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Carlos Sperança

A crise no MDB e o festejo cassolismo


A crise no MDB e o festejo cassolismo - Gente de Opinião

Pior que o fogo

À medida que os vários ramos da ciência se aprofundam nas pesquisas sobre a realidade da Amazônia vai se entendendo que a realidade é muito diferente dos palpites, fantasias e falsificações cultivados durante séculos e tidos como verdades.

Descobertas diárias revelando aspectos novos, surpreendentes e precisos sobre a floresta, desde a observação direta dos cientistas até a maior acuidade apresentada pela evolução da pesquisa por satélite, reescrevem praticamente tudo o que se sabia sobre a floresta até o século passado. Essa compreensão torna urgente aprofundar o conhecimento e vencer a recorrência dos clichês e slogans superados – tais como “pulmão do mundo” e afins.

Um dado novo de extrema importância é trazido por uma pesquisa assinada por vários cientistas brasileiros ligados ao Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia a partir do Projeto PyroCarbon da Amazônia, concluindo que monoculturas submetidas a práticas insustentáveis armazenam menos carbono do solo do que florestas queimadas periodicamente.

Certamente a queimada é um imenso desastre, mas a recuperação da terra pode ser ainda mais demorada quando usada impropriamente para fins aparentemente saudáveis, já que as monoculturas, mesmo sem queimadas, podem perder carbono por outros fatores, tais como erosão do solo e uso intensivo de maquinário. Há muito a estudar até chegar às melhores práticas.

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A crise no MDB

Ao entregar a presidência estadual do MDB ao vice, senador Confúcio Moura, o deputado federal Lucio Mosquini (Ouro Preto) minimizou a crise no partido. Com isto, já não se fala mais na expulsão do emedebista bolsonarista, embora a vontade dos convencionais continue a mesma, ou seja, um pé nos glúteos de Mosquini. Do lado do parlamentar, ele ganha tempo para pensar na saída do partido, tem prazo até a abertura da janela partidária em meados do ano que vem, quando então poderá trocar de legenda sem a punição da perda do seu mandato. Saindo a federação com os Republicados, ele se incorpora a nova legenda.

A esperada janela

Dispositivo criado na legislação eleitoral para permitir aos deputados estaduais e federais trocarem de partido de acordo com suas conveniências, a janela partidária é aguardada por muitos parlamentares dispostos a trocar de legendas visando acomodações mais confortáveis para as disputas. No âmbito da Câmara dos Deputados, desde que não seja prestigiado pelo União Brasil, agora incorporado ao União Progressista, a saída do deputado federal Fernando Máximo é considerada como certa, já que ele precisa do controle de uma legenda para disputar o comando do governo do estado ou uma cadeira ao Senado.

Cassolismo festeja

O cassolismo festeja a possibilidade do ex-governador Ivo Cassol recuperar seus direitos políticos e disputar o Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual, pela terceira vez. Quem não deve estar nada satisfeito com a possibilidade é o senador Marcos Rogério (PL), que lidera a corrida pelo Centro Administrativo. Ivo é forte no eleitorado conservador e Marcos Rogério perde muito com a presença de Ivo nesta peleja. Pior mesmo é para o vice-governador Sérgio Gonçalves, presa fácil para a concorrência conservadora, bom para Confúcio Moura (MDB) que vê o bolsonarismo rachado em três correntes.

Olho nas composições

Com o vice-governador Sergio Gonçalves (União Brasil) confirmando sua disposição em disputar o governo de Rondônia, tendo como possíveis concorrentes o senador Marcos Rogério (PL) liderando a corrida pelo CPA e já correndo trecho pelo estado e o senador Confúcio Moura liderando a formação de uma coalizão de centro e de esquerda para a disputa, o ex-prefeito Hildon Chaves (PSDB) e o deputado federal Fernando Máximo (União Brasil) estão avaliando suas chances para esta disputa. Eles também são bem avaliados na peleja por uma das duas cadeiras ao Senado em 2026.

Grande disputa

Alguns nomes já vão despontando na grande batalha pela renovação das oito cadeiras a Câmara dos Deputados pelo estado e Rondônia. Em Porto Velho, a juíza Euma Tourinho, em Ariquemes  o ex-vereador Rafael Fera, em Ji-Paraná, o ex-prefeito Jesualdo Pires, em Cacoal Joliane Fúria. Nomes novos entram em confronto com lideranças mais antigas. Na capital, por exemplo alguns vereadores ameaçam entrar nesta peleja. Lideranças consideradas decadentes, como o ex-senador Amir Lando, voltam à cena política buscando a reabilitação, assim como o ex-senador Ernandes Amorim na região de Ariquemes.

Via Direta

*** Com o PT esvaziado e retraído nos estados do Acre, Rondônia e Amazonas, a esperança da base aliada é no MDB, através do clã Barbalho, no Pará *** Em Rondônia, a base aliada do Planalto deve apostar suas fichas no senador Confúcio Moura, também liderança emedebista *** As criações das federações partidárias embaralharam de vez a sucessão estadual em Rondônia. Até identificar quem é quem nas paradas a coisa vai longe e o cenário nublado deve persistir até as convenções do ano que vem *** O prefeito Leo Moraes trabalha em pontos críticos de alagações em Porto Velho e no próximo inverno será possível constatar estas melhorias.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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