3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA - 55ª LEGISLATURA - 108 ª SESSÃO - (03/08/2017 https://www.YOUTUBE.com/watch?v=4A9Bk7ZPtc0

O SR. PRESIDENTE (Alvaro Dias. PODEMOS - PR) – Os nossos cumprimentos também a João Pessoa, essa extraordinária capital da Paraíba, e os cumprimentos ao Senador Raimundo Lira, que represa, nesta Casa, com muita inteligência, honradez e competência o povo da Paraíba.
Peço a V. Exª, se possível, que venha presidir a sessão para que eu possa fazer o meu pronunciamento.
O SR. RAIMUNDO LIRA (PMDB - PB) – Com todo prazer, Senador.
O SR. PRESIDENTE (Raimundo Lira. PMDB - PB) – Convido, para ocupar a tribuna, o Senador Alvaro Dias, do Estado do Paraná.
O SR. ALVARO DIAS (PODEMOS - PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Sr. Presidente, Senador Raimundo Lira, Srs. Senadores, Srªs Senadoras, eu deveria – imagino, é o que espera o cidadão brasileiro – fazer uma análise dos últimos acontecimentos, especialmente a deliberação imposta pela Câmara dos Deputados em relação à denúncia do Procurador-Geral da República. Mas imagino que o desabafo de um Parlamentar certamente não tem a força do protesto de um cidadão.
Por isso, eu prefiro abrir espaço à voz das ruas, valendo-me de mensagem que acabo de receber de um amigo brasileiro, que já ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados, Samuel Saraiva, que hoje reside nos Estados Unidos, na cidade de Washington, mas que está ligado sentimentalmente, sobretudo, ao nosso País e acompanha o dia a dia dos acontecimentos no Congresso Nacional. Peço permissão a ele para fazer leitura da sua mensagem, que eu sei que reflete bem o sentimento que habita hoje a alma da maioria dos brasileiros.
Diz o Samuel:
"Aqui entre a gente, ontem fui dormir com a mesma sensação de desolação que deu lugar a um amanhecer de desesperança, impotência e indignação ao ver o Brasil sofrido, sufocado e sem rumo. Amanheci com uma ressaca de alma. Esse sentimento latente está na alma, no ânimo e até no semblante de parcela majoritária do nosso povo. Com algumas exceções, os políticos – título com o qual se apresentam e acobertam ladrões, mercenários, charlatões, hipócritas, canalhas e outros paus-mandados do poder econômico – enforcam a pobre galinha que diariamente os alimentos com os ovos de ouro em forma de impostos.
Na Sessão de ontem na Câmara (ou camarilha) o crime organizado se digladiou prosaicamente defendendo o indefensável. Criminosos partícipes de diferentes bandos de todas as matizes numa disputa nojenta pelo poder público. 'Eleitos' ou mal paridos pela ignorância popular e o mesmo ventre apodrecido trocam acusações e se alternam nos cargos. Brigam e se vingam uns dos outros ante os olhos de uma Nação atônita e incrédula zombada e literalmente estuprada.
Que moral ou credibilidade possuem esses canalhas para fazer qualquer tipo de reforma, sobretudo a política? Aliais reforma política seria usada por eles para aprimorarem a máquina atual que os favorece em detrimento ainda maior do interesse público.
O contribuinte subserviente, ordeiro e ingênuo alimenta-se pela fé à espera pela realização do improvável, enquanto assiste esse infindável cenário de pão e circo.
Mudanças só chegam com educação e não vejo interesse nem investimento por parte das elites governantes nesse setor, muito menos mobilização cidadã cobrando esse direito legitimo, assim como o acesso a saúde, a segurança etc, etc… cujo dinheiro pago aparece em malas, cuecas etc.
Deus não opera milagres para os que escondem o discernimento ou não o desenvolvem por medo de 'pecar' ou lutar por justiça. Essa postura absurda postura explica a cruel e realidade absurda cujos 'méritos' são compartidos entre Estado e Nação. Triste, vergonhoso, nojento e inadmissível."
Esse é o protesto de um cidadão que já se foi do Brasil.
O Senador Raimundo Lira acabou de abordar essa tentação, que certamente toma conta de milhares de brasileiros, de irem até ao aeroporto e decolarem para outras partes do mundo, inconformados com a realidade vivida, infelizmente, num Brasil de riquezas naturais extraordinárias, mas de pobreza política e administrativa, que, sem dúvida, nos envergonha.
Esse é o desabafo de um cidadão brasileiro, certamente verbalizando o desejo de milhares de outros brasileiros que aqui vivem. (…)

Era o que tinha a dizer.