Segunda-feira, 1 de setembro de 2025 - 07h50
O Tribunal de Contas do Estado de Rondônia (TCE-RO) realizou, neste
domingo (31/08), uma fiscalização em quatro unidades estratégicas da saúde
pública de Porto Velho: UPA Sul, UPA José Adelino, Policlínica Ana Adelaide e
Maternidade Mãe Esperança.
A ação teve como propósito avaliar de forma direta a qualidade do
atendimento oferecido à população e as condições de trabalho dos profissionais
de saúde.
O corpo técnico do TCE verificou desde a presença dos profissionais de
saúde até a disponibilidade de insumos, exames e estrutura física das unidades.
“É muito importante a presença do Tribunal de Contas, fiscalizando e
dando esse suporte tanto para nós, profissionais, quanto para as pacientes aqui
da maternidade”, disse a enfermeira Alice Cristina.
O QUE A FISCALIZAÇÃO ENCONTROU
O relatório técnico apontou avanços em algumas áreas, como a
regularização de escalas de plantão e reparos em equipamentos, mas também
revelou problemas graves que afetam diretamente pacientes e profissionais.
Na Policlínica Ana Adelaide, pacientes relataram falta de medicamentos e
até situações em que precisaram comprar insumos em farmácias para realizar
exames. O uso de cateteres de baixa qualidade foi criticado por profissionais de
saúde, que relataram dor e desconforto nos pacientes.
A paciente Aline Stefanes Mendonça reclamou da falta de climatização e
também a desorganização. “Deve haver mais fiscalização mesmo, para que a
organização e a estrutura melhorem”, destacou.
Na UPA Sul, os auditores constataram a falta de reagentes para exames de
gravidez e a carência de medicamentos essenciais. A ausência de manutenção em
equipamentos e insumos de qualidade inferior também chamou atenção do TCE.
No Pronto Atendimento José Adelino, foram constatadas cadeiras
quebradas, falta de privacidade em coletas e ausência de insumos como sondas e
tubos. A farmácia estava desorganizada, com caixas empilhadas até o teto e sem
controle adequado de estoques.
Kewrin Paiva de Lima lembra que, atualmente o atendimento é bom, mas nem
sempre foi assim: “Por isso é muito importante a fiscalização do Tribunal de
Contas”.
Já na Maternidade Mãe Esperança, mulheres em pós-parto continuavam em
enfermarias sem banheiro e enfrentavam problemas de climatização em salas de
observação.
A falta de equipamentos modernos, como ultrassom atualizado, comprometeu
diagnósticos, obrigando pacientes a buscar confirmação em outros hospitais.
Acompanhando a filha grávida, Gisele Almeida de Souza, que mora na
localidade Joana d’Arc, reclamou da demora no atendimento na maternidade. “É
muito sofrimento. O TCE tem de vir mais vezes para esse tipo de coisa não
acontecer”, disse.
O IMPACTO HUMANO POR TRÁS DOS NÚMEROS
Durante a fiscalização, os auditores do Tribunal de Contas também encontraram usuários e acompanhantes satisfeitos com os resultados que já vêm sendo percebidos.
Feliz com o nascimento do filho, Adenilton Ribeiro compartilhou a experiência positiva de atendimento na Maternidade Mãe Esperança.
“O atendimento foi muito bom. É importante o Tribunal estar fiscalizando, pois dá mais segurança para quem usa o serviço. Só tenho a agradecer”, ressaltou.
Com mais de 26 anos de trabalho na área da saúde em Porto Velho, o médico Rached Mohamoud Ali elogiou o trabalho do Tribunal de Contas e a postura de sua equipe técnica.
“Vêm não para achacar, mas para fiscalizar, ver o que está faltando e o que deve ser feito futuramente, em discussão com os gestores”, acentuou.
Para a técnica de enfermagem Antônia Evaristo, a presença da fiscalização também fortalece o trabalho dos profissionais: “Com certeza as fiscalizações são importantes para ver as condições de trabalho e o que está faltando”.
PRÓXIMOS PASSOS
Diante das falhas, o TCE-RO notificou a Prefeitura de Porto Velho para adotar providências imediatas, como:
· reposição urgente de medicamentos e insumos;
· investimentos estruturais nas unidades;
· reforço das escalas médicas nos fins de semana;
· correção de falhas no processo de regulação de pacientes, que prolonga esperas e agrava a superlotação.
O TCE notificou os gestores de Porto Velho. A administração municipal tem prazo de 10 dias para apresentar soluções.
“Uma nova inspeção já está programada para verificar o cumprimento das recomendações”, acrescentou o secretário-geral adjunto de Controle Externo do TCE-RO, Régis Ximenes, que coordenou a ação deste domingo.
FISCALIZAR PARA TRANSFORMAR VIDAS
A atuação do TCE-RO vai além de apontar falhas: busca induzir melhorias reais no atendimento à população e nas condições de trabalho de profissionais da saúde.
Ao unir rigor técnico e sensibilidade social, o Tribunal reafirma seu compromisso de estar próximo das pessoas e trabalhar para que os recursos públicos se convertam em dignidade, cuidado e cidadania.
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