Quarta-feira, 24 de março de 2021 - 08h58
A pandemia provocou mudanças, inclusive na hora de prestar contas à
Receita. Na declaração do IRPF 2021 os beneficiários do auxílio emergencial que
receberam em 2020 mais de R$ 22.847,76 em rendimentos tributáveis, terão de
devolver. De acordo com Cláudio Affonso de Andrade, delegado de Pessoas Físicas
da Receita Federal em São Paulo, em torno de 3 milhões de pessoas devem se
enquadrar nessa situação. “Esta é a forma que o governo encontrou para que as
pessoas que, segundo a lei, não deveriam ter recebido, devolvam o recurso ao
Estado”. Com relação ao prazo para entrega da declaração, até o momento segue o
prazo inicial, até 30 de abril.
Em relação ao modelo eletrônico, Andrade explica que no portal do Centro
de Atendimento ao Contribuinte Eletrônico (e-CAC), cujo acesso pode ser feito
com ou sem certificado digital, é possível baixar a declaração pré-preenchida
com informações de rendimento, despesas médicas, operações imobiliárias. Também
é possível acompanhar o processamento da declaração, restituição, malha fiscal
e retificações. “Há ainda uma área com mais de 700 perguntas e respostas sobre
imposto de renda pessoa física”, ressalta o delegado.
De acordo com Andrade, caso o contribuinte obrigado a declarar tenha
recebido auxílio emergencial em 2020 e, por algum motivo, não informar no
imposto de renda, ao transmitir essa declaração, o sistema emitirá um alerta.
“Haverá então a opção de imprimir o darf relacionado ao auxilio emergencial no
próprio programa. E, se por algum motivo o contribuinte discordar do alerta, é
possível consultar no portal e-CAC a situação no seu perfil.
A Receita Federal não envia link por e-mail ou SMS, nem pede dados
pessoais. Quem recebeu o benefício e tem dúvidas ou suspeita de
fraude, pode consultar nos sites https://consultaauxilio.dataprev.gov.br/consulta/#/ ou www.gov.br/cidadania/pt-br/servicos/auxilio-emergencial.
Dinâmica de investimentos para pequenas e médias
Apesar da crise macroeconômica, nunca houve tanto investimento
disponível no Brasil para empresas com alto potencial, firma Flávio Málaga,
sócio da Finted, plataforma educacional sobre tecnologia e mercado financeiro.
“Com as taxas de juros praticamente negativas, investidores estão buscando
alternativas para alocar recursos. Isso tem relação direta com a indústria de
venture capital private equity, nunca antes tão ativa no Brasil. Quando
perguntamos aos gestores desses fundos o que eles precisam, a resposta é: bons
projetos, porque recursos temos de sobra”, explica.
Como pequenas e médias empresas podem se inserir nesse ecossistema?
Málaga diz que é preciso entender o processo e se preparar, estruturando sua
operação, gestão, práticas trabalhistas, fiscais, financeiras e operacionais.
“E também identificar quem são os investidores que aplicam no seu segmento e
quanto recurso financeiro será suficiente, estudar como a empresa é precificada
e expectativas do seu negócio”, orienta.
Tendência da economia até 2022
“Com o sucesso do programa de vacinação nos Estados e o pacote de Joe
Biden de US$ 1,9 trilhão – já somado com o resultado de Trump –, significa um
expansionismo fiscal de US$ 5 trilhões, ou seja, o mercado financeiro está
antecipando um aquecimento na economia dos Estados Unidos, de modo a suscitar
inflação em torno de 2,4%”, explica Roberto Dumas, professor de economia do
Insper.
Enquanto isso, no Brasil, em consequência do risco do pais, o câmbio
segue depreciando, afirma Dumas. “Teremos recessão neste primeiro semestre. E a
notícia de que o ex-presidente Lula pode se tornar elegível preocupa os
mercados, o que deve impulsionar o câmbio, refletindo na inflação. Então, o
cenário que não era bom, está um pouco pior para 2021”, alerta o professo
Inadimplência das empresas caiu 5,8% em dezembro de 2020, diz
Serasa
A redução foi puxada pelas
micro e pequenas empresas, que são a maioria entre os negócios com dívidas em
aberto no país no período. Os empreendimentos de menor porte tiveram retração
de 7,3% em relação a dezembro de 2019, chegando a 5,4 milhões, o que representa
92,9% do total de 5,8 milhões de negócios com contas atrasadas em dezembro de
2020. A participação do setor de serviços, um dos mais impactados pelo
período de distanciamento social, registrou alta entre os inadimplentes, indo
de 50,2% em dezembro de 2019 para 51,2% no último mês do ano passado. O
segmento se mantém como o que mais reúne inadimplentes desde 2018. Já o
comércio, que pode funcionar por meio de vendas via internet, por exemplo,
registrou queda. A indústria manteve a representatividade, com 8,2%. Os dados
são da Serasa Experian
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