Quarta-feira, 8 de abril de 2009 - 11h41
Palestra de Miguel de Souza mostra rumos de Guajará-Mirim com a saída para o pacífico
"A construção da ponte binacional Brasil/Bolívia representa para o município de Guajará-Mirim tamanha importância econômica que podemos, sem medo de errar, afirmar que ela se equivale ao que as hidrelétricas do Madeira significam para Porto Velho, consideradas as devidas proporções". O raciocínio pode ser considerado exagerado, mas Miguel de Souza justifica seu pensamento ao dimensionar as reais perspectivas abertas para a cidade e região já a partir do início das obras da ponte, na qual serão investidos mais de R$ 200 milhões. O diretor de Planejamento e Pesquisa do DNIT profere palestra, programada para às 15:00 horas desta quinta-feira, dia 09, no Campus da Unir, sobre tema de sua predileção: "Saída para o Pacífico". No mesmo dia ele será agraciado com o título de cidadão honorário do município, outorgado pela Câmara dos Vereadores.
Miguel de Souza é o principal incentivador dessa estratégia em busca de ampliação do mercado e maior competitividade para os produtos da região norte brasileira com a saída para o Pacífico, desde a época em que ocupava a presidência da Fiero. Ele atende a convite formulado pela Prefeitura e Câmara de Vereadores de Guajará-Mirim e integra a programação do 80º aniversário de emancipação do município, que se comemora amanhã, dia 10. A opção pelo Campus da Unir visa mobilizar também a classe estudantil para essa nova realidade que se avizinha, com investimentos superiores a R$ 300 milhões, que envolvem a reforma completa da BR-425, que liga o município à BR-364 no distrito de Abunã, e, ainda, a abertura da BR-421, que vai passar por Nova Mamoré em direção a Ariquemes.
Para que se tenha uma idéia do que pode significar para os produtos brasileiros a opção pela saída para o pacífico em direção ao mercado asiático via portos chilenos de Ilo e Arica, o diferencial mínimo de frete é de seis mil quilômetros. Para que se possa ter uma idéia, uma tonelada de soja transportada na região custa média de R$ 0,10. Segundo a Hermasa, uma carreta com 40 toneladas de soja custa, de Sapezal e Porto Velho (1,2 mil quilômetros) R$ 4,24 mil. Uma economia de seis mil quilômetros significa, nessa base de cálculo R$ 21,2 mil por carreta. O que se consegue economizar no custo de transporte pode significar também a competitividade de preços no mercado internacional. Ou seja: com a saída para o Pacífico a soja rondoniense e do norte do Mato Grosso seria imbatível no mercado asiático.
Miguel de Souza lembra que as perspectivas para a economia de Guajará Mirim são muito mais amplas, como a exploração da indústria turística, por exemplo, com oportunidades de negócios no ramo de hotelaria, restaurantes, bares e similares, cultura, shows e espetáculos, transportes de passageiros e cargas, passeios turísticos, comércio em geral, festivais e calendários de eventos, pesca esportiva. E ainda as oportunidades no comércio exterior, tanto na venda de produtos brasileiros como na importação e tudo o que isso significa. Para ele, o importante é que Guajará-Mirim se prepare para ocupar os espaços que se abrem nessa nova economia, para que a riqueza ali produzida permaneça na região, recado que vale também especialmente para os estudantes, que já sairão para o mercado de trabalho dentro dessa nova realidade.
Fonte: Carlos Henrique
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