Terça-feira, 28 de fevereiro de 2012 - 10h09
A Capital rondoniense deixou de ser um município com alto risco de transmissão da malária, posição que sempre ocupou, para um nível médio, segundo aponta o Índice Parasitário Anual (IPA) medido pelo Ministério da Saúde. O parâmetro, que indica o risco de transmissão da doença, mostra que o número de casos em Porto Velho caiu de 54,27 pessoas a cada mil habitantes, em 2010, para 44,16 indivíduos por mil habitantes em 2011.
A redução dos casos deu-se de maneira geral, mas os índices mais importantes foram registrados na região 3 (-39,9%), onde está localizado o distrito de Jaci Paraná; e na região 7 (-41,7), na Linha 1, em União Bandeirantes.
Essas regiões, juntamente com a 4 (Ponta do Abunã) e a 6 (Vila da Penha, BR-425 sentido Guajará Mirim), que também tiveram os índices reduzidos em 25% em 2011, se comparados a 2010, são consideradas áreas de influência direta e indireta da Usina Hidrelétrica Jirau e foram inseridas no Plano de Ação para Controle da Malária, desenvolvido pela Energia Sustentável do Brasil (ESBR) em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), Ministério da Saúde e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).
Na realização das ações de controle e prevenção da doença nessas áreas, a ESBR alocou R$ 5,58 milhões. Recurso que, entre outras finalidades, serviu para a construção de pontos de apoio de diagnóstico e abastecimento, assim como para a contratação de 64 profissionais técnicos, entre agentes de endemias, chefes de turma, microscopistas e pilotos fluviais, colocados à disposição da Semusa para reforçar o quadro técnico do Programa Municipal de Controle da Malária. Além da compra de 10 caminhonetes, 15 motocicletas, um motor de popa, oito microscópios, 70 pulverizadores e os insumos necessários para diagnóstico, tais como lâminas, corantes, álcool e algodão.
Segundo o secretário da Semusa, Williames Pimentel, o reforço de profissionais e equipamentos recebidos, foi de extrema importância para a redução da malária no Município. Ele lembra que, historicamente, os grandes empreendimentos desenvolvidos na região Amazônica, onde a malária é endêmica, fizeram os índices subirem. No entanto, desta vez, o Município se preparou para evitar que o mesmo acontecesse. “Estas medidas permitiram não somente a manutenção dos números da doença em patamares aceitáveis, mas ainda propiciaram no ano de 2011, uma importante redução no risco de transmissão e culminaram nesse índice histórico que Porto Velho almejava há tanto tempo”, esclarece Pimentel.
O coordenador do Programa de Saúde e Endemias da Usina Jirau, Fábio Costa, destaca que “quando existe a legislação e há o empenho do empreendimento e do serviço de saúde pública, é possível reduzir os casos e melhorar os índices, mesmo a malária sendo endêmica na região”, assinala o biólogo, informando que além do apoio às forças-tarefas, a ESBR também realiza palestras, oficinas, ações educativas e borrifações intradomiciliares.
Mosquiteiros especiais
Outra ação importante desenvolvida pela Energia Sustentável do Brasil foi a instalação gratuita de 8.083 Mosquiteiros Impregnados de Longa Duração (MILD) para cinco mil famílias moradoras da região da Vila da Penha e de União Bandeirantes. Com o novo mecanismo de prevenção, os números da doença caíram significativamente. Nos garimpos, a redução chegou a 84% no mês de abril e maio de 2011, comparado ao mesmo período de 2010. Nos assentamentos, a redução em 2011 chegou a 48%, em relação ao mesmo intervalo de 2010.
Os MILD são mosquiteiros especiais que possuem inseticida piretróide impregnado na malha de poliéster e fornecem dupla proteção: a primeira é a sua barreira física que impede o contato do homem com o mosquito transmissor da malária; a segunda é a sua barreira química, que contém um inseticida impregnado na própria fibra do mosquiteiro.
O resultado desta ação pioneira foi tão positivo, que o Ministério da Saúde adquiriu mais de um milhão de MILD para distribuição em diversos municípios da região amazônica.
Pontos de Apoio
A Energia Sustentável do Brasil construiu dois Pontos de Apoio e Abastecimento das Ações de Controle da Malária (PA mistos), sendo um em União Bandeirantes e outro na BR-364, na entrada do Ramal Primavera, para otimizar as ações, e está construindo mais três: um na Linha 1, em União Bandeirantes; um na Gleba Caracol, próximo a Jaci Paraná e outro na Vila da Penha. Os PA mistos servem tanto para armazenar material e veículos quanto para a realização de exames.
EPI
Para atender as ações de controle e prevenção da malária, mais 4.710 itens em Equipamentos de Proteção Individual – EPI – foram entregues pela Energia Sustentável do Brasil à Secretaria Municipal de Saúde em janeiro. São protetores auriculares, respiradores, luvas, aventais, carneiras, botinas, bolsas, camisas, calças e bonés para utilização dos agentes de endemias.
Fonte: Comunica
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