa selado na porta  

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O mundo pirou com a guerra da Ucrânia, mas convenhamos que era uma tragédia anunciada. A invasão da Criméia, a ciberguerra nas eleições nos EUA, a mudança no eixo econômico para Pequim, a dependência do gás da Rússia, a desatenção da OTAN com avanços beligerantes, a ojeriza alemã pelas centrais nucleares, tudo estava bem claro. Putin foi para a guerra no estilo seis dias e hoje encara o dilema de ter que avançar por não poder mais recuar. O mundo começa a sentir o frio, a fome e a incerteza enquanto o Brasil tem área plantada para suprir a fome, commodities e um distanciamento do teatro de guerra. As oportunidades e a razoável credibilidade para receber recursos externos estão aí. Abrir-se mais ao mercado seria o caminho lógico, mas o Brasil não é para amadores. É de nossa natureza saltar no escuro, passear no abismo e agora a novidade entre nossos “estadistas de araque”: o hábito de falarmos mal do Brasil. Uma volta na Europa e alguma “insanidade” se dana a falar de nossas crises como se ninguém as tivesse, inventando números e se curvando como um mestre salas de carnaval. O mundo quer saber sim da amazônia, dos direitos humanos, mas o que quer mesmo do Brasil é comida, diversão e arte. Hora para negociar como fazem os grandes e de trazer dinheiro gringo para turbinar estatais, abrir vagas de empregos, modernizar processos, vender nossos aviões, concessões de aeroportos e dar de lambuja o rebolado da Anita, as festas de carnaval, as praias, etc. e sem o chororô esquerdista do “Não à privatização” que nem mesmo o Partidão usa mais. É como penso!


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