Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Política

Moreira Mendes alerta para risco de um apagão ambiental no Brasil


   
 
Em artigo publicado no jornal O GLOBO, em sua edição dessa quinta-feira (9), o deputado federal Moreira Mendes faz um alerta sobre os riscos de um apagão ambiental no Brasil. De acordo com ele, o atraso nas obras de construção das hidrelétricas do Madeira poderá obrigar o governo a ter que acionar pelo menos 20 usinas termelétricas, que vão sujar a matriz energética brasileira e jogar milhões de toneladas de CO2 na atmosfera.
 
Moreira diz que, por outro lado, o aproveitamento do potencial energético do rio Madeira irá atender à demanda por energia limpa no País e afastar, de vez, os riscos de um novo apagão elétrico. Porém, o projeto de construção das usinas pode ser prejudicado devido ao início da temporada de chuvas na Amazônia e os atrasos na liberação das obras de Jirau.


Confira abaixo a íntegra do artigo.
 

Um apagão ambiental

O aproveitamento energético do Rio Madeira, com a construção das usinas de Santo Antônio e Jirau, atende, ao mesmo tempo, à demanda do país por energia, afastando o perigo de um novo apagão, e ao desafio de desenvolver a Amazônia de forma sustentável, com energia limpa. Esse projeto, contudo, corre o risco de, literalmente, ir por água abaixo.

Com o início próximo da temporada de chuvas na Amazônia e os atrasos na liberação das obras de Jirau, o governo federal terá que acionar usinas termelétricas movidas a óleo diesel. Essas usinas, além de não afastarem por completo o risco de um novo apagão e gastarem mais, vão sujar a matriz energética brasileira e jogar milhões de toneladas de CO na atmosfera.

O Brasil precisa de energia para crescer. A demanda nacional vai obrigar o país a pôr em operação 20 termelétricas movidas a óleo ou gás para compensar a energia que deixará de ser gerada caso as obras não se iniciem imediatamente.

Aí, sim, teremos um verdadeiro apagão ambiental. Termelétricas movidas a óleo combustível têm grande impacto sobre o meio ambiente devido às altas taxas de emissão de gases causadores do efeito estufa, que podem variar de 12 milhões a 17 milhões de toneladas de CO lançados na atmosfera por ano. Essas emissões não só prejudicam diretamente a Floresta Amazônica, como também contribuem sobremaneira para o aquecimento global.

Outro problema decorrente do acionamento das termelétricas é o alto custo adicional com o qual a sociedade brasileira terá de arcar. Estima-se que, para compensar o déficit de energia limpa, o Brasil terá de pagar R$14 bilhões em 2012. Com esse valor seria possível construir uma usina de 5.000 MW, que corresponde, por exemplo, a todo o complexo do Rio Madeira, incluindo as usinas de Santo Antônio e de Jirau. Explico: o custo da energia gerada por uma termelétrica é maior porque gasta combustível. Para se ter uma idéia, o preço médio de venda de energia gerada em uma térmica a diesel é de R$920 por MW. A energia gerada por uma hidrelétrica custa bem menos, em média R$103 por MW.

As hidrelétricas produzem, reconhecidamente, uma energia limpa, pois não há emissão de gases que provocam o efeito estufa, além de proporcionar o planejamento do impacto ambiental e social, como está sendo feito para as usinas de Jirau e de Santo Antônio.

Outro grande benefício para a sociedade brasileira foi a mudança do eixo de Jirau, pois permitirá antecipar em um ano a geração de energia, para 2011, além de incorporar mais 95,27 MW médios ao Sistema Brasileiro, o que vai descartar a necessidade do uso da energia suja das termelétricas.

A construção de grandes hidrelétricas no Rio Madeira, em particular no trecho que corre dentro do município de Porto Velho, é uma antiga reivindicação do estado. A Amazônia precisa, com urgência, de um projeto de infra-estrutura que leve o desenvolvimento sustentável para a região.

O aproveitamento do potencial energético do Rio Madeira é o caminho para esse crescimento. Entre as principais obras do PAC, as hidrelétricas oferecem ao país a possibilidade de cumprir as metas de desenvolvimento limpo da Região Norte, gerando postos de trabalho e aumento de renda da população, além de incrementar o orçamento dos municípios de Rondônia.

Com a oferta de emprego crescente e o aumento na qualidade de vida nas cidades, as atividades de garimpo, a extração desenfreada de madeira e as queimadas também perdem espaço.

Outro fator de grande importância, que torna as hidrelétricas ainda mais necessárias, é a disparada dos preços do petróleo e do gás natural em nível global. Nesse contexto, deve-se acrescentar, ainda, a crescente preocupação com a segurança no fornecimento desses combustíveis.

Por todas essas razões, e pensando especialmente no povo brasileiro, no crescimento de nossa economia e na preocupação com o meio ambiente, é vital que se decida já pela continuação das obras das usinas hidrelétricas no Rio Madeira.

Moreira Mendes - Deputado Federal (PPS-RO)

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Alero realiza audiência pública para debater a regularização da atividade garimpeira no Rio Madeira

Alero realiza audiência pública para debater a regularização da atividade garimpeira no Rio Madeira

A Assembleia Legislativa de Rondônia (Alero) realizou, na quinta-feira (6), uma audiência pública para discutir soluções e caminhos para a regular

Deputada Federal Cristiane Lopes reforça compromisso com os produtores rurais do distrito de Rio Pardo em reunião decisiva

Deputada Federal Cristiane Lopes reforça compromisso com os produtores rurais do distrito de Rio Pardo em reunião decisiva

A deputada federal Cristiane Lopes (União Brasil-RO) participou de uma importante reunião com produtores e produtoras rurais do distrito de Rio Pard

Deputada federal Cristiane Lopes realiza visita técnica à UNIR e conhece estrutura do CEGEA

Deputada federal Cristiane Lopes realiza visita técnica à UNIR e conhece estrutura do CEGEA

A deputada federal Cristiane Lopes (União Brasil) atendeu ao convite do Grupo de Estudos e Pesquisas Modos de Vida e Culturas Amazônicas (GEPCULTURA

Por unanimidade, Senado aprova isentar IR para quem ganha até RS 5 mil

Por unanimidade, Senado aprova isentar IR para quem ganha até RS 5 mil

O plenário do Senado aprovou, por unanimidade, nesta quarta (5), o projeto de lei 1087/2025 que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5

Gente de Opinião Segunda-feira, 10 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)