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Carlos Sperança

Rondonienses, paraenses, amazonenses e acreanos estão desembarcando em Santa Catarina


Rondonienses, paraenses, amazonenses e acreanos estão desembarcando em Santa Catarina - Gente de Opinião

Império da lei

A motivação, tanto ou mais que a fé, remove montanhas. Ter fé é um sentimento, enquanto a motivação é o fator que leva às ações. Acreditar que a preservação é necessária é um sentimento fácil de encontrar em quem não tem áreas florestais. Digno de nota é ter a posse da área, a consciência da possibilidade de ganho imediato com seu uso e mesmo assim racionalizar que a preservação não é só marketing ou bom coração, mas a atitude decisiva para assegurar ganhos ainda maiores no futuro.

Por conta disso, é importante avaliar os resultados de um estudo feito por pesquisadores da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP) avaliando as razões que influenciam as decisões de proprietários rurais. Entre os que mais desmataram, as duas motivações mais apontadas foram incentivos governamentais (entre as décadas de 1970 e 1980) e a necessidade de aumento da área agrícola.

Entre os que mantiveram as áreas de floresta, a conservação da água e o cumprimento da lei foram motivações mais comuns em grandes propriedades, enquanto a adequação à legislação e o legado familiar foram prioritários para pequenos proprietários. Em todos os casos, a observância das leis e regulamentos permeia todas as decisões, o que faz necessário não só fiscalizar seu cumprimento, mas aperfeiçoar as normas, adaptando-as aos aportes da tecnologia para apoiar a produção e preservar.

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Os preferidos

Numa rápida sondagem nos bastidores captei os três principais políticos cogitados e consultados para disputar as eleições 2026 na condição de vice-governador. O mais procurado tem sido o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires, o segundo nome mais lembrado é o deputado estadual Alex Redano, presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, com base eleitoral em Ariquemes, o terceiro nome é de uma parlamentar estadual, a deputada Ieda Chaves a mais votada na capital e a segunda  mais votada no estado. Existem algumas razões para as procuras. Veja abaixo.

As motivações

No caso da escolha do ex-deputado estadual Jesualdo Pires é pelo fato de ter sido o melhor deputado estadual da sua geração e o melhor prefeito de Rondônia nos seus dois mandatos. Tem grande prestigio em Ji-Paraná, na região central e conta também com reduto em Porto Velho. Já, a escolha do presidente da ALERO Alex Redano tem a ver com o prestigio conquistado em duas eleições a presidência da Casa de leis, sem escândalos como em gestões passadas e muito bem avaliado pelos servidores públicos. Se tratando da opção pela deputada estadual Ieda Chaves isto acontece no caso do seu marido, o ex-prefeito Hildon Chaves deixar a disputa do CPA. Seu nome seria estratégico para os candidatos a governador do interior.

Decadência tucana

De todos os postulantes ao governo de Rondônia, quem tem a situação mais desfavorável em termos partidários, é o ex-prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB). Os tucanos estão em decadência em todo o Brasil, perdendo quadros nos principais estados e acaba de perder seu último governador, o do Mato Grosso do Sul Eduardo Riedel . Hildão tem como único apelo para conseguir reforços, seu prestigio na capital, onde foi consagrado como o melhor prefeito de Rondônia na sua segunda administração. Mas é pouco para reforçar suas paliçadas para formatar nominatas a Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e disputa ao Senado. Como se vê, as asas dos tucanos estão avariadas.

Surto migratório

São tantos rondonienses, paraenses, sul amazonenses e acreanos desembarcando em Santa Catarina que já existem clamores de lideranças políticas catarinenses para as autoridades sustar este gigantesco exôdo populacional que vem ocorrendo nos últimos anos, num enorme deslocamento de contingentes humanos, como ocorreu em Rondônia nos anos 70 e 80. Pintores, pedreiros, azulejistas, empregadas domésticas, trabalhadores braçais, eletricistas, pequenos construtores, operários para trabalhar em supermercados, na indústrias têxteis, frigoríficos e cooperativas, além de pequenos comerciantes. Chapecó, Joinville, Brusque, Itajaí, Camboriú, Itapema, Florianópolis e Porto Belo são algumas cidades já lotadas de nortistas.

Um favelão

Como ocorreu ao final dos anos 70 em Rondônia, quando se cogitou a possibilidade de instalar barreiras em Vilhena para conter a migração do sul do país, de Minas Gerais, Espirito Santo, Bahia, para cá, já se fala em sustar este grande êxodo dos estados do Norte para o sul do País, já que o Paraná também está abrigando parte desta grande revoada reforçada por haitianos e venezuelanos em busca de emprego. Os catarinenses falam do risco do estado se transformar num “favelão” entre outros indicativos de discriminação. Sem se importar com esta condição, construtoras e cooperativas do Paraná e Santa Catarina seguem contratando trabalhadores nestas bandas para atuar na construção civil do PR e SC. É coisa de louco!

O esvaziamento

Na fantástica migração para Rondônia ao final dos anos 70 e meados de 80, pequenos municípios paranaenses e capixabas foram esvaziados com transferências em massa de seus habitantes para o antigo território federal que ascendeu ao estado em 1981. Agora o que se vê e isto é registrado pelo IBGE e o êxodo populacional rondoniense desde a Bacia Leiteira, a região central, região do café, zona da mata e cone sul rondoniense - exceto Vilhena o grande fenômeno de crescimento demográfico de Rondônia. Passou Cacoal e já está em empate técnico com Ariquemes. No próximo censo deve se aproximar também de Ji-Paraná.

 

Via Direta

*** Num processo autofágico os bolsonaristas estão se atirando as eleições em Rondônia com vários candidatos ao governo estadual e ao Senado *** Isto poderá favorecer as chances dos adversários de centro e centro esquerda no estado que estão com as expectativas renovadas para o ano que vem *** A redução dos repasses constitucionais do Fundo de Participação dos Municípios –FPM em torno de 13 por cento para os municípios rondonienses causou chiadeira. É a principal renda dos pequenos e médios municípios e os prefeitos sentiram os impactos nas suas contas *** O governadoravel do União Brasil Sergio Gonçalves está escolhendo seu vice na disputa pelo CPA Rio Madeira. Nos bastidores se fala que a indicação do seu vice virá do atual governador Marcos Rocha, seu candidato ao Senado.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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