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Carlos Sperança

Febre imigratória + Fazendo a diferença + Efeito manada + As projeções


Febre imigratória + Fazendo a diferença + Efeito manada + As projeções - Gente de Opinião

Andorinhas humanas

Não poderia passar em branco nos EUA e Canadá a triste notícia de que a andorinha-azul (Progne subis) tem sua população progressivamente reduzida pela contaminação por mercúrio sofrida ao migrar para Amazônia, voltando com o metal nas penas, propensão a doenças, alterações prejudiciais no peso e nível de gorduras. Estudo feito pelo biólogo Jonathan Maycol Branco investiga se as alterações na relação peso-gordura das pobres andorinhas realmente se devem ao mercúrio.

O que se sabe com certeza é que o ser humano amazônico, além de não fazer verão só ou em grupo, está sempre exposto a algum ataque do mercúrio, pela boca, na ingestão de alimentos contaminados desde a origem, ou pela respiração e a pele.

Sua vantagem sobre as andorinhas azuis, se assim se pode dizer, é que elas morrem aos montes e o ser humano continua se arrastando pela vida, sofrendo consequências neurológicas que vão desde ser chamado de doido por alguma posição política até sentir tremores, insônia, perda de memória, dores de cabeça e fraqueza muscular. Quando morre, é pelo acúmulo de sofrimentos que o levam ao golpe final das dores sofridas.

As andorinhas azuis cujas mortes entristecem os norte-americanos ou os seres humanos invisíveis e descoloridos do Sul que morrem sem aparecer na TV de lá requerem a mesma atenção quando estão em jogo a natureza, a saúde e a vida.

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Febre imigratória

Entrevistei o sociólogo Samuel Sales Saraiva, nascido em Porto Velho, que mora há mais de duas décadas em Washington (EUA) sobre a febre migratória rondoniense para os Estados Unidos. Ele vê sérios riscos nesta diáspora, porque segundo ele a maioria dos imigrantes ilegais vai acabar vivenciando pesadelos ao invés de realizar seus sonhos. Também vê com preocupação os imigrantes brasileiros usarem as crianças como escudos para esta epopeia, pois elas acabam afastadas de seus pais que acabam presos na fronteira com o México. Outra estratégia de mineiros, capixabas e rondonienses é ingressar por lá com vistos turísticos, por isso o recorde de pedidos de passaportes nestas bandas.

Na largada

Ainda sem compilar a presença do ex-prefeito José Guedes (PDSB) na disputa ao governo do estado, já que ela é recente, a primeira pesquisa oficial da corrida ao CPA Rio Madeira, apontou a liderança do governador Marcos Rocha (União Brasil). Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) em segundo lugar e Leo Moraes em terceiro. Dependendo do peso atribuído as regiões mais densamente povoadas em Rondônia é possível questionar alguma coisa. Sabe-se que na capital, com um terço do eleitorado rondoniense, o deputado federal Leo Mores (Podemos) é o mais forte. Também se tem conhecimento o poderio do senador Marcos Rogério (PL) no interior, mas na capital ele não tem o mesmo desempenho.

Fazendo a diferença

Se for levado em conta um segundo lugar de Marcos Rocha na capital e um segundo lugar no interior, mas um primeiro lugar no Vale do Jamari, não se pode contestar a liderança do mandatário no seu projeto de reeleição, mesmo que os números divulgados pela Record sejam tão polêmicos. Age a favor de Rocha o fato de Marcos Rogério padecer de uma aceitação abaixo do esperado na capital e Leo Moraes não decolar no interior. Nesta primeira média entre os três, Rocha já levaria vantagem, mas ele faz a diferença mesmo com seu grande desempenho no Vale do Jamari, região polarizada por Ariquemes. Como se sabe é a segunda região mais populosa do estado e lá ele tem a dianteira.

As projeções

Com isto a projeção inicial a respeito da corrida ao CPA, considerando-se um pleito em dois turnos é que Marcos Rocha já está com pé no segundo turno. É preciso também entender se o recém- lançado, o ex-prefeito Jose Guedes (PSDB), crescendo muito deste seu lançamento vai tirar votos de Marcos Rocha ou de Leo Moraes, alterando pouco ou muito o atual cenário em Porto Velho. Mas com tantos candidatos na capital fragmentando o eleitorado, já que a Frente Popular também tem Vinicius Miguel com domicilio por aqui, a tendência é de Marcos Rocha levar a melhor ou permanecer na segunda posição. E ainda se espera uma definição sobre Confúcio (MDB), que se entrar seria mais um nome de peso.

Efeito manada

Como Rondônia é terrivelmente afeita aos chamados efeitos manadas, tudo se decidindo nos últimos dias, o quadro inicialmente pintado favorável a Marcos Rocha poderá ser alterada mais à frente. Mas dificilmente será modificada a sua liderança para uma vaga ao segundo turno diante de uma oposição tão fracionada. Mesmo assim ele corre perigo com a oposição se unindo em bloco contra ele no segundo turno, tirando o pão da sua boca, como ele já tirou de Expedito Junior, como Raupp tirou de Chiquilito, como Bianco tirou de Raupp, etc, etc.

Via Direta

*** Surge uma pedrinha no sapato para Evandro Padovani na disputa de uma cadeira a Câmara dos Deputados nesta eleição 2022: a pedrinha tem nome, Salatiel Rodrigues, também disputando o mesmo cargo e entrando na seara de votos do agronegócio, segmento de Padovani *** Salatiel entrou rachando e mostra um excelente preparo para o cargo. Vai ser uma baita peleja *** Mesmo anunciando que não vai disputar cargos eletivos no pleito de 2022, o ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires (PSB) tem sido cogitado para ser vice de um forte candidato ao governo de Rondônia *** A população de Guajará Mirim segue na expectativa da construção da ponte binacional sobre o Rio Mamoré e da implantação Usina Hidrelétrica da Cachoeira Esperanza *** Enquanto isto o narcotráfico faz a festa na fronteira...

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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