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OPINIÃO: PERSONAGENS DA (anti) HISTÓRIA DE RONDÔNIA


 
Sem qualquer dúvida a morte de um ser humano, tenha sido ele quem tenha sido, ou representado o que tenha representado para a Humanidade é, sempre uma perda irreparável. Em 1980 ou 81, nem lembro mais, conheci Manoel Rodrigues Ferreira, autor da bíblia de quem quer conhecer a epopéia da construção da Madeira-Mamoré, o livro Ferrovia do Diabo.

Tive a oportunidade não apenas de entrevistá-lo diversas vezes, a última em companhia do jornalista José Carlos Sá, há alguns anos, na beira da piscina do Aquarius Hotel.

Lembro que, no auge das denúncias de que estavam vendendo o que restava da Madeira-Mamoré, como ferro-velho, no início da década de 1980, coube a Manoel Rodrigues Ferreira, por quase puro acaso, conforme ele me contou uma vez, saber do fato, denunciar e iniciar o movimento que acabou evitando que aquele acervo importante, e já naquele tempo tão pouco cuidado, tivesse o mesmo destino da Copa Jules Rimet (aquela, misteriosamente roubada da CBF), a fundição.

Apesar da Ferrovia do Diabo ser seu livro mais badalado, outros de sua lavra, como A causa do subdesenvolvimento do Brasil também merece ser lido e refletido por quem pretende estudar nessa área.

Numa região ainda em formação, mas na qual, por pura falta de interesse dos mandatários, a história, a recente e a mais antiga, está sendo varrida para debaixo do tapete (vide recente data de Rondon, patrono do Estado e cuja única comemoração local foi o seminário promovido pela Academia de Letras de Rondônia, em parceria com o Departamento de História e Arqueologia da Unir), é bem capaz que muitas autoridades, mesmo das áreas educacional ou cultural – não saibam identificar efetivamente quem foi esse personagem.

Aliás, não é preciso ir muito longe: milhares de migrantes conseguiram suas terras (e a prosperidade) em Rondônia graças ao trabalho comandando pelo capitão Sílvio Gonçalves de Faria. “Quem foi esse cara?”, perguntou, outro dia, um professor de História Regional (pasmem?!!?). E eu tive de explicar.

São fatos como tais que fazem com que familiares da professora Marise Castiel, sem qualquer dúvida nosso principal nome na área da Educação, se digam decepcionados por causa do seu esquecimento. Há algum tempo, por obra de pessoas que não reverenciam a história, a proposta de tornar a velha mestra patrona da Escola Carmela Dutra, acabou não dando em anda. Quem foi Carmela Dutra e que relação teve com Rondônia? Que eu saiba, e se eu estiver errado que me ajudem a consertar a gafe, apenas a esposa do presidente Eurico Dutra, uma cidadã que nunca veio aqui e que recebeu a homenagem apenas por causa do marido.

Há, nesse contexto, muitas pessoas, ou há em memória, na capital e nos outros municípios, que merecem aparecer no panteão da nossa História e apenas para ficar em alguns exemplos podem ser citados Osmar Costa (Vilhena), Izabel Quintão, dom Xavier Rey, capitão Alípio (Guajará-Mirim), apenas para ir de um a outro extremo do Estado.

É o mesmo questionamento que tenho feito a algumas pessoas que advogam e louvam a favor de Zumbi, esquecendo que tivemos uma heroína nas terras de Rondônia, negra, escrava, líder de um quilombo e que é esquecida até pelos muitos movimentos sociais, Tereza de Benguela – aliás, a primeira personagem que aparece na nossa História mas que, sabe-se lá por qual motivo, pouco aparece ou simplesmente é descartada da nossa história.

 Fonte: Lúcio Albuquerque. 
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