Sexta-feira, 20 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política

Secretário da Funcultural admite que nunca viu empresário


 

O segundo e um dos mais importantes depoimentos prestados na Oitiva da CPI foi do Secretário da Funcultural, Marcos Nobre. Ele respondeu questionamentos diversos como a participação do prefeito Mauro Nazif no evento, os valores pagos para a realização do show e sobre a elaboração do processo de contratação e pagamento do cantor Alceu Valença. Segundo ele foram pagos 250 mil reais à empresa AC Almeida Entretenimento ME com sede em Manaus – AM, em duas parcelas de 125 mil reais. Sobre a autorização do pagamento mesmo com a recomendação contrária da Controladoria Geral do Municipio – CGM, Nobre justificou declarando que o oficio foi enviado sem justificativa. “Não foi uma decisão pessoal. Foi uma decisão em conjunto”, disse.

A vereadora Fátima Ferreira (PT) fez uma pergunta direta ao representante da FUNCULTURAL. “Qual a sua experiência na administração pública?, indagou Fátima. Marcos Nobre respondeu: Passei boa parte da minha vida atuando nos movimentos culturais”.

A vereadora fez outro dois questionamentos. “O senhor considera relevante ou não as recomendações dos órgãos de controle externo? O senhor tomou uma decisão unilateral quando resolveu pagar mesmo com a recomendação da CGM? Por que a meu ver, se o meu indicador de qualquer situação diz para mim que sou gestora que não devo pagar, eu não pago”. Fátima foi mais além. Ela fez duras criticas a postura do titular da Funcultural. “Para que ter Controladoria se não há obediência a orientação do Tribunal de Contas? Me parece que o senhor é confuso”, sentenciou Fátima.

Jair Montes (PTC) fez perguntas sobre o apoio dado pelo Estado ao município no que tange a valorização da cultura. Marcio Nobre disse que os principais parceiros são os movimentos sociais e culturais da região. “Apesar do vice-governador ser do nosso partido não contamos com o apoio do Estado para fomentar a cultura de Porto Velho”, lamentou Nobre.

O vereador continuou questionando o depoente sobre a participação do prefeito de Porto Velho Mauro Nazif nos dois shows e que constam nas denuncias investigadas pela CPI como sendo uma promoção pessoal do chefe do poder executivo.  Marcio Nobre respondeu que foi de inteira responsabilidade da Federon e do locutor do evento fazer manifestação de apoio ao prefeito. “Foi livre e legitima. Não foram pagos pela prefeitura para comentar aquilo”, disse.

Jair Montes perguntou se houve o pagamento de alguma propina para realização do show. Marcos Nobre respondeu que nunca precisou pedir propina. “durante esses anos todos de militância na cultura nunca pedi nada disso à ninguém. O que ganho dá para manter a vida da minha família e mais três famílias, gatos e cachorros”, ironizou.

O vereador Edmilson Lemos (PSDB) foi enfático. Ele criticou o titular da Funcultural afirmando que a atitude dele prejudicou o prefeito. “Você estava no palco. Deveria ter se retratado quando o locutor falou durante um evento publico que votaria no Mauro por que ele sim, valorizava a cultura. E no telão jamais deveria colocar o nome do prefeito e sim o nome da prefeitura de Porto Velho. Essa atitude irresponsável pode levar o prefeito a responder por um crime sem ter nada haver”, observou.

Para Edmilson o secretário pagou o show mesmo com uma recomendação contraria por vários motivos. “A Emdur, O Ipan, a Funcultural fazem parte da administração indireta. Você como gestor tem autonomia. Cabe ao senhor executar. Mesmo que controladoria tivesse se ajoelhado e pedido que você não pagasse, mesmo assim, você pagaria. Tenha mais cuidado. Tomara que o senhor tenha feito a coisa certa. O senhor tem chefia de licitação, de financeiro. Tenha responsabilidade para não prejudicar pessoas boas. Espero que essa CPI traga uma lição: a de como administrar a coisa pública”, advertiu Lemos.

Secretário é advertido

No mesmo momento Marcio Nobre foi advertido também pela vereadora Fátima que antes fez o seguinte questionamento. Quais foram às pessoas que lhe apoiaram em pagar a segunda parcela?

Marcos Nobre respondeu que esteve em varias reuniões com a equipe técnica. “Debatemos este assunto exaustivamente, mas foi entendido que não houve má fé e nem dolo no pagamento. São vinte funcionários. A justificativa foi feita por técnicos”, explicou Nobre.

A resposta gerou descontentamento na parlamentar. “É tanta falta de experiência em gestão publica. Quem tem experiência administrativa sabe que não se pode conter alusão à pessoa e sim a prefeitura. Você precisa recorrer ao órgão para ter conhecimento. O senhor precisa se aprofundar”, sentenciou.

