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Saúde

Dependentes químicos e fumantes têm tratamento gratuito



Durante os anos de 2006 e 2007 a prefeitura de Porto Velho desenvolveu uma série de pesquisas sobre a dependência química e alcoólica na cidade. O Conselho Estadual de Entorpecentes (Conen) apontava na época, que 9% da população enfrentava problemas com álcool ou drogas. Nos conselhos tutelares dos 1.200 adolescentes, com idades entre 12 e 17 anos, atendidos no período de 2003 a 2006, 40% já havia feito uso de substâncias psicoativas. Já a secretaria de Segurança Pública sinalizava para uma média ainda mais significativa: 70% dos apenados dos presídios, tanto femininos e masculinos, na faixa etária de 19 a 60 anos, eram usuários de drogas. Outro número também esteve nos dados colhidos, desta vez, procedentes do Ministério Público: dos 500 processos envolvendo adolescentes, de 12 a 17 anos, 38% registrava o envolvimento com algum tipo de droga.

Com base nestas estatísticas, a prefeitura de Porto Velho, através da secretaria municipal de Saúde (Semusa), planejou a implantação de um Centro de Atenção Psicossocial, que pudesse atender pacientes que fazem uso abusivo ou são dependentes de álcool e/ou drogas, com o objetivo de alcançar e manter a abstinência, reduzindo assim os danos físicos e mentais causados pelo uso contínuo dessas substâncias, buscando a reinserção e reabilitação social, e também monitorar o caso, ajustando a este tratamento, a presença e o apoio dos familiares.

Em 2009, nasceu o Centro de Atenção Psicossocial Álcool Drogas (CAPs-AD). Segundo o diretor da unidadeAdemirPereira desde a implantação do centro, que fica localizado na Avenida Lauro Sodré, nº 1964, no bairro São João Bosco, de acordo com Ademir, centenas de pessoas conseguiram mudar de vida e mais de mil pacientes cadastrados. “São adolescentes, jovens e adultos que procuraram a unidade, e hoje conseguiram dar outro percurso para suas vidas, um melhor destino”, disse.

O CAPs-AD oferece atendimento ambulatorial, bem como terapias individuais e em grupo. O usuário iniciará o tratamento gratuito através da procura voluntária. “A pessoa poderá procurar uma unidade de saúde próxima de casa, para assim ser encaminhado ao CAPs-AD ou ir diretamente à unidade. O atendimento é sigiloso”, alerta Pereira.


Parcerias

A primeira dama do município Lucilene Peixoto, abraçou o projeto e tem acompanhado as atividades do CAPs- AD. Para ela um projeto pioneiro, já que em todo o estado não havia nenhum centro de atendimento gratuito para este fim, e que vem mudando a vida de muita gente. “Pensar na implantação do CAPs-AD, para dar assistência aos pacientes com transtornos decorrentes do uso abusivo destas substâncias, é promover ações dentro de uma política municipal integrada que visa a promoção da saúde, prevenção dos agravos e redução da morbimortalidade e consequentemente melhoria na qualidade de vida”, disse Lucilene. A primeira dama destacou também a parceria com a Casa Família Roseta, Apatox e Comunidades terapêuticas. “Quando o paciente precisar de um tratamento mais intenso, e houver necessidade de sua reclusão, ele é encaminhado para instituições como estas. Quando não é necessário, atendemos no próprio CAPs-AD”, salientou.


Serviços

No CAPs-AD são realizadas consultas médicas com clínico geral, psiquiatra, profissionais de enfermagem e psicologia. Há também o serviço social, fornecimento gratuito de medicação aos pacientes em tratamento no centro; visitas domiciliares, palestras educativas em escolas e outras instituições, hidroginástica, intervenção familiar e outros. Segundo Ademir Pereira, a equipe do centro é formada por dois psiquiatras, dois clínicos gerais, dois enfermeiros, dois psicólogos, dois assistentes sociais, um farmacêutico, um auxiliar de farmácia e mais pessoal administrativo. Além disso, o CAPs-AD mantém um atendimento especial com os familiares dos pacientes. “O tratamento envolve toda a família. Para que o dependente procure atendimento é preciso que ele sinta que tem a família ao seu lado, e que não seja discriminado e abandonado. Para isso o CAPs-AD faz um trabalho de orientação com os familiares, antes, durante e depois do tratamento. Todos da família precisam saber como lidar com o dependente. Precisam saber o que falar, como agir e como orientar. Por isso mantemos profissionais como psicólogos e assistentes sociais que recepcionam estes familiares e os norteiam”, completou.

Ainda de acordo com o diretor, em 2010 foram 659 atendimentos psiquiátricos; 520 atendimentos de clínica geral, 373 atendimentos com psicólogos e 330 com assistentes sociais. “Hoje são 130 adolescentes cadastrados em tratamento e em evolução, e que terão a oportunidade de ter uma vida saudável”, completou Pereira.


Fumantes

O diretor do CAPs-AD, Ademir Pereira comemorou a inclusão do programa de Tabagismo no centro. “Pessoas que querem parar de fumar tem também a oportunidade de tratamento no CAPs- AD. Esta é mais uma vitória em apenas um ano de funcionamento”, disse. De acordo com ele basta simplesmente procurar a unidade e se cadastrar. O paciente passa por uma triagem com o assistente social, por consulta e consequentemente encaminhamento para o tratamento. “Dezenas de pessoas já estão sendo cadastradas, e a procura cresce a cada dia. E o município comemora mais este serviço que objetiva promover a saúde e consequentemente mais qualidade de vida”, finalizou.

Fonte: Meiry Santos
 

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