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Política

Potencial econômico avança em 30 anos


Com mais de 1.5 milhões de habitantes e mais de 230 quilômetros de extensão, o
terceiro maior Estado da região Norte comemora 30 anos de história com o também
terceiro lugar na produção de Produto Interno Bruto (PIB), com R$ 20 bilhões em
2011, um aumento de 7% em relação a 2010. O Estado fica atrás do Amazonas e do
Pará, que também lideram em extensão. De acordo com o responsável pela
Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social (Sedes), Edson Luiz
Vicente, Rondônia é um Estado com potencial para crescer ainda mais. “Nós temos
uma vantagem. A nossa sociedade foi formada por pessoas empreendedoras o que é
importante para o crescimento rondoniense”, garante.

Rondônia cresce com tamanha força, que o Estado, antes conhecido por gerar
grande matéria-prima, começa a industrializar quase todo o produto daqui.
“Apenas o minério não é transformado aqui, o que deve mudar nos próximos anos”,
garante o secretário. Com tanto desenvolvimento a renda per capita do
rondoniense também superou as expectativas e a média nacional. “Hoje o
rondoniense tem uma renda de R$ 12 mil, a maior da região norte e também supera
a média nacional, que é de R$ 7 mil”, explica Edson.

Líderes na movimentação da economia rondoniense estão a carne, que este ano
exportou US$ 160 milhões, seguida pela soja com US$ 130 milhões e o estanho, que
tirou a madeira da terceira colocação, exportando US$ 40 milhões. A madeira
ficou em quarto lugar com US$ 12 milhões. Os principais produtores de carne e
soja estão no Cone Sul, já o minério é mais produzido na região do Vale do
Jamari e a madeira em todo o Estado.

As construções das hidrelétricas do Madeira também movimentam a economia
Estadual. “Elas estão na lista dos setores que mais ajudaram o crescimento
Estadual, gerando empregos e consumo. Nós estamos no caminho certo”, diz o
secretário.

Para desenvolver ainda mais o Estado, no último dia 20 de dezembro o governo
Estadual inaugurou a segunda agência do “Banco do Povo” em Porto Velho, que
beneficia 12 municípios. Até o fim desse ano (2012) deverá atender todos os
outros.

Outro investimento para o Estado é a construção de uma usina de calcário entre
as cidades de Pimenta Bueno e Espigão do Oeste.



VILHENA É O MAIOR PRODUTOR DE SOJA

A cidade clima da Amazônia também tem sua parcela de contribuição no
desenvolvimento do Estado. Com o Produto Interno Bruto (PIB) que ultrapassa a
casa de R$ 1 milhão, a cidade ocupa o terceiro lugar no ranking com maior
participação no PIB Estadual.

Povoada na década de 50 por pessoas que vinham em busca de terras férteis e
baratas, hoje a economia do município cresceu bastante em relação há 30 anos.

Atualmente com mais de 77 mil habitantes as principais atividades econômicas
giram em torno da agricultura, pecuária, indústria e prestação de serviços, além
da participação dos contracheques dos servidores públicos na renda total da
cidade. Para o empresário Jaime Bagattoli, que reside a 37 anos no município e
atua no ramo do transporte, agricultura, comércio e pecuária, a agricultura é um
dos setores que mais cresceu nos últimos anos. “Antes não tínhamos essa
logística para transportar os grãos. Hoje o escoamento de toda a soja produzida
em Rondônia, para exportação, ocorre através do porto graneleiro do rio Madeira,
o que tem facilitado bastante para nós”, lembra Bagattoli.

O município é o maior produtor de soja do Estado. São mais de 40 mil hectares do
grão e mais de 20 mil hectares de milho safrinha. Para manter essa produção de
grãos requer combustível e esse é outro ramo que aumenta a arrecadação de
impostos para o Estado. Vilhena tem mais de 25 postos de combustíveis espalhados
pela cidade. Segundo o pesquisador da Embrapa e produtor de soja, Vicente
Godinho, o consumo de petróleo é maior no município devido à agricultura,
logística e o empresariado. “A soja é uma das peças para o desenvolvimento do
município e do Estado”, afirma o pesquisador. Conforme Bagatolli, só para se ter
uma idéia, do plantio até a colheita, o produtor gasta cerca de 50 litros de
diesel por hectares. “Só o gasto com petróleo para a produção de soja deve gerar
em torno de R$ 900 mil de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços] para o Estado. Sem contar que ainda tem o escoamento desses grãos,
inclusive do milho até a Capital”, ressalta. “Vilhena perde somente para a
Capital em questão de vendas de combustível”, afirma Bagattoli. O município tem
hoje aproximadamente 1,3 mil Bi-trem para o transporte de cargas.


