Segunda-feira, 4 de junho de 2012 - 10h40
O acesso ao Mais Alimentos, linha de crédito disponibilizada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), aumentou em 100% a produção de polpa de frutas do agricultor Wilson Mantovanelli, 44 anos, que reside no distrito de Nova Colina, a 35 quilômetros da cidade de Ji-Paraná (RO). Em parceria com a sua mulher Gedinéia, 33, ele transformou o pequeno projeto de vida em realidade e agora tem pretensões maiores.
Diante das condições oferecidas pelo programa, o casal adquiriu há três anos um financiamento no valor de R$ 45 mil, para adquirir máquinas para fabricar e conservar polpas de frutas e para a construção de uma miniagroindústria de 27 metros quadrados. Hoje, a produção diária é de cerca de 150 quilos de polpa por dia - antes, esta era a média semanal da produção.
Com o financiamento, o casal comprou um liquidificador industrial e um freezer, no qual conserva os sacos de polpas congelados. Em seguida, adquiriu outro freezer, um multiprocessador, uma despolpadeira, outro liquidificador industrial, uma seladora, uma balança digital e um ar condicionado. “Tudo o que vem acontecendo vem na medida e na hora certa. Agora, nosso sonho é a ampliação da produção porque perco polpa por falta de espaço e de mão de obra. Esse financiamento pelo Mais Alimentos permite sonhar mais alto, realizar mais rápido aquilo que a gente tem vontade. Tenho certeza de que o financiamento bem aplicado não tem erro”, conta o agricultor.
Produção
O sítio da família Mantovanelli tem 50,82 hectares em que cultivam principalmente frutas. Na área de 27 metros quadrados construída para a pequena agroindústria familiar, Wilson e a mulher passam grande parte do dia trabalhando. Gedinéia conhece bem o processo e participa de todas as etapas de fabricação da polpa. No caso do cupuaçu, por exemplo: lava a fruta, quebra o cupuaçu, separa a semente, bate a fruta na despolpadeira e empacota a polpa. A rotina inclui o cuidado com outras culturas e as tarefas como dona de casa e mãe - de Olga, 6 anos de idade, e Hugo, 9 anos. “Tem dia que fico estressada”, conta Gedinéia, ao falar do dia a dia trabalhoso que tem no campo. Mas o tom não é de reclamação. Ela e o marido estão satisfeitos, querem continuar a fabricação e têm metas maiores.
São polpas de cacau, graviola, acerola, tamarindo, caju, cajá, manga, araçá e abacaxi. As frutas, em sua maioria, são compradas de oito agricultores da região, que Wilson chama de parceiros. Atualmente, o agricultor vende polpas de frutas para vários clientes fixos de Ji-Paraná, entre eles dois hotéis, três restaurantes, uma lanchonete e duas escolas particulares.
Escolas públicas do município também consomem os produtos da família Mantovanelli. Há dois anos, Wilson vende as polpas para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e atende nove escolas de Ensino Fundamental da região. “O que me impulsionou mais, o que mais me animou foram dois programas do governo, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Pnae. O PAA abriu grandes possibilidades. Comercializo polpas, mandioca, inhame e banana, de acordo com a época do ano”, comemora o agricultor, que hoje tem uma renda mensal que chega a R$ 6 mil com as vendas para os clientes particulares e também para o PAA e o Pnae, programas que têm a participação do Ministério do Desenvolvimento Agrário como articulador.
História
Wilson saiu da cidade de São Gabriel da Palha, no Espírito Santo, há 30 anos, com os pais e sete irmãos. No estado de origem, a família cultivava lavoura de café como atividade principal. Assim que chegou a Rondônia, a primeira atividade foi um viveiro de mudas de cupuaçu e açaí, incentivado por técnicos da Emater, em 1991. Mais tarde, cultivou café, algodão e arroz.
Há 12 anos, casou-se e passou a vender os primeiros produtos no comércio local. Percorria os 35 km de sua casa até o centro de Ji-Paraná com uma bicicleta do pai e um pequeno isopor. Com o passar do tempo e as exigências do comércio, decidiu realizar um financiamento pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), do MDA. O objetivo era melhorar e aumentar a produção de polpas. Como a qualidade do produto sempre foi uma meta, Wilson participou de cursos promovidos pela Emater local e pela Secretaria de Agricultura, que lhe deu a certificação de seus produtos.
Metas
Agora, o objetivo da família é adquirir um dosador – máquina para dosar e embalar, adequada para medir com precisão as polpas de frutas e iogurtes etc. Wilson e a mulher colocam o conteúdo da polpa de fruta em sacolas de 500 ml ou de 1 litro, unidade por unidade. O processo, que é manual, pode se tornar mais ágil e render mais com o dosador. “Agora, o sonho é o dosador”, ele diz. “Na vida, você tem que se dedicar e ter determinação”, ensina.
Além do dosador, o agricultor também já fala em comprar uma câmera fria, que garante maior capacidade de armazenamento das polpas congeladas - cerca de quatro mil litros. A meta surgiu com o aumento da demanda. A família sempre recebe novos pedidos, mas, pelo menos por enquanto, prefere não assumir outras solicitações para não comprometer a qualidade do produto.
Mais Alimentos
O Mais Alimentos é uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) da Secretaria da Agricultura Familiar (SAF), criada pelo MDA em 2008 para estimular a modernização produtiva das unidades familiares agrícolas de todo o País. Desde que foi lançado até o final de 2011, o Mais Alimentos financiou mais de 44 mil tratores, 4 mil veículos de transporte de cargas, 300 colheitadeiras, beneficiando mais de 150 mil famílias em todo Brasil. O governo federal já investiu aproximadamente R$ 6,5 bilhões em máquinas e equipamentos agrícolas.
Fonte: Daniele Souza
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