Edmilson Lemos completou a enxurrada de criticas a postura do representante da Funcultural declarando que o processo foi induzido desde o começo ao erro “A própria Controladoria, que interviu na questão somente depois que o show foi realizado em Porto Velho”.

Para o vereador o processo foi todo montado desde o começo como se fosse um quebra-cabeça. “Essa peça eu vou montar aqui, essa aqui, essa e essa. Todas as suas fases em um pequeno intervalo e até mesmo de quem viria para o show”.

Edmilson ironizou dizendo que “Queria ter visto a cara do Dr. Mauro quando ele (o presidente) dissesse que havia contratado um show de Alceu Valença por R$ 295 mil. Será que o Dr. Mauro não entende que R$ 295 mil é um absurdo?”, questionou.

Edemilson declarou que os depoimentos prestados até alí à CPI já possuíam uma constatação importante: a de que houve responsabilidade civil objetiva consumada por parte do prefeito.

E até brincou: “Geralmente, é pelo porte jurídico da causa que se escolhe o advogado. Para que a Prefeitura tenha contratado o Nelson Canedo para sua defesa, é preciso que a encrenca seja das grandes. O vereador Jair Montes até sugeriu o jurista renomado Léo Faccin”.

A escolha do cantor

Sobre a escolha do cantor Alceu Valença, Marcos Nobre disse que foi através de uma enquete no site da Funcultural. O vereador Edmilson Lemos disse que desde a enquete, já havia um direcionamento para Alceu, já que colocaram dois cantores pouco conhecidos em nível de Brasil. “Vamos exemplificar a situação para entendermos. Se eu fosse inaugurar um estádio aqui em Porto Velho e fizesse uma pesquisa com o publico sobre a escolha dos times que participariam da abertura e citasse as seguintes opções de time: Flamengo, Rio Branco do Acre, Nacional de Manaus e Genus que também são times profissionais que time o senhor acha que o povo escolheria?, indagou Lemos. Marco Nobre respondeu com ironia dizendo que chamaria o time do Corinthians. A resposta gerou risos e aplausos da plateia.

Empresa com sede em Manaus

O relator da CPI vereador Everaldo Fogaça perguntou à Nobre sobre a sede da empresa A. C. Almeida Entretenimento–ME. O secretário da Funcultural respondeu que a empresa é de Manaus e que a contratou pelo fato da AC Almeida ser detentora da carta de exclusividade do cantor. Nobre disse que nunca viu pessoalmente o empresário Alexandre e também não sabia que no endereço da empresa na capital manauara funciona há doze anos uma lavanderia.

O mais curioso no depoimento de Marcos Nobre é que para a assinatura do contrato, disse que enviou por e-mail o documento público e não teve nenhum servidor publico acompanhando a assinatura, e que ele próprio não conhece o tal empresário, nem nunca o viu pessoalmente.

De acordo com o relator Everaldo Fogaça a Comissão não conseguiu localizar o proprietário da A. C. Almeida, no endereço que consta na razão social da empresa para convoca-lo a prestar esclarecimentos na CPI.

Fonte: Ascom / Câmara Municipal

 

Gente de OpiniãoSexta-feira, 20 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Deputada Cristiane Lopes ao lado do povo na investigação de fraudes contra aposentados

Deputada Cristiane Lopes ao lado do povo na investigação de fraudes contra aposentados

Em uma vitória expressiva para a transparência e o combate à corrupção, o Congresso Nacional leu oficialmente nesta terça-feira (17) o requerimento

Parlamentares aprovam R$ 3 milhões para premiação de escolas públicas com melhores índices de alfabetização

Parlamentares aprovam R$ 3 milhões para premiação de escolas públicas com melhores índices de alfabetização

Os deputados estaduais de Rondônia aprovaram, durante a sessão de terça-feira (17), o Projeto de Lei 888/2025, que autoriza o Poder Executivo a abri

Assembleia aprova Projeto de Lei que institui o “Julho Laranja” em Rondônia

Assembleia aprova Projeto de Lei que institui o “Julho Laranja” em Rondônia

A Assembleia Legislativa de Rondônia, na sessão plenária de terça-feira (17) aprovou o Projeto de Lei Ordinária (PLO), de autoria do vice-presidente

Presidente da Alero garante R$ 500 mil para construção da nova sede da Padaria Solidária da Associação São Tiago Maior

Presidente da Alero garante R$ 500 mil para construção da nova sede da Padaria Solidária da Associação São Tiago Maior

Foi assinada nesta terça-feira (18) a ordem de serviço para o início das obras da nova sede da Padaria Solidária da Associação São Tiago Maior, loca

Gente de Opinião Sexta-feira, 20 de junho de 2025 | Porto Velho (RO)