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Produtoras do Novo Engenho Velho reivindicam transporte coletivo e coleta de lixo


Produtoras do Novo Engenho Velho reivindicam transporte coletivo e coleta de lixo - Gente de Opinião

Rosicléia Batista, Gracinete Argentina da Silva e Grima Cartogena de Freitas são produtoras de artesanato que residem na Agrovila do Novo Engenho Velho, a cerca de oito quilômetros de Porto Velho. Elas fazem parte das 42 famílias remanescentes da Cachoeira de Santo Antonio, que foram reassentadas na nova comunidade em razão da implantação da usina hidrelétrica. No local, as famílias receberam casas com instalação de água, energia e fossa séptica.

Apesar de a agrovila contar com vários equipamentos coletivos, como escola, posto de saúde, centro comunitário, casa de farinha, estufa para produção de hortaliças e viveiros para a criação de peixes, as moradoras dizem que a maior dificuldade enfrentada atualmente pela população é a falta de transporte público para se deslocar à cidade, bem como, o transporte de alunos. “A estrada está sendo conservada com máquinas, mas ainda não temos transporte”, disse Rosicléia Batista, que reside com a família há seis anos no local. Ela também conta que depois do mês de dezembro não foi feita mais a coleta de lixo na vila e as famílias estão se virando como podem para acondicionar o lixo, que não pode ser queimado e nem descartado.

Desde que foram reassentadas na agrovila, as produtoras recebem apoio dos técnicos da empresa Santo Antonio Energia e da Emater-RO para desenvolver a produção e iniciativas de geração de renda. Na sede do centro comunitário, elas montaram uma oficina de costura com máquinas doadas pela empresa, mas têm planos de construir a oficina num novo local.

Produtoras do Novo Engenho Velho reivindicam transporte coletivo e coleta de lixo - Gente de Opinião

Na opinião de Rosicléia, a nova oficina será a casa das costureiras, com dependências também para sala para de provador e depósito. Com isso, pode-se liberar a sede do centro comunitário para as outras atividades sociais e recreativas.  Próximo à casa de costura, elas querem também construir um galpão para a realização da feira para a comercialização dos produtos, assim, não precisarão se deslocar. Segundo ela, com a presença da comunidade do entorno, haveria movimento para a venda de toda a produção.

Atualmente, na sede do sindicato, elas se reúnem frequentemente para confeccionar roupas, como pijamas, camisolas, toalhas e panos de prato, mas o forte da produção, por enquanto, está na confecção artesanal de bonecas em tecido e caixas de papelão decoradas para acondicionar presentes. Essa produção é comercializada na feira quinzenal, realizada nas dependências da Emater-RO. Elas reclamam da dificuldade para transportar as mercadorias.

“Ao mesmo tempo em que temos tranquilidade e segurança, temos dificuldade de acesso e falta de transporte coletivo”, reclama Gracinete, que reside na vila com o esposo e um casal de filhos ainda pequenos. Ela também lamenta a falta de opção para continuar os estudos, porque concluiu o Ensino Médio na Capital e veio para a vila assim que se casou. “Aqui a escola atende às crianças até o 4º ano, mas não existe um programa de alfabetização para adultos”, informou, lamentando a falta de opção para avançar nos estudos.

Assim como Gracinete, sua sogra Grima, de 70 anos, também lamenta a falta de transporte para os estudantes, informando que “o bandeirinha” cobra R$ 10 cada vez que uma pessoa atravessa o rio Madeira. Para ir à escola todos os dias, são R$ 20. A família mantém três adolescentes estudando na cidade e desembolsa R$ 300 por mês com  deslocamento. Segundo ela, tem muitas crianças sem escola na região por falta de transporte escolar.

Convidadas pela extensionista social da Emater-RO, Maria Lúcia Aires Pinto, as produtoras da comunidade Novo Engenho Velho participarão nesta terça-feira (10) de uma comemoração alusiva ao dia Internacional da Mulher, na comunidade Riacho Azul, a cerca de 20 minutos.  Além de festejar, elas irão refletir sobre a necessidade de fortalecer laços para lutar pela melhoria das condições de vida e de trabalho da comunidade.

Texto: Mirian Franco
Fotos: Ésio Mendes

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