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Leo Ladeia

Política & Murupi - Por Léo Ladeia


 

FRASE DE HOJE:

"É muita ingenuidade acreditar que o Supremo decide apenas em função de critério jurídico"–Jurista Dalmo Dalari

1-Sofá no lixo

Piada velha, mas oportuna. O marido flagra a esposa e o amante no sofá da sala. Susto, perdão e sofá no lixo. A Lava Jato flagrou parte de políticos de partidos grandes e pequenos enrolados em corrupção e a solução urdida pelos chefes de grandes partidos vai na linha do marido traído: lixo aos nanicos! Para os corruptos os nanicos são como sofás: devem ser descartados em nome da honra e para “reduzir o custo eleitoral e a corrupção política”. Desonrados chefes dos grandes partidos, como se honra possuíssem, pregam assim duas mentiras tão absurdas quanto desfazer adultério já ocorrido ou atribuir atuação ativa num ato sexual a um prosaico sofá. Caras de pau!

02-Um pouco mais disso aí

Sendo superficial como exige este espaço, a questão não está no número excessivo de partidos, mas como são vistos e tratados. Há no Brasil 35 partidos registrados e outros tantos em criação. 50% menos que nos EUA. Um partido político ainda que sem representantes é um baita negócio, desde que seja no Brasil. Na última eleição municipal, entre doações, Fundo Partidário e sem a excrescência do caixa 2, os 30 partidos registrados movimentaram R$ 1 bilhão. Aqui está o mapa da mina. RS1 bilhão dividido por menos partidos e sobra mais para todos. Assim querem os grandes partidos.  É o que vai turbinar o caixa e seus donos, afilhados, empresas, famílias, etc.

03-E há mais

Claro que a redução do número de partidos pode promover uma redução no custo eleitoral, mas não é determinante. Claro também que isso pode ajudar a reduzir a corrupção na política, mas não é determinante. Interessante é que no bojo das alterações anunciadas como o último picolé do freezer está o fim de coligações partidárias, um rolo regulamentado por lei e que só pode funcionar na base do “é dando que se recebe”. Eis uma das origens da corrupção. Na prática dois ou mais partidos se unem, dão a esta união um nome e a partir daí os partidos deixam de existir até o fim da eleição. O fim da coligação tem o poder de criar uma identidade entre eleitor e partido. Relevante, mas sem o condão de banir a corrupção. É preciso bem mais que isso.

04-Metamorfose...

Para eleger o presidente tampão da Câmara dos Deputados sobraram lambanças partidárias. O PT foi de Marcelo Castro do PMDB, vetado pelo PMDB. Maia do DEM sagrou-se o vencedor com apoio do PMDB, das esquerdas e do PT que apoiava Castro. Ora, como no jogo do bicho, “o que é bom dá duas vezes” e o PMDB que jurou de pés juntos ao disparar o impeachment da Dilma que não faria alianças com o PT, deu um ré de fasto e vai tirar o inimigo para uma vaneira. Isso é só para dizer que tudo que foi dito e não dito antes pode ser desdito. Tenho dito. Ou não.    

05-Sabirila na política

Do jeito como estão as coisas e com a bandeira da reforma política de araque desfraldada pelos caciques do PMDB, PSDB, PT, etc, as franquias da fábrica de monstros se espalham pelos 5.570 municípios do país. O primeiro tabu se foi na aliança PT/PMDB para eleger Rodrigo Maia do DEM. E o que mais pode surgir agora? Por aqui já se fala em ligações do PSB com o PSDB, do PMDB com o mesmo PSB, do PDT de novo com PSB ou PSDC com o PRB. E nada de PT na salada mista e indigesta pelo menos por ora. Mas esperem o “sabirila” um híbrido com perna de sabiá e barriga de gorila está sendo gestada na barriga de aluguel de algum partido de aluguel.   

   

06-Não precisa explicar...

Não que isso vá mudar de alguma forma a minha vida. É só para entender: o aparato policial bélico, tecnológico e de inteligência posto à disposição das olimpíadas no Rio de Janeiro com o fim de dar segurança, promover a ordem e combater a criminalidade, inclusive focando o terror, será desativado ao final ou as forças conjuntas darão de lambuja ao carioca uma operação abafa sufocando o crime organizado, recuperando o terreno minado pelas milícias e acabando com as relações espúrias entre o poder público e as centrais criminosas em especial aquelas que batem o cartão de ponto nos presídios dando ordem ao exército miserável dos guetos e favelas.

07-Sobre chaves de fenda e apps

Chaves de fenda são ferramentas simples que tem como principal finalidade apertar parafusos, mas que eventualmente podem matar quando usadas por um assassino. Aplicativos ou apps são estruturas virtuais desenvolvidas e utilizadas para finalidades específicas como comunicação via internet e/ou outras mais nobres como a gestão empresarial, transferência de dados, tecnologia e ciência. Um desses aplicativos e o mais utilizado é o whatsapp. Proibir o whatsapp face ao uso por criminosos vai na linha de se proibir também a fabricação de chaves de fenda. Fim de papo.

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08-Remédio amargo II

O novo presidente da Câmara dos Deputados já deu sinais de que outro purgante será levado às bocas dos nobres representantes para estancar a infecção que se alastrou pela Casa do Povo. E não fica apenas no purgante. Os pobres coitados terão que literalmente cortar na própria carne e votar as 10 medidas sugeridas pelos “ninjas de gravata” da Lava Jato. Para o presidente Maia, não haverá recuo. “70% do pacote de combate à corrupção é muito bom. Lógico que algumas coisas podem ser alteradas. Mas é importante analisar as matérias". Taió! Ou dá ou desce.   

09-Arrombando a cerca

O ministro do Trabalho afirmou que o governo vai encaminhar ao Congresso algumas propostas sobre reforma trabalhista e terceirização. "A nossa legislação trabalhista é da década de 40, quando o trabalhador ia para uma planta de fábrica cumprir jornada de trabalho. Na década de 70, novas atividades econômicas foram incorporadas e a CLT virou uma colcha de retalhos que permite interpretações subjetivas”. Pensando bem, sabemos que uma reforma previdenciária é absolutamente necessária, mas como vencer a resistência da “República Sindicalista Brasileira”? Com o drible da vaca: Fecha a porteira na frente e arromba a cerca no fundo. E assim será.  

10-Morofobia

Toda fobia tem nome. Claustrofobia é medo de lugar fechado como prisão. Melanofobia é medo da cor preta como roupa preta. Aí Zé de Nana quis saber de uma fobia específica e acrescentou: “O Lula tem essa. É a Morofobia: medo do juiz Sergio Moro. Se borra só de ouvir o nome”.

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