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MULHERES NO PRESÍDIO



Maioria das detentas em Rondônia cumpre pena pelo tráfico de drogas...
   

Lucicléia da Silva Lima, 33 anos, e Neoclice Almeida Cristo, 44, têm histórias diferentes, mas cumprem pena na Penitenciária Feminina Estadual em Porto Velho, pelo mesmo motivo, tráfico de drogas. Esse é o crime que mais produz sentenças condenatórias entre as mulheres em Rondônia. De acordo com o diretor da unidade, José Bonifácio Galvão, o tráfico representa 90% dos casos na penitenciaria. A reincidência é menor que o da penitenciária masculina, 30% , no entanto, ainda é elevada. 

E não precisa estar fora da prisão para ser tentada, convidada a retomar a vida criminosa. No dia anterior à ida da reportagem da revista Momento Brasil à penitenciária, Neoclice havia recebido mais um convite de retorno ao tráfico. 

“Recebi recado de que tinha coisa boa lá fora. Ele disse ‘eu sei que você está quebrada. Vou te dar uns para te ajudar’. Mas eu não quero mais saber disso não, agora estou resolvida mesmo, nada de dinheiro sujo”, afirma. Ela é a dona da cantina da penitenciária e quer, ao terminar a pena, ter uma lanchonete. 

NOVO RUMO – A perspectiva de Lucicléia é outra. No próximo semestre pretende começar o curso de Letras Espanhol, na Universidade Federal de Rondônia. Ela passou no vestibular e é um orgulho para a família, os amigos, as colegas de infortúnio, mas principalmente para si. Lucicléia é técnica em laboratório, função que exerceu por seis anos até resolver ir para a Espanha onde passou quase dois anos e trabalhou de babá, empregada doméstica e camareira. 

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Em momento de lazer as detentas jogam futebol para se distrair/Revista Momento - Foto: Roni Carvalho


Voltou com a intenção de levar os dois filhos para o outro País, no entanto, em um dia que estava na casa de uma vizinha foi presa. 

Os vizinhos eram vendedores de droga no bairro Caladinho. “Estava no local errado, no momento errado. Nunca fui usuária de droga alguma, além do álcool, nunca me envolvi com crime algum”, garante. 

Essa história Lucicléia quer deixar para trás. Em março foi transferida para o regime semiaberto e assim pode freqüentar as aulas na universidade. No primeiro semestre do ano que vem estará livre e já tem garantia de emprego. “O bioquímico com quem trabalhei por mais de quatro anos disse que serei contratada logo que sair daqui”, diz, toda animada. 

REFORMAS EM ANDAMENTO 

A Penitenciária Feminina foi inaugurada em 1993 e passa agora pela primeira reforma e ampliação. Estão sendo construídas quatro salas de aula, sala de advogado, biblioteca e creche. A unidade, assim como as masculinas, está superlotada. A capacidade é para 78 detentas, mas detém 143 mulheres – de 18 a 58 anos. Devido às obras, oito presas – seis com recém nascidos e duas nos últimos meses de gestação – estão na unidade semiaberta. A exemplo da Casa de Detenção José Mário Alves, o Urso Branco, não pode ser admitida mais nenhuma apenada enquanto a lotação não seja adequada ao espaço físico. 

Enquanto isso, as novas detentas estão sendo encaminhadas para uma unidade provisória, que atualmente abriga 53 mulheres. 

Uma nova casa de detenção feminina já está em construção no bairro Escola de Polícia, onde serão criadas 100 vagas. A previsão de conclusão das obras é para o início de 2010, conforme programação da Secretária de Estado de Justiça (SEJUS) e do Departamento de Obras e Serviços Públicos do estado (Deosp).

Fonte: Revista Momento Brasil, Edição 60 / Texto: Marcela Ximenes
Fotos: Roni Carvalho

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