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A importância da reabilitação cardiometabólica pós COVID


A importância da reabilitação cardiometabólica pós COVID - Gente de Opinião

A pandemia traz à tona desafios constantes e a comunidade cientifica vem produzindo um volume alto de artigos e estudos que apontam para vários caminhos em termos de prevenção, doença e tratamento. Todos os dados produzidos criam uma onda de informações que podem inclusive gerar desconforto, pois a análise dos estudos deve se pautar pela busca constante de qualidade das informações.  

 

A doença causada pela COVID-19 é sistêmica e pode evoluir com sequelas cardiopulmonares, gastrointestinais, neurológicas e renais, além de sintomas arrastados, conhecido como o “long COVID”. Cabe ressaltar que esses casos são minoria e não há alarmismo. No entanto, os artigos apontam que pacientes que tiveram sintomas mais graves, evoluindo para internação, podem apresentar sequelas em até 40% dos casos. 

 

Diante deste cenário, alguns tratamentos consolidados na literatura e por vezes negligenciados pela comunidade médica, ganharam um grande destaque. É o caso da reabilitação cardiometabólica, que se tornou um adjuvante importante no tratamento de uma série de sequelas causadas pela COVID-19.  

 

Quando falamos especificamente dos pacientes pós COVID, o exercício supervisionado, em centros de reabilitação, são fundamentais para segurança do paciente, visto que alterações cardiológicas podem ser um agravante e gerar risco de morte. A importância vai desde uma melhor modulação da reposta imunológica do paciente (pensando na prevenção), no enfrentamento da doença, pois o corpo está “preparado” para o processo de infecção (caso ocorra) e uma melhor resposta imune à vacina. Além disso, o tratamento cardiometabólico auxilia na diminuição de inflamações, de índices glicêmicos e até mesmo diminuindo a pressão arterial. 

 

Inicialmente, com o paciente já estável e liberado pelo seu médico assistente, o ideal é que seja feita uma avaliação geral com especialistas multidisciplinares. É importante que sejam feitos, em um primeiro momento, exercícios progressivos, com períodos mais longos de descanso, devido à fadiga periférica. Enfatizar atividades aeróbicas, treinos de resistência, funcionais, de equilíbrio e até exercícios específicos para musculatura respiratória. Em alguns casos, é indicado também realizar o monitoramento cardiológico com eletrocardiograma durante as sessões para acompanhar qualquer alteração cardiológica.  

 

Mais do que nunca, está evidente que a reabilitação cardiometabólica deve estar sempre no hall de tratamento de qualquer doença. O exercício físico pode impactar na capacidade funcional, diminuição de tempo de internação, melhora na qualidade de vida e diminuição da mortalidade. Muitos especialistas ainda postergam o início das atividades físicas e/ou da reabilitação. Porém, a prescrição médica deve conter como item número 1 o exercício físico. Seus benefícios podem mudar desfechos. 

 

*Dr. Mateus é médico cardiologista, com especialização em Medicina do Esporte. Ocupa, atualmente, o cargo de Diretor da Sociedade de Medicina do Exercício e do Esporte do Rio de Janeiro (SMEERJ).  O especialista, que participa também como membro do Comitê de Medicina Desportiva da Associação Médica Fluminense (AMF), trabalha há três anos como médico de esporte do Clube de Regatas Vasco da Gama. Dr. Mateus atua também como coordenador médico da clínica Fit Center, uma das mais tradicionais clínicas de reabilitação cardiometabólica do Brasil. Faz parte também da equipe do Complexo Hospitalar de Niterói (CHN), como médico cardiologista da Unidade de Soluções Integradas (SER). 

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