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Rosenaldo Machado e suas 100.000 fotografias


Rosenaldo Machado e suas 100.000 fotografias - Gente de Opinião

“Uma imagem vale por mil palavras”!... Baseado nesta máxima o jornalista e repórter fotográfico Rosenaldo Machado, 60 anos, natural de Santarém, Estado do Pará, completa 40 anos de bom exercício profissional registrando belos e maus momentos da vida.

Com uma invejável folha de serviço prestados, passando pela extinta Revista Manchete no Rio de Janeiro onde trabalhou por oito anos, juntando notável escola de imagens do diretor de cinema Hugo Carvana (Globo), na época dono da Zoom Cinematográfica, Rosenaldo Machado, o simplesmente Machado como é conhecido, fotografou o Brasil, e a Amazônia, especialmente o Estado de Rondônia.

Nesta entrevista Machado conta um pouco da sua história e como conseguiu juntar, ordenar e guardar mais de 100 mil imagens fotográficas em “slides” e digital. Sobreviveu glórias e angústias desde os úmidos e escuros laboratórios com bandejas brancas cheias de química de nitrato de prata, quando a fotografia era em preto e branco, até as mágicas máquinas digitais que fazem a fotografia e em questão de minutos estar na internet ilustrando a notícia em todo o mundo.

Falou dos avanços da tecnologia que popularizou a fotografia, quase acabando com a profissão do fotógrafo profissional. “Hoje qualquer pessoa de posse de uma máquina fotográfica eletrônica se diz fotógrafo e sai por aí a fora registrando a realidade. Mas estes, Machado não os chama de fotógrafos, mas sim de retratistas”. Isso qualquer um pode fazer, declara ele. “Quero ver é o retratista conhecer as técnicas de fotografia, como campo de profundidade, luz e centenas de recursos técnicos que possibilitam ao profissional da fotografia registrar a realidade com sentido, sentimento e beleza”.

Desde Daguerre na França quando criou a primeira máquina fotográfica que tinha 16 metros de comprimento e necessitava de oito pessoas para operá-la até um David Hamilton ou um Jean Cartier Bessan a fotografia tem o poder e a magia de falar sozinha com cores e nuances que mostra desde a brutalidade humana até a sensualidade de uma adolescente que admira o reflexo de seu próprio corpo reluzindo na água.

Para Rosenaldo Machado a fotografia é magia, é sensibilidade, é arte, é cultura, é conhecimento. Pelas suas andanças pelo Rio de Janeiro, Pará, Amazonas e finalmente Rondônia conta incríveis histórias de jornalismo fotográfico que vale a pena o registro para a posteridade.

Machado foi assessor do coronel Jorge Teixeira quando este foi prefeito de Manaus. Depois se tornou amigo e compadre do então primeiro governador do Estado de Rondônia para onde veio acompanhando-o. Machado registrou a vida e o desenvolvimento tanto da capital do Amazonas como também a implantação da estrutura política e administrativa de Rondônia, durante a transição de Território Federal para Estado.

Segundo ele as imagens que mais marcaram a sua vida “foi o fenômeno de um UFO sobrevoando o Rio Negro, em frente a cidade de Manaus. As fotos foram parar na NASA. Segunda imagem mais forte que registrei foi da visita a uma família com malária em um assentamento do INCRA em Ariquemes chamado Projeto Burareiro. Quando lá chegamos simplesmente os cinco membros da família estavam todos mortos, já em estado de decomposição. A terceira foi fotografar um produtor rural entre Rolim de Moura e Cacoal que acompanhado de um filho de dez anos, carregou por 60 quilômetros duas sacas de feijão de 50 quilos para vender no mercado. Como ele transportou o feijão é que foi incrível: ele carregava cada saca por mil metros, voltava e levava a outra saca e o menino. Gastou 12 horas para chegar a Cacoal, vendeu as duas sacas de feijão, comprou víveres e voltou novamente, a pé, para a sua casa.

A outra história que Machado conta emocionado foi o dia em que o governador Jorge Teixeira o chamou a seu gabinete, em sua casa, e disse-lhe: “quando você quiser lembrar de mim no futuro, escute está música” e ligou o gravador, era “Céus de Rondônia”. O governador acabara de escolher dentre um concurso a letra e música do novo hino do Estado de Rondônia.

Assessorado pela bela repórter fotográfica Eliana Zuanazzi, Rosenaldo Machado encerrou a entrevista dizendo que o que mais o entristece é ver o extraordinário acervo fotográfico que ele ordenou durante toda a sua vida ficar restrito apenas ao seu estúdio. Nunca uma instituição pública de Rondônia se interessou em publicar um livro sobre o seu trabalho nem tão pouco adquirir o acervo para colocar a disposição da população.

Eliana Zuanazzi é mais enfática e desabafa: “um profissional como Machado, não é valorizado e nem reconhecido por todo esse trabalho que fez, mas isso é só em Rondônia. Instituições de todo o país e até do exterior já tentaram comprar o acervo dele, mas ele poeticamente reluta e não libera o valioso acervo guardado, a não ser se for para instituição que seja genuinamente rondoniense”. (Por Benjamim Zegarra)

Fonte: Jornal Alto Madeira

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