 

INVESTIMENTOS

A cidade tem recebido também constantes investimentos do governo gederal.
Exemplo foi no final de 2011 a obra de iluminação pública do perímetro urbano da
BR364. Mais de dez quilômetros de iluminação. Um investimento que ultrapassa a
casa dos R$ 4 milhões. Obra que foi possível através da emenda parlamentar do
Senador Acir Gurgacz (PDT), com a contrapartida do município.

 


EM CACOAL, AGRICULTURA PERDE PARA PECUÁRIA

As famílias que desbravaram o Estado de Rondônia na década de 70 viveram vários
ciclos diferentes ao longo do tempo. A pioneira Lourdes Kemper, da família
Kemper, é historiadora e publicou um livro sobre a história de Cacoal,
intitulado ‘Cacoal sua história sua gente’ também viveu as várias fases da
cidade e do Estado.

Lourdes lembra que na década de 70 o Estado era basicamente colonizado por
pessoas ligadas a agricultura, que vinham em busca de terra, e trabalhavam em
troca de um pedaço de chão, os chamados meeiros. A própria família Kemper, vinda
de Santa Catarina era de meeiros. Todos trabalhavam em lavouras de café,
principal produto da região. Naquela época, segundo dados colhidos pela
historiadora, 70% da população vivia na área rural. No período também se
plantava feijão, arroz, cacau e outras culturas, embora o forte fosse o café. “A
agricultura ocupava praticamente toda a mão de obra na época”, disse.
Na década de 80, com a implantação do Estado o status mudou. “Isso deu uma
guinada na economia, e outros tipos de profissionais passaram a vir para
Rondônia”, contou a historiadora. Segundo ela a migração nesta época também
incluía profissionais liberais, médicos, dentistas, advogados e bancários, já
que vários bancos também haviam se instalado na cidade. Com isso começou o êxodo
rural, muitas famílias passaram a buscar melhores oportunidades na cidade, com
cursos e em busca de emprego.

Também na década de 80 a historiadora lembra do início do desenvolvimento da
pecuária. A criação de gado passou a ser uma alternativa para a cultura de café,
que é bastante sazonal, ou seja, tem períodos de alta e períodos de baixa,
conforme explicou. A agricultura passou a dar espaço para a pecuária, e o avanço
da criação de gado tem sido determinante nos últimos 20 anos para a economia
local. Cacoal tem hoje mais de 411 mil cabeças de gado, e é o quinto rebanho de
Rondônia.

Conforme dados do último censo do IBGE de 2010 a população de Cacoal é de 78.574
habitantes. Atualmente a cidade tem cerca de quatro mil estudantes que fazem
faculdade em vários campus instalados. O turismo, a gastronomia e o comércio são
fortes, com foco no setor atacadista e também na grande quantidade de empresas
que atuam na cidade. A agricultura continua sendo forte, porém o foco agora é na
agroindústria, com perspectivas de produção de leite numa miniusina, bem como
queijo e processamento de polpas de frutas, entre outros segmentos que se
desenvolvem paralelamente.


ARIQUEMES INVESTE NA METALURGIA

Atraídos pela oportunidade de “fazer a vida”, muitos migrantes vieram para
Rondônia nas décadas de 1970 e 80. Aqueles que superaram os constantes apagões
elétricos, as doenças tropicais e o isolamento de outras regiões do País
ajudaram e até hoje ajudam a transformar o Estado, antes conhecido como grande
produtor de matéria-prima, para ser a terceira potencia da região Norte.
É o caso do empresário Anderson Pedro D’Gasperi, hoje com 49 anos. Ele deixou
Ibiporã, no Paraná, para construir em Ariquemes uma das maiores indústrias de
metalurgia e fabricação de carrocerias de fibra de Rondônia.

Dos 30 anos de emancipação política de Rondônia, Anderson só não participou dos
quatro primeiros, mas viu e participou das transformações do Estado. “Quando eu
cheguei aqui era tudo muito difícil, a gente tinha que trazer do sul quase tudo
o que precisava”, conta.
Foi da necessidade de importar “quase tudo”, que Anderson decidiu conciliar o
conserto de aparelhos com a fabricação de equipamentos para a indústria
madeireira. Outras necessidades foram surgindo e a indústria se expandiu,
juntamente com a economia rondoniense.

Quando Rondônia completa 30 anos, Anderson comemora a escolha que fez em 1986.

