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Vereadores vão protestar contra aumento de passagens



 
INCONFORMADOS- A transmissão do cargo de presidente da Câmara foi dominada por críticas ferozes ao aumento das passagens na capital.

Se o prefeito Roberto Sobrinho já considera o aumento dos ônibus como fato consumado o desagrado de grandes setores da população com sua decisão continua repercutindo e desagradando até mesmo parcelas importantes de seu próprio partido que consideram que, devido as péssimas condições do transporte público, ao não cumprimento de compromissos mínimos que haviam sido acertados, pela não construção inclusive de um terminal que deveria fazer a interligação entre os ônibus e pelo fato de que o aumento está muito acima da inflação anual indo pesar significativamente no bolso da população, as críticas ao comportamento do prefeito que é visto como “um aliado do monopólio” consegue aglutinar uma oposição que promete ser feroz contra à sua decisão.

Os fatos relativos ao aumento

A prefeitura de Porto Velho, através da Semtran reuniu-se no final da tarde da terça-feira (28) com representantes do SET (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Porto Velho), Conselho Municipal de Transportes da capital e um grupo de vereadores nas dependências do Teatro Banzeiros. O motivo da reunião foi a proposta de aumento do valor da tarifa de transporte urbano da capital para R$ 2,90, sugerida pelos empresários do SET. O Conselho composto por respresentantes da sociedade civil organizada, entre elas sindicatos, OAB, comércio, deficientes, estudantes secundaristas e DCE da Unir votaram quase por unanimidade, apenas o representante dos empresários se abstve, contra um aumento sem contrapartidas. Na ocasião o então presidente da Câmara de Porto Velho, deputado eleito Herminio Coelho foi incisivo em ser contra considerando ser absurda a proposta. Disse que a capital necessita de, no mínimo, 210 veículos e só conta hoje com 156 unidades, de forma que penaliza os trabalhadores com a demora, além da qualidade dos ônibus deixar muito a desejar. O Conselho reclamou que os acordos na reunião de 2009 não foram cumpridos, como o terminal de integração de passageiros.

Assim havia votado o Conselho com todos os seus integrantes, mas, no fim de ano, no apagar das luzes de 2010, o prefeito para se abster de assumir a responsabilidade convocou apressadamente os membros que conseguiu reunir e, alguns, mudaram inteiramente, e de forma estranha, o seu voto, de forma que incompleto e contra a decisão anterior da maioria, por 5x2 se aprovou um aumento para R$ 2,60. O vereador Hermínio Coelho, um dos que manteve sua posição contra, afirmou que “O prefeito esfaqueou o povo ao dar um aumento de 17% quando o salário mínimo teve um aumento de apenas 5,9%. È uma traição ao que o Partido dos Trabalhadores-PT prega e não posso compactuar com este tipo de comportamento”. Segundo consta o aumento já foi assinado e o prefeito saiu de férias. Não conseguimos obter informações junto à Prefeitura que se encontra em recesso.

Repercussão altamente negativa

O hoje deputado Hermínio Coelho é um dos mais inconformados com o aumento. Prometeu ir à Justiça para tentar reverter a decisão do prefeito que considerou um presente de natal para os empresários de transporte coletivo, um monopólio que, aliás, fez um lei para quebrar e democratizar o transporte público.

Na posse do novo presidente da Câmara o prefeito nem sequer mandou representante, mas, isto não o poupou de ser alvo de discursos inflamados como dos vereadores Hermínio Coelho (PT) e Ellis Regina (PC do B) que não pouparam das críticas nem mesmo o secretário de Trânsito, Itamar Ferreira, o Itamar da Cut, de quem se esperaria que, pela história, fosse defender os interesses populares. Por causa deste episódio houve a promessa de que a Câmara irá preparar um novo projeto para ser votado em fevereiro para limitar o poder da Prefeitura de Porto Velho nas questões envolvendo aumento de tarifa.

Hermínio Coelho, o mais revoltado, afirmou que a Câmara sempre foi parceira aprovando projetos de interesse do município, mas, o Executivo nunca respeitou o Legislativo Municipal. E desferiu uma crítica feroz dizendo que “O prefeito precisa vomitar ou engolir esta tarifa covarde e traiçoeira. Foi uma verdadeira facada no peito da população”, disparou. Irritado, Hermínio ainda chamou o Conselho Municipal de Trânsito, por conta de alguns conselheiros que mudaram de posição, de “marionetes” que deixavam a impressão de terem sido “cooptados” por algum tipo benefício somente o que explicaria a mudança súbita de posição ou o “mero servilismo” aos desejos do prefeito, embora fosse dele a responsabilidade final por este golpe no bolso da população.As críticas do ex-presidente também foram para as empresas de transporte a quem ele classificou de ferida braba e câncer, pois explora e humilha a população com um serviço de péssima qualidade. “Dia 25 de fevereiro vai acabar o prazo para que as empresas se adeqüem à lei que foi aprovada no ano passado que não só obriga a colocar mais ônibus nos itinerários, mas, que democratiza e exige a melhoria dos transportes. A Câmara deve estar atenta a esses prazos e cobrar o cumprimento da Lei”, lembrou.

A vereadora Ellis Regina direcionou suas críticas ao atual secretário de transportes e trânsito, Itamar Ferreira. “Naquela reunião que decidiu o aumento da tarifa eu não sabia dizer se o Itamar era secretário ou empresário, tamanha sua desenvoltura em defender os empresários das empresas de transporte”, criticou. Para ela são estes tipos de postura que causam descrédito ao movimento sindical. Para a vereadora, existem sindicalistas e pelegos. “Dizem que cada homem tem um preço, mas, se vender tão barato deste jeito é muito triste”, disparou. Os vereadores pretendem realizar atos públicos no centro da cidade para protestar contra o aumento abusivo nas tarifas dos coletivos urbanos.

 Fonte: Antônio Nilton Santos / Ascom Câmara

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