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Turismo

Setor hoteleiro investe pouco em paisagismo e ecoturismo


 
Márcia Marques

Hoje no primeiro mundo não existe nada mais "moderno" do que conhecer os poucos lugares do mundo onde a natureza ainda está preservada, e os milhões de turistas estrangeiros que visitam regularmente a Amazônia, sabem disso.

O Brasil possui ainda regiões relevantes de áreas naturais e é o país de maior diversidade do mundo, seu potencial eco turístico é muito grande, o que tem proporcionado o desenvolvimento desta atividade, com movimentação de milhões de reais.

Os municípios brasileiros, em sua maioria, possuem atrativos para se tornarem pólos eco turísticos. Mas além da disposição do município em implantar o ecoturismo, a existência de serviços e infra-estrutura (hotéis, pousadas, estradas, telefone, etc.) é uma pré-condição a ser observada.

Entre os principais destinos conhecidos estão: Bonito (MS), Chapada Diamantina (BA), Chapada dos Guimarães (MT), Chapada dos Veadeiros (GO), Fernando de Noronha (PE), litoral sul da Bahia, Pantanal (MS/MT), Serra Gaúcha (RS), Serra do Mar (SP), Vale do Ribeira (SP) e diversas regiões do litoral nordestino.... e nada de Rondônia!

Ouve-se falar, aqui no Sudeste, sobre um dos maiores atrativos turísticos do Brasil, a Amazônia.

A falta de interesse dos brasileiros em conhecer a Amazônia chama a atenção dos estudiosos do turismo principalmente porque, longe de ser uma viagem tediosa, a região oferece emoção, cultura, paisagem e descobertas que aumentarão nosso conceito de cidadania. Mais espanto ainda sentimos quando lemos os relatos de tantos jovens brasileiros que se aventuram pela África, no entorno dos Pólos, em frágeis embarcações através de oceanos perigosos, escalam o Atacama e conhecem Bali na palma da mão, todas as atividades muito interessantes e válidas, mas porque tantos viajantes e av entureiros simplesmente ignoram a Amazônia de seus roteiros?

É verdade que os preços absurdos praticados pelas empresas aéreas que servem a região norte não estimula ninguém a viajar para lá. É verdade também que uma viagem para Nova Iorque muitas vezes é mais barata do que ir a Manaus, o que nem a ciência econômica explica. Mas, mesmo se levando em conta as dimensões continentais de nosso país e as dificuldades de se locomover em tão amplo território, acredito que a maior razão seja a falta de divulgação e de sites atualizados sobre hotéis, pousadas e belezas locais, com fotos belíssimas que atraiam os brasileiros.

Os sites desatualizados contribuem em muito para a falta de conhecimento das outras regiões do Brasil com relação aos assuntos da região Norte e, por conseqüência, os turistas não chegam e nem o desenvolvimento sustentável que pode gerar milhares de empregos, melhorar a qualidade de vida da população e trazer inúmeros benefícios para o Estado e seus municípios.

Com a realização da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil reforça a necessidade de um olhar diferenciado e de melhorias nessa área. Ainda assim, poucos setores econômicos têm percebido a importância de investir em projetos de paisagismo e ecoturismo.

Tanto os clientes, como os operadores turísticos, valorizam cada vez mais hotéis, pousadas e empreendimentos que tenham feito uma opção pela sustentabilidade e pelo meio ambiente, jardins elaborados e ambientes externos adequados.

Os jardins dos empreendimentos turísticos, apresentam níveis de qualidade inimagináveis há poucos anos atrás, não só na utilização de uma maior variedade de plantas, espelhos d’água, fontes, bancos, pergolados e outros elementos do paisagismo, servem para valorizar os ambientes, como também servem para que o cliente desfrute de um maior conforto e se sinta mais motivado a esticar a sua estadia.

Flores e plantas contribuem para melhorar a percepção do espaço, criam sensações de bem estar e aumentam a felicidade, cientificamente comprovada pela Universidade do Texas e pela Universidade de Estudos de Milão através da Garden Therapy ou terapia de jardins. Técnica que começa a ser explorada também nos melhores hospitais do mundo através da implantação de Jardins Sensoriais em suas unidades.

O ecoturismo é uma atividade sustentável e, por se preocupar com a preservação do patrimônio natural e cultural, diferencia-se do turismo predatório. É uma tendência mundial em crescimento e responde a várias demandas: desde a prática do esporte radical ao estudo científico dos ecossistemas.

Existem várias hipóteses para tentar explicar o porquê de as pessoas estarem buscando esse tipo de atividade. As mais comuns são a preocupação com o meio ambiente, maior conscientização ecológica e uma maneira de fugir da rotina e do estresse dos grandes centros urbanos.

Estima-se que mais de meio milhão de pessoas no Brasil pratiquem o ecoturismo, que deve empregar cerca de 30 mil pessoas através de, no mínimo, 5 mil empresas e instituições privadas.

Antes de implementar o ecoturismo é necessário saber se a população local está disposta a se envolver, direta ou indiretamente, com esta atividade.

O volume de recursos necessários para a implantação do ecoturismo varia conforme o tamanho do município, da área a ser utilizada e da disposição da administração e da população locais. Isto exigiria a adaptação dos serviços de promoção do turismo (hotéis, agências, restaurantes, atividades esportivas e culturais) a uma gama de turistas bastante heterogênea economicamente.

Embora todo município possua condições de implementar sozinho algum tipo de atividade turística, algumas questões correlacionadas não podem ser resolvidas unicamente na esfera municipal. Alguns municípios possuem atrações turísticas, mas não a infra-estrutura necessária para o turismo.

Márcia Marques – Paisagista cursando Gestão Ambiental pela Faculdade de Tecnologia em Hotelaria, Gastronomia e Turismo de São Paulo – HOTEC. Fez cursos de aperfeiçoamento profissional relacionados a área, entre eles curso de Educação Ambiental promovido pelo Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Madeira e do Mobiliário – CEDETEM/SENAI, Paisagismo, Implantação e Manutenção de Jardins, Escolha de Espécies Vegetais, Projetos e Orçamentos no Instituto Brasileiro de Paisagismo (IBRAP).
 

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