“Hoje a minha história está em Rondônia, sou um filho adotivo desta terra e
tenho orgulho de ser bem sucedido aqui, em Rondônia”, avalia.
Hoje a indústria de metalurgia não produz mais equipamentos para madeireiras,
mas o foco está na fabricação de reboques e semi-reboques para automóveis e
motocicletas. Cerca de 95% da produção segue para outros Estados, gerando 56
empregos diretos. Essa é uma tendência de muitas empresas rondonienses, que
estão deixando apenas de produzir matéria-prima para investir na transformação
destes produtos.


CORAÇÃO DO ESTADO GERA 40 MIL EMPREGOS DIRETOS

Com uma população superior a 116 mil habitantes o município de Ji-Paraná, criado
há 33 anos é a segunda maior cidade de Rondônia e considerada a mais importante
da região central do Estado. São mais de 45 mil endereços cadastrados, sendo 43
mil deles na área urbana com 104 mil moradores. Para o presidente da Associação
Comercial e Industrial de Ji-Paraná (Acijip), Alexandre Dartiballi, a
contribuição do município ao crescimento do Estado é cada vez mais importante em
todos os aspectos.

De acordo com a Acijip a potencialidade de Ji-Paraná, chamada de “Coração do
Estado de Rondônia” passa pelo atacado, indústria e comércio com aproximadamente
mil estabelecimentos identificados, gerando mais de 40 mil empregos diretos.

Toda essa potência também inclui a Bacia Leiteira do Estado com a Mic RO Região
formada pela Capital da BR-364 e os municípios de Presidente Médici, Jaru e Ouro
Preto representando a 8ª maior de todo o Brasil, em produção de leite, ou seja,
líder absoluta nas regiões norte e nordeste. Essa mesma região também contribui
com o Estado com participação muito forte na pecuária de corte, café, milho e
arroz.

Outra participação importante de Ji-Paraná é na área política já tendo o
município elegido nomes como o atual prefeito José Bianco (DEM), Assis Canuto
(vice), Airton Pedro Gurgacz (atual vice-governador/PDT) e Acir Gurgacz (PDT)
atual senador da república.

O resultado é uma expressiva contribuição para o desenvolvimento do Estaco com a
alocação de recursos federais. Somente o senador, Acir Gurgacz já garantiu para
este ano mais de R$ 13 milhões em emendas de sua autoria para diversas cidades
de Rondônia.

Para o pioneiro e pecuarista Lupércio Dalla Martha já avô de dois netos, afirma
que pelo pouco tempo na categoria de Estado brasileiro, Rondônia cresceu mais
que o Paraná onde foi criado, e perdeu a mãe ainda quando adolescente. “Não
podemos só criticar, Temos que reconhecer que viemos quando não tinha
absolutamente nada nesta região. Os privilegiados com as nossas conquistas, e
esqueçamos os atoleiros da BR-364, saúde que era precária e a comunicação que
praticamente inexistente naquela época. Rondônia só precisa ser administrada
como empresa privada, e não, como pública”, opinou.


ROLIM SE DESTACA NA PRODUÇÃO DE LARANJA

“Enlaçando ao seu conceito de progresso, sua essência é a esperança de crescer”.
Como trata o lema que prediz a história de Rolim de Moura através do seu hino,
mesmo pouco conhecido retrata bem o desenvolvimento regional e sua contribuição
a Rondônia no decorrer desses 30 anos de história. Rica na pecuária de corte e
leiteira, na exportação de madeira, café e guaraná, a região também se destaca
pela produção de laranja, tendo a maior do Estado.

Rolim de Moura, fundado a pouco mais de 28 anos, aos poucos, a cidade ganhou
forma e força, elevando-se como polo da Zona da Mata.

Entre os muitos que acreditaram em seu poder de riqueza natural está Claudemir
de Jesus, um professor federal, hoje o maior produtor de laranja do Estado, que
na década de 70, decidiu deixar o Paraná para arriscar em solos rondonienses.
Foi em dezembro de 1976 que desembarcou em Cacoal, seguindo no ano vindouro para
Rolim de Moura, onde adquiriu 100 alqueires de terra.

Em 1989 deu início ao projeto, começando com 800 laranjeiras, na mão de obra
estava a esposa e os filhos. Atualmente com uma área plantada de 50 hectares,
sua produção tem alcançado uma safra anual de 1,6 mil toneladas. Claudemir conta
que a colheita da laranja é diária, com o apoio de mais dez funcionários, todos
registrados em carteira.


Fonte: Jornal Diário da Amazônia
 

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