Terça-feira, 8 de janeiro de 2008 - 07h13
Por Thiago Romero
Agência FAPESP Uma alimentação rica em alguns tipos de folhas, vegetais e frutas pode prevenir o câncer de colo uterino. A conclusão é de um estudo feito pela nutricionista Luciana Yuki Tomita com 1.378 mulheres atendidas em dois hospitais públicos da capital paulista.
As voluntárias responderam a questionários sobre tipos de alimentos, tamanho das porções e freqüência de consumo no ano anterior ao do estudo. A pesquisa foi apresentada em tese de doutorado defendida no Departamento de Nutrição da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da Universidade de São Paulo (USP).
O câncer de colo uterino é causado por uma lesão conhecida como neoplasia intra-epitelial cervical (NIC), que por sua vez é causada pela infecção pelo papilomavírus humano (HPV) do tipo cancerígeno. Por meio do exame de papanicolau é possível identificar a lesão e tratá-la antes que evolua para câncer.
Luciana comparou a alimentação de mulheres com NIC e sem nenhuma lesão. A neoplasia tem três estágios de evolução, da lesão mais precoce e mais fácil de ser curada, a NIC1, até a NIC3, última etapa pré-câncer antes de a lesão se transformar na doença.
O estudo verificou que mulheres que consumiram mais folhas verde-escuras (como agrião, espinafre e couve), vegetais como pimentão e brócolis, além de frutas de cor laranja ou amarela (entre as quais mamão, manga, laranja e acerola), tiveram menor risco de desenvolver o NIC3.
De 230 mulheres com NIC3 analisadas, 118 apresentaram baixo consumo (em média 16 gramas por dia) de folhas, vegetais e frutas. Enquanto isso o grupo controle, formado por 453 participantes sem nenhuma lesão, consumiu, em média, 28 gramas por dia. O restante das entrevistadas tinha NIC1 ou NIC2 e também apresentou consumo abaixo da média.
"O estudo, que teve como base dados probabilísticos coletados nas entrevistas, destaca que as mulheres que ingeriram esses alimentos tiveram um risco aproximadamente 50% menor de ter NIC3 no colo uterino, quando comparado com as que não o fizeram", disse Luciana à Agência FAPESP.
Causas prováveis
Em busca das causas da menor probabilidade de contrair a doença, a pesquisadora fez uma série de análises estatísticas das porções diárias consumidas pelas entrevistadas com dados de literatura sobre os antioxidantes presentes nos alimentos.
"Nossa hipótese é que os carotenóides, antioxidantes que contribuem para a diminuição da proporção de radicais livres no organismo, seriam potenciais responsáveis por esse efeito benéfico dos alimentos. Os radicais livres induzem a má formação de células, entre as quais imunológicas, diminuindo a imunidade da mulher e causando lesões", disse.
O estudo também contou com amostras de sangue de 70% das entrevistadas, com e sem lesão, e observou nas mulheres sadias níveis maiores de licopeno, outro antioxidante encontrado em produtos como o tomate, a melancia e a goiaba.
"A concentração de licopeno no sangue das mulheres que não tinham nenhuma lesão foi de 1,10 micromol por litro. Já as com NIC3 tinham 0,74 micromol por litro do antioxidante. Isso sugere que o maior consumo de alimentos que tenham licopeno também pode evitar o desenvolvimento do câncer de colo uterino", disse.
Luciana alerta que o câncer de colo uterino é a segunda maior causa de morte entre as mulheres pela doença em todo o mundo, perdendo apenas para o câncer de mama, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). "Estima-se que sejam identificados cerca de 470 mil novos casos de câncer de colo uterino por ano no mundo, sendo registrados mais de 200 mil óbitos anuais pela doença", apontou.
O projeto de pesquisa de Luciana, que teve bolsa da FAPESP, foi premiado no 3º Encontro de Pesquisa e Pós-Graduação da Faculdade de Saúde Pública da USP, realizado em dezembro de 2007 com o objetivo de divulgar pesquisas de iniciação científica, mestrado e doutorado desenvolvidas por alunos da faculdade.
O trabalho, intitulado Consumo alimentar e concentrações séricas de micronutrientes: associação com lesões neoplásicas cervicais e orientado pela professora Marly Augusto Cardoso, do Departamento de Nutrição da FSP, ficou em primeiro lugar na categoria Doutorado.
Recém-inaugurada, USF Três Marias leva atendimento à comunidade desassistida há mais de uma década
Responsável por atender um expressivo número de famílias na zona Leste de Porto Velho, a Unidade de Saúde da Família (USF) Três Marias já faz parte da
Comunidade celebra inauguração da Unidade de Saúde da Família Três Marias
Há quase 14 anos, moradores dos bairros Três Marias, Lagoinha e adjacências, na zona Leste de Porto Velho, enfrentavam uma dolorosa ausência: a falta
Governador Marcos Rocha investe mais de R$ 1,6 milhão na manutenção de hospitais
Para manter a saúde pública de Rondônia com espaços dignos e eficientes para pacientes e servidores, o governador Marcos Rocha investiu R$ 1.682.925
Após mais de uma década, USF Três Marias é entregue à comunidade
O final da tarde desta segunda-feira (25) ficará marcado na memória das comunidades dos bairros Três Marias, Lagoinha e adjacências. Depois de 13 anos