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Carlos Sperança

Rondônia precisa eleger seus representantes buscando mais qualidade


Rondônia precisa eleger seus representantes buscando mais qualidade - Gente de Opinião

Unir para resolver

Uma sociedade começa a morrer quando se divide e as bolhas radicais falam mais alto que o espírito de unidade. Isso é visível nos EUA, a nação mais rica do mundo, um país profundamente dividido em que a pobreza cresce enquanto os bilionários controlam cada vez mais as estruturas de poder. Diante desse fato lamentável, copiado pelas bolhas brasileiras, é preciso valorizar todas as manifestações de união de propósitos, porque sem ela não será possível sair do atraso.

Um bom exemplo vem do projeto Mangues da Amazônia, que concentra os esforços das comunidades e dos cientistas em quatro reservas extrativistas no sentido de mapear a vegetação e fauna para identificar as áreas mais sensíveis ao corte de madeira e promover o reflorestamento. Feito o georreferenciamento, são produzidos mapas igualmente com a participação das comunidades para ser entregues a prefeituras, associações e lideranças com poder de decisão.

Os manguezais são retalhos especiais da Amazônia, áreas úmidas entre o mar e a terra firme nas quais vicejam espécies vegetais e animais com respostas próprias às marés e ao impacto da salinidade, como caranguejos, ostras, peixes, aves, mamíferos e répteis. Cada porção da Amazônia merece os cuidados necessários de acordo com as suas condições e necessidades para que possa render mais em ganho econômico e proteção ambiental. 

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Prestigiado

Presente, ao lado do senador Confúcio Moura (MDB) e demais lideranças da base aliada no lançamento do pacote de obras lançado pelo presidente Lula em Rondônia na última sexta-feira, o ex-senador Acir Gurgacz foi bem prestigiado pelos ministros da esfera federal. Alguns inclusive chegaram a lembrar importantes ações do ex-parlamentar em favor de Rondônia conclamando pela sua volta nas eleições do ano que vem. Acir enfatizou a importância das obras anunciadas pelo governo federal em Rondônia destacando os benefícios autorizados para inúmeros municípios.

A confirmação

A confirmação do senador Marcos Rogério (PL-RO) que vai disputar a reeleição a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro terá duas consequências.  A primeira é que o candidato a governador em Rondônia do mito passa agora ser o deputado federal Fernando Máximo (UB-Porto Velho), que deixará o União Brasil, onde a legenda é favorável ao vice-governador Sergio Gonçalves. A segunda consequência é uma disputa embaralhada em Ji-Paraná e região central, aonde além de Rogério existem as postulações da deputada federal Silvia Cristina (PP) e do ex-senador Acir Gurgacz (PDT), o ultimo tem apoio dos oito partidos da caravana esperança.

Grande confronto

A mudança da orientação do ex-presidente Jair Bolsonaro para Rondônia, onde o favorito Marcos Rogério se verá obrigado a disputar uma cadeira ao Senado, também vai refletir em Porto Velho, que entra em processo de canibalização na disputa ao Palácio Rio Madeira com três candidatos ao governo estadual. 1- O vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) 2- Ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) 3- Deputado federal Fernando Máximo que poderá ingressar no PL ou no Podemos para a peleja. Com isto é previsível grande fragmentação de votos em Ji-Paraná ao Senado e uma, baita pulverização na disputa ao CPA Rio Madeira em Porto velho.

Estratégia equivocada

Constato uma estratégia rondoniense equivocada na sua relação com o governo federal. Em alguns estados com mandatários bolsonaristas, cito aqui o caso de São Paulo com o governador Tarcísio de Freitas ou mesmo com o vizinho Acre, com Gladson Camelli os governadores e a classe política daqueles estados atuam com mais jogo de cintura, por terem a consciência de que suas populações dependem muito da esfera federal. Em Rondônia, o governador Marcos Rocha se recusou a comparecer aos atos de anuncio de um verdadeiro pacote de obras para Rondônia e a Assembleia Legislativa do estado recepcionou o presidente com voto de repúdio.

Bancada federal

Ainda foi observado que toda a banca federal de senadores e deputados federais de Rondônia –exceto o senador Confúcio Moura - não fazem o jogo de interesse do estado que é manter pelo menos relações institucionais om a esfera federal buscando mais recursos para o estado, abrindo caminhos nos ministérios para aprovação de novos investimentos em Rondônia. A exceção rondoniense entre as autoridades locais foi o prefeito Leo Moraes (Podemos), mesmo sendo conservador, fez o seu papel institucional de receber o presidente e buscar mais recursos para Porto Velho. O vice-governador Sergio Gonçalves também deixou as diferenças ideológicas de lado e se fez presente ao evento presidencial.

Políticos experientes

Para que Rondônia deixe de fazer o papel hostil com a esfera federal se torna necessário eleger políticos mais experientes, mais cascudos, que façam sua oposição nas campanhas eleitorais, mas que durante seus mandatos entendam que é preciso mesmo defender os interesses da população. Todos os estados são dependentes das verbas federais, se opor aos governos vigentes – seja a Lula, Bolsonaro ou outro presidente qualquer – definitivamente não é um jogo de estratégia interessante. Vejam o caso dos deputados estaduais cuja enorme maioria chegou a recepcionar o presidente com voto de repúdio. Atuando assim, agiram contra os interesses da comunidade rondoniense.

Com qualidade

Rondônia precisa eleger seus representantes buscando mais qualidade, parlamentares mais experientes nas eleições do ano que vem. O estado vem pagando um preço alto pela falta de experiência e até mesmo de eficiência dos seus deputados federais e senadores em Brasília. Bancadas de estados menores, como de Roraima. Amapá e Acre mantem parlamentares mais experientes e expressivos e mesmo sendo conservadores obtém melhores resultados para os seus estados. Por conseguinte, o comportamento belicoso rondoniense precisa ser revisto com relação a esfera federal.

Via Direta

*** Na sua passagem por Rio Branco e Porto Velho, o presidente Lula lembrou que já disputou eleições acirradas com Maluf, Fernando Henrique, José Serra e seu próprio atual vice-presidente Geraldo Alckmin, mas as hostilidades não eram tão fortes como nos dias atuais ***  Atualmente  o que se vê é que são danosos os efeitos da polarização em todo o Brasil e o país acabou ficando dividido entre os conservadores bolsonaristas e petistas e esquerdistas *** Aumenta o número de prefeitos usando recursos das suas municipalidades fazendo rachadinhas com cantores sertanejos. Alguns chegam a usar dinheiro público para pagar videntes, algo que já foi muito comum também em Rondônia *** Por tudo isto, olho nos prefeitos. Tem alcaides superfaturando até o pãozinho da merenda escolar